O que este conteúdo fez por você?
- O interesse pelos investimentos começou com o boom de influenciadores de finanças e foi intensificado pela Reforma da Previdência
- O conceito mais comum de independência financeira é ter patrimônio suficiente para viver da tão sonhada renda passiva e poder se desvincular totalmente de qualquer atividade profissional
- A renda fixa é a porta de entrada ideal no mundo dos investimentos e no Brasil é muito comum que as pessoas comecem por ela por conta do nosso histórico de taxas de juros altas
De alguns anos para cá, o tema “independência financeira” ganhou força nas redes sociais e canais de finanças no YouTube. O debate acompanhou o crescimento do número de investidores no Brasil. Em fevereiro deste ano, um levantamento divulgado pela B3 mostrou que atingimos a marca de 5 milhões de contas abertas em corretoras, sendo que 1,5 milhão de pessoas entraram para o mercado em 2021, um crescimento de 56% na comparação com dezembro de 2020.
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O interesse pelos investimentos começou com o boom de influenciadores de finanças, foi intensificado pela Reforma da Previdência, que fez com que as pessoas passassem a se preocupar mais em construir seu próprio patrimônio para a aposentadoria, e se consolidou com a queda da taxa de juros em 2021, que fez com que muita gente tivesse que olhar para além da renda fixa para ter bons rendimentos.
Mas se por um lado essa disseminação de informações sobre o assunto é positiva, por outro, é importante fazer curadoria e ser realista. Não existem milagres financeiros e, a não ser que você ganhe na loteria ou tenha uma herança para receber, dificilmente vai ficar rico de um dia para o outro e não precisar trabalhar nunca mais.
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Na Multiplicando Sonhos esse assunto é levado muito a sério nas salas de aula. Para o nosso público, em maioria jovens com menos de 20 anos, o imediatismo praticamente já faz parte do DNA e o desejo de ficar rico da noite para o dia é quase que unânime. Por isso, sempre apresentamos a independência financeira como uma jornada que deve ser construída de forma sólida, personalizada e realista.
Para nós, a busca pela independência financeira é sobre equilíbrio, disciplina, conhecimento e saber utilizar as ferramentas financeiras a seu favor.
O que é independência financeira?
Para André Massaro, professor de finanças e membro do conselho consultivo da Multiplicando Sonhos, o primeiro passo para se construir uma jornada rumo à independência financeira é saber o que ela significa para você. “Independência financeira é um conceito totalmente subjetivo. Cada pessoa vai ter uma noção própria do que é a independência financeira”, diz.
Para um jovem de 17 anos, por exemplo, independência financeira pode significar não depender mais dos pais. Já para uma pessoa mais velha, pode significar não ter que trabalhar mais e poder viver de aposentadoria ou algum tipo de renda passiva. Outros enxergam que é não depender de algum chefe, ter o seu próprio negócio e ser autônomo.
No entanto, o conceito mais comum de independência financeira é ter patrimônio suficiente para viver da tão sonhada renda passiva e poder se desvincular totalmente de qualquer atividade profissional. E é disso que vamos falar aqui neste texto.
Construindo sua jornada
De quanto você precisa por mês para viver confortavelmente? E quanto patrimônio você precisa ter para conseguir ganhar essa quantia mensalmente? Talvez as respostas para essas perguntas mudem ao longo da vida, mas é importante ter um norte para que você comece essa jornada motivado.
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É importante entender que para conseguir parar de trabalhar um dia, você precisa construir patrimônio suficiente para gerar toda a renda que precisa de forma passiva. E para gerar esse patrimônio, você precisa utilizar o dinheiro conquistado durante a sua vida produtiva de trabalho (a não ser, mais uma vez, que você seja herdeiro ou tenha dado o golpe do baú {risos}).
“Existem dois tipos de renda, a ativa e a passiva. A renda ativa vem de algum tipo de trabalho, seja um emprego, uma atividade autônoma, um comissionamento, um pró-labore etc. Já a renda passiva vem de um patrimônio e se ganha sem esforço. O simples fato de você ser dono de alguma coisa te possibilita receber uma renda por ‘emprestar’ essa coisa, como acontece, por exemplo, com o aluguel de imóveis”, explica André Massaro.
Em resumo, funciona assim: a renda ativa gera patrimônio e o patrimônio gera renda passiva, que pode gerar mais patrimônio ou te proporcionar recursos suficientes para viver sem precisar trabalhar mais. Tendo isso em mente, é possível criar estratégias para alcançar a independência financeira da melhor forma possível.
Caso você seja jovem, por exemplo, é mais inteligente que você utilize o seu dinheiro para investir em capacitação profissional, do que já começar de cara construindo patrimônio. Isso não quer dizer que não seja importante já começar a estudar sobre investimentos e ter uma reserva financeira e algum dinheiro investido, é claro, mas esse não deve ser o seu foco principal nesse estágio da vida.
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“Quando o foco na formação de patrimônio começa muito cedo, ele acaba limitando as chances de crescimento da renda ativa”, reforça André. De forma prática, se você tem 20 e poucos anos e investir em se tornar um profissional valorizado no mercado, sua renda ativa vai aumentar e, aos 30 e poucos anos, você vai conseguir construir patrimônio mais facilmente e em maior quantidade.
Investimentos
Os investimentos são ferramentas financeiras que te ajudam a acelerar a construção de patrimônio. Eles funcionam pela mesma lógica de empréstimo que citamos acima: você empresta dinheiro para o governo, para empresas ou para outras pessoas e recebe juros por isso.
A renda fixa é a porta de entrada ideal no mundo dos investimentos e no Brasil é muito comum que as pessoas comecem por ela por conta do nosso histórico de taxas de juros altas. Títulos IPCA, por exemplo, que são de renda fixa atrelada à inflação, geralmente têm datas de vencimentos distantes e pagam bons rendimentos. Por isso, são boas pedidas para quem quer construir um patrimônio no longo prazo.
Na renda variável, é importante buscar ações ou fundos que rendem bons dividendos. Apesar de no Brasil toda empresa ser obrigada a distribuir seus lucros, alguns setores tradicionalmente distribuem bastante dividendos, enquanto outros focam em investir boa parte dos lucros no próprio negócio e dão aos acionistas apenas uma fração do dinheiro.
Geralmente, os setores que são mais sólidos, não buscam crescimento acelerado e demandam pouco reinvestimento, são os que pagam melhores dividendos. É o caso de empresas de saneamento, eletricidade, bancos etc. E esse deve ser o seu foco caso você queira viver de renda passiva.
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Os fundos imobiliários também são uma ótima opção para receber rendimentos todos os meses. Eles funcionam como aluguéis, mas permite que você possa diversificar melhor o seu investimento e te livram da dor de cabeça de ter que lidar com inquilinos.
No final das contas, o ideal é, sempre, diversificar: ter uma parte do seu patrimônio em renda fixa, outra em renda variável e, mesmo dentro desses dois segmentos, investir em dois ou três tipos de ativos diferentes. Com o tempo, a consistência e o poder dos juros compostos e dividendos farão o dinheiro se multiplicar, e você vai alcançar a tão sonhada independência financeira.
Comece já! Bons investimentos!
Colaboração: Giovanna Castro
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