O que este conteúdo fez por você?
- A cada quatro anos vemos diante de nossos olhos uma série de momentos históricos
- A cada final de ciclo, a expectativa para o próximo fica ainda maior
- Esse ano, nos jogos de Paris, o cenário cripto foi marcado principalmente pelo lançamento nos EUA dos ETFs de Bitcoin e Ether
Assim como muita gente, eu sou um fanático assumido pelos Jogos Olímpicos. Neste ano, em que Paris foi o palco do maior evento esportivo do mundo, não foi diferente. Penso que, a cada quatro anos, a história é escrita por atletas de alta performance que se preparam para brilhar no maior palco do mundo. Pouco depois do fim da competição, a preparação para a próxima edição se inicia – período conhecido como ciclo olímpico. Nesse tempo, alguns profissionais se aposentam e dão lugar a novas promessas do esporte. E no mercado cripto, já pensou quanta coisa muda a cada quatro anos?
Pequim-2008 e a criação do Bitcoin
Em 2008, em Pequim, uma das cerimônias mais marcantes dos Jogos foi realizada no Ninho do Pássaro, com 2008 percussionistas tocando tambores, seguido de um espetáculo sobre a história chinesa em cinco milênios. A abertura foi iniciada, pontualmente, às 8h08 da noite do dia 08/08/08, em referência ao número 8, tido como sinal de prosperidade para a população local.
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Entretanto, prosperidade não foi a palavra do ano para os Estados Unidos, marcado pela crise financeira daquele ano, que rompeu com a confiabilidade absoluta em bancos e no próprio governo americano e de outros países influenciados pela instabilidade.
Em meio às novas emissões de moeda mundo afora, ao socorro a diversas instituições financeiras, surge, em outubro do mesmo ano, o whitepaper do Bitcoin, assinado pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto. No começo do ano seguinte, a primeira criptomoeda do mundo começa a funcionar.
Londres-2012 e o primeiro halving
Pela primeira vez, em 2012, todos os 204 países participantes dos Jogos Olímpicos tiveram pelo menos uma mulher em suas delegações. Um marco e tanto. Também foi o ano em que o ouro rendeu mais que o dobro do Ibovespa, com valorização acima de 15% no período – boa notícia para Michael Phelps, que se consagrou, em Londres, como o maior medalhista da história dos Jogos, chegando a 22 medalhas, sendo 18 delas… de ouro.
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O mundo ainda vivia os efeitos da crise de 2008, e os EUA colocavam em marcha a terceira fase do Quantitative Easing para estimular a economia. Em paralelo, o Bitcoin vivenciou seu primeiro halving, gerando tensões sobre o impacto desse corte programado. O principal receio dos analistas, na época, era que a redução no incentivo da mineração pudesse minimizar o interesse dos participantes: a recompensa por bloco encontrado foi reduzida de 50 moedas para 25. Porém, após um ano, a cotação subiu de US$12 para US$1.032, uma alta de 8.500% que já começava a desenhar o que seria a nova economia digital.
Rio-2016 e a descentralização com a rede Ethereum
Finalmente, o ano em que jogamos em casa. A primeira vez em que os Jogos foram realizados na América do Sul. O Brasil conquistou 19 medalhas ao todo, o que na época foi um recorde para a nossa delegação (sendo ultrapassado apenas em Tóquio-2020). A final masculina de futebol foi decidida nos pênaltis e, finalmente, nosso futebol conquistou o ouro olímpico em pleno Maracanã.
Nas finanças, a medalha de ouro foi para o Bitcoin. Fechou o ano a US$ 966, uma alta de 125% em dólares, colocando-o como o melhor investimento do ano. Um nível que era considerado chave, no patamar de US$ 800, foi quebrado em dezembro de 2016, dando início a um forte rali da moeda. Um começo de adoção da criptomoeda por investidores profissionais e os temores de instabilidade econômica foram pontos cruciais – os chineses, na época, procuram segurança contra a depreciação do yuan, que deslizava frente ao dólar. China que, à época, era um país chave em termos de adoção do Bitcoin.
Além disso, no ano anterior (2015), a rede Ethereum foi lançada, vindo a se tornar a segunda mais relevante do mundo cripto, atrás apenas do Bitcoin. Medalha de prata com sabor de ouro. O preço? Fechou o ano a míseros US$8, mas ainda assim com uma alta incrível de 750% em dólares.
Tóquio-2020 e a explosão do mercado cripto
A edição de Tóquio, adiada para 2021 em função da pandemia, deu espaço para o pódio mais jovem da história: Rayssa Leal, com 13 anos, levou a prata na competição de skate feminino. Aliás, quando o primeiro bloco de Bitcoin foi minerado, Rayssa não tinha sequer um ano de idade – fez aniversário no dia seguinte apenas.
Em 2020 o Bitcoin, que assim como Rayssa, se aproximava da adolescência, começou uma alta excepcional a partir do mês de setembro e chegou a quase US$ 70.000 em novembro de 2021. Efeitos da pandemia, que também impactou severamente os Jogos, tristemente realizados sem público.
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Os investidores do Ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum, também se beneficiaram de máximas históricas, com o ativo chegando a ser negociado a US$4.800, recorde que perdura até os dias de hoje.
Diversos novos projetos descentralizados foram criados entre 2016 e 2021, o que trouxe protagonismo e visibilidade para este novo mercado. De acordo com a CoinMarketCap, naquele ano, foram registradas mais de 9.000 novas criptomoedas.
A parte interessante é que, de 2013 a 2017, a dominância do Bitcoin – que mede o quanto o valor de mercado do Bitcoin representa em relação ao mercado cripto como um todo – chegou a 90%, ao passo em que, em 2021, se manteve entre 44% e 50%. O que poderia soar como se a moeda estivesse declinando, na verdade, evidenciou a forte expansão do mercado cripto, naturalmente influenciando na diversificação do pool de investimentos.
Paris-2024 e o futuro do dinheiro
Ouro da Beatriz Souza, Rebeca Andrade, Ana Patrícia e Duda; prata no futebol e bronze no vôlei femininos, mais um bronze no surfe com Gabriel Medina; entre tantos outros, que com medalha ou sem, representaram de forma ímpar o Brasil.
No cenário internacional, o cubano Mijain Lopez conseguiu um inédito pentacampeonato olímpico na mesma prova, na luta greco-romana. Seu primeiro ouro olímpico foi conquistado antes mesmo do paper do Bitcoin ter sido publicado.
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Para o cenário cripto, em que o bitcoin marca aproximadamente US$57 mil hoje, mais uma avalanche de transformações significativas nesse ciclo olímpico: lançamento nos EUA dos ETFs de Bitcoin e Ether, ampliando o acesso aos investidores institucionais; desenvolvimento do Drex, Renda Fixa Digital e Renda Variável Digital (ambos produtos criados pelo MB), mais altas históricas superadas, avanços regulatórios mundo afora, mudança da rede Ethereum de proof of work para proof of stake. Ufa.
Ainda nesta semana, estive presente em um dos maiores eventos de tecnologia e inovação da América Latina, a Rio Innovation Week, e pude discorrer sobre o futuro da economia. A verdade nua e crua é que o Bitcoin é o dinheiro de hoje, e não mais a promessa do futuro. Quando me perguntam quais são os problemas reais que a tokenização resolve, consigo listar projetos Web3 que estão acontecendo nesse momento, em que é possível reduzir custos, otimizar resultados, ganhar escala e democratizar acesso. Não digo amanhã, é hoje.
Los Angeles-2028: o que podemos esperar?
Ainda é cedo para dizer como será Los-Angeles 2028, porém já sabemos que novas modalidades serão incluídas: flag football, a volta do baseball e do softball, críquete, lacrosse e squash.
Para o Bitcoin, vale lembrar que coincidentemente ano olímpico é ano de halving, e também de eleição nos EUA. Haverá toda uma expectativa de repetição do padrão de uma forte alta em busca de novas máximas históricas.
A cada quatro anos vemos diante de nossos olhos uma série de momentos históricos. Limites são superados, recordes são batidos, novos nomes surgem, nomes já conhecidos mostram que tem ainda mais força. A cada final de ciclo, a expectativa para o próximo fica ainda maior, e dá até vontade de fazer o tempo passar mais rápido para contemplarmos novamente tudo que aconteceu em quatro anos. Eu poderia, mas não estou falando (só) dos Jogos Olímpicos.
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