Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

8 dicas para investir em criptomoedas direto na B3 (B3SA3)

Até agora, os códigos definidos dos ETFs são HASH11 e QBTC11

Quer saber mais sobre stablecoins? Então veja aqui o que e BUSD e outras terminologias. (Foto: Evanto Elements)

Vocês acreditam que agora é possível comprar Bitcoin (BTC) diretamente na B3 (B3SA3)? Para aqueles que acham que é apenas um boato, se preparem, porque eu vou tirar as maiores dúvidas sobre como investir em criptomoedas de mais forma fácil.

O Brasil está saindo na frente de praticamente todos os países do mundo. Um monte de coisas podem não dar certo no país, mas duas são bastante eficientes: o futebol e as criptomoedas. Apenas para ter uma ideia, estamos à frente até mesmo dos Estados Unidos no quesito investimentos no ativo. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a perna na Comissão dos Estados Unidos (SEC).

Como é possível investir em Bitcoin na B3?

Basicamente, através de uma Exchange Traded Funds (ETF). Ou seja, um fundo de investimento que reproduz um determinado índice como, por exemplo, o indicador Ibovespa, que espelha as maiores empresas de capital aberto do Brasil.

Cada empresa terá uma representação dentro da ETF, podendo investir em todas de uma vez. A facilidade disso é que o investidor não precisa ficar escolhendo empresas a dedo. Além disso, a grande vantagem é conseguir fazer uma grande diversificação mesmo com pouco dinheiro. Portanto, o fundo composto por criptomoedas não será diferente.

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Leia também: 1º ETF de criptomoedas do Brasil estreia no dia 22 de abril na B3

Quais serão os ETFs?

Será possível comprar bitcoin e criptomoedas facilmente em qualquer homebroker, independentemente da corretora de valores. Os códigos definidos até agora são HASH11 e QBTC11. O primeiro, irá replicar o índice Nasdaq crypto index, que equivale ao Nasdaq 100 só que voltado para criptomoedas, e o segundo, um apenas de bitcoin.

O HASH11 será composto por outras criptomoedas, portanto, ao investir R$ 1 mil no fundo, o dinheiro será dividido em cinco ativos. Serão 79% em bitcoin, 16% etherium, 1,2% em litecoin, 1% btc cash e 0,5% stellar. Já no fundo QBTC11, a pessoa investe somente em bitcoin.

Por que somente seis criptomoedas foram escolhidas?

Foi colocado alguns critérios para que somente essas criptomoedas entrassem no índice. Primeiro, o ativo precisa estar pelo menos em três bolsas de cripto. Segundo, deve ter duas empresas custodiantes, além de no mínimo 0,5% de todo o mercado. Se a criptomoeda for pouco investida, não tem chances de entrar.

Por enquanto, só teremos seis criptos, mas no futuro podem entrar mais. O Ibovespa também está constantemente aumentando o número de empresas que fazem parte de sua composição geral. Normalmente, a cada dois meses eles colocam e retiram ações.

Por que não comprar criptomoedas direto em uma exchange?

As exchanges, plataformas especializadas em compra e venda de ativos digitais, eram a única opção para negociar bitcoin e outras criptomoedas. No entanto, diferente das ETFs, as unidades não são negociadas na B3 (B3SA3) e não possuem regulamentação da CVM.

Portanto, a diferença é que teoricamente agora o investidor terá uma segurança extra. As exchanges também são obrigadas a prestar conta para a receita federal e possuem diversos sistemas de segurança, como seguro de carteira e sistema antilavagem de dinheiro.

Em uma exchange, como a Foxbit, por exemplo, você não paga taxa de administração como em um fundo.

Qualquer um agora vai poder investir nas ETFs?

Até agora, nos fundos de criptomoedas mais agressivos, somente investidores qualificados podem investir, ou seja, aqueles com mais de R$ 1 milhão em investimentos. Por que existe essa diferença aqui no Brasil? A CVM acredita que determinados investimentos são somente para quem tem muito dinheiro, já que teoricamente só quem tem um grande patrimônio sabe o que está fazendo.

Eu não consigo entender essa lógica. O certo seria as pessoas terem todos os ativos disponíveis ao seu alcance. Depois, cada um deveria poder fazer o que quisesse com o seu dinheiro. Por enquanto, os critérios são esses.

Porém, com os ETFs, pequenos investidores poderão investir.

Estamos na frente dos EUA?

Isso mesmo, nós estamos na frente dos Estados Unidos em questão de venda e compra de criptomoedas. Só o Canadá aprovou a inclusão dessas duas ETFs em sua Bolsa de Valores. Por ora, o SEC ainda está em processo de análise.

Outro ponto é que se a CVM está autorizando a negociação de criptoativos, o Banco Central pode ir na mesma linha e deve autorizar cada vez mais negociações de criptomoedas. O que significa que essas moedas podem ser cada vez mais incluídas na economia do nosso dia a dia.

Daqui a pouco, em vez de pagarmos compras com dinheiro, vamos pagar com bitcoin. Imagina os camelôs, que antigamente não tinham nem maquininha de cartão de crédito, aceitando criptomoedas?

Mas afinal, é possível ficar rico com criptomoedas?

Muita gente me pergunta se eu não me arrependo de ter colocado mais dinheiro em bitcoin. Contudo, investir olhando no retrovisor é fácil. Imagina se tudo tivesse dado errado? Escolher investir todo o dinheiro em apenas um ativo não faz parte da estratégia MR2 desenvolvida e seguida por mim.

No método, eu ensino que o importante é ter uma carteira bem diversificada, balanceando todos os investimentos de forma segura e rentável. Por exemplo, muita gente poderia ter um pouco de criptomoeda, o que ajudaria muito na valorização da carteira. Porém, não adianta investir somente em algo e ficar rezando para que ele renda.

Leia a matéria sobre 4 coisas que você precisa saber sobre o Bitcoin e saiba como investir em Bitcoin agora:

Nota do Editor: A ABCripto escreveu um artigo para esclarecer alguns pontos levantados pelo colunista. Você encontra o texto neste link