Durante esta semana, convidei o estrategista Marcos Paulo, sócio do Pablo Marçal, um dos maiores nomes do marketing digital do País, para falar sobre o grande crescimento deste mercado no Brasil. Com apenas 23 anos de idade, ele revolucionou o lançamento de infoprodutos.
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Em 2020, a agência de Marcos faturou R$ 220 milhões apenas com lançamentos digitais, resultado este considerado um grande feito levando em conta a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), que afetou principalmente o setor de serviços.
Por outro lado, segundo uma pesquisa realizada pela GlobalWebIndex, 58% dos brasileiros entre 16 e 64 anos de idade estão passando mais tempo nas redes sociais, o que favorece o mercado de marketing digital.
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Para quem não entende nada de marketing digital, lançamento nada mais é do que vender um curso online, por um período curto de tempo. Neste carro requer o especialista no assunto, que dará as aulas e o especialista, que fará toda a estratégia.
Qual é a diferença entre um estrategista e um especialista?
Encontrar um especialista é algo fácil, porque tem em abundância no mercado. Em uma livraria ou faculdade, professores e escritores são especialistas. Agora, para encontrar um estrategista para trabalhar em um produto ou marca, é preciso aparecer e atrair ele, não ao contrário.
Um bom estrategista quer um especialista em apuros, crescendo ou que esteja com visibilidade. Por exemplo, se ele atender alguém que está começando, vai demorar para dar resultados. Mas, uma pessoa experiente, que já tem audiência e alguns fãs, em até 30 dias dá para imprimir 7 dígitos em dinheiro. Basicamente, a audiência já tá lá, então é só trabalha-la.
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Assim, se um influenciador ou especialista quer arrumar um estrategista, ele tem que criar a sua demanda e autoridade antes, para quando baterem o olho pensarem: “Nossa, esse cara está pronto, basta colher os frutos. Eu não vou ter que plantar e esperar a semente germinar para depois colher”. Então, o estrategista que tem autoridade, o respeito, pode escolher qual cliente ele vai atender.
O mercado de infoprodutos lançados por influenciadores está saturado?
Muitos influenciadores fazem lançamentos de produtos e se frustram. As pessoas acham que pelo fato de terem muitos seguidores, vão vender bastante, o que é uma completa ilusão. Existe uma diferença entre audiência, relevância e influência.
Basicamente, audiência é o número de pessoas que seguem ou acompanham as redes sociais de alguém, por exemplo, o Whindersson Nunes possui o maior índice do Brasil. No entanto, outros influenciadores menores podem ter um nível de influência maior que o dele dependendo do segmento de atuação.
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A relevância seria o resultado final, o quanto alguém pode ser relevante para determinado tema ou nicho, mesmo que não tenha redes sociais. Por outro lado, a influência é simplesmente a capacidade de mudar o pensamento dos seguidores. Ou seja, o poder de mudar o comportamento dos outros, o que acaba gerando vendas. Normalmente, este é o especialista digital, que sabe converter seguidores em clientes. Se o mesmo conseguir fazer apenas 50 pessoas comparem um curso de R$ 500 por mês, ele já terá uma renda extra de R$ 25 mil.
Portanto, o mercado sempre vai estar saturado de influenciadores ruins. Mas, levando em conta a lei da oferta e demanda, este meio ainda é jovem, muitas pessoas não se digitalizaram ainda. A pandemia forçou um pouco, mas como foi um processo abrupto, ainda precisa de amadurecimento. Então, é uma oportunidade gigantesca para quem quer começar a ganhar dinheiro pela internet.
Como se cria autoridade e engajamento?
A autoridade vem da percepção que temos na cabeça das pessoas. Tem que ser bom, parecer e expor isso. Ou seja, mostrar o resultado e gerar exposição. Desta forma, o influenciador acaba ganhando autoridade. Além disso, é importante ter um posicionamento, um manifesto (declarações de crenças) e missão (aquilo que leva para o mundo).
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Quanto ao engajamento, pode ser obtido com bons conteúdos que alcançam os visitantes de forma marcante. Assim, gerando micro resultados. A pessoa vê que está ganhando algo, volta e se vicia naquilo. Pode ser uma risada, metas de emagrecimento ou qualquer benefício. Além do mais, todos gostam de diálogos e não monólogos nas publicações, por isso é importante interagir com todos.
Qualquer influenciador pode lançar um infoproduto?
Até mesmo quem possui apenas 100 seguidores pode lançar produtos digitais. No entanto, estes são chamados de lançamentos com listas frias, que são feitos enviando anúncios para uma base de contatos pagos em grupos de WhatsApp, Telegram ou outros meios.
“Inclusive, quando comprei meu primeiro infoproduto, há 7 anos atrás, nem sabia o que era um lançamento. Na época, era um estudante de engenharia na federal e tinha uma imobiliária, aí apareceu um homem oferecendo uma aula sobre como arrematar imóveis com 50% do valor. Eu me cadastrei e, quando eu fui ver, era uma aula de leilão. Fui lá e comprei pelo preço de 2 mil reais”, revelou.
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A grande diferença de lançamentos que já possuem uma certa audiência, a famosa lista quente, é que é possível converter as vendas com mais facilidade. Uma lista fria converte apenas 2%, já uma quente pode conseguir até 12%. Então, a taxa é maior quando a pessoa tem seguidores e depois faz eles virarem compradores, pois dá para criar uma aproximação antes de oferecer o produto.
Como o lançamento de infoprodutos pode ajudar a alavancar a carreira?
As pessoas acham que o resultado do lançamento é só o dinheiro da venda, mas uma coisa que incentiva a outra. Quando um profissional se posiciona no meio digital, as pessoas acabam sabendo mais sobre ele, seu nome é mais falado e ganha autoridade no mundo offline também.
“A gente atendeu uma maquiadora que ganhava 7 mil por mês. No começo, conseguimos apenas 7 mil com o lançamento no ano inteiro, mas a agenda dela de salário quase triplicou, chegando a 18 mil. Isso porque os posts, depoimentos e gestão de redes sociais começaram a dar autoridade para ela na plataforma, o que atraiu clientes”, conta o estrategista.
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O lançamento de infoprodutos influencia dando caixa, mas o “reverb” que gera oportunidades de novos negócios é muito maior. Com inteligência, uma coisa alimenta a outra. Além disso, é possível vender qualquer produto, desde cursos de tricô, artesanato e finanças, até serviços e produtos físicos.
Como vocês conseguiram faturar mais de R$ 200 milhões em 2020?
O pilar fundamental foi aprender, lançar gente com esse objetivo e comparar muitos dados. Basicamente, formar uma “espiral ascendente”, que foi crescendo apenas para cima. Desta forma, eles fizeram muitos testes, colheram dados, aprenderam com isso, eliminaram o que estava dando errado e refizeram com um dinheiro maior.
“A grande sacada é errar muito, aprender rápido e não repetir os mesmos erros. Não foi do nada esse lucro, foi uma crescente, a partir daí só vai otimizado. Em um primeiro momento, é difícil, tem um gasto de energia e pouco resultado, mas uma hora vai explodir”, completa.
Qual é o futuro do marketing digital e o que está mudando?
O marketing digital é um meio, uma ferramenta, e o seu futuro é a profissionalização. Como está aumentando o nível de conscientização das pessoas em relação ao que são produtos digitais e como funcionam, os canais tendem a diminuir a sua eficiência de acordo com a grande massa. Por exemplo, o tráfego do Facebook era mais barato há 5 anos. Hoje, é mais barato do que vai ser daqui a 5 anos.
A aquisição de clientes muda os canais e isso quer dizer que o mercado está cada vez mais profissional, tanto de pessoas que prestam serviços quanto o padrão de consumo do usuário. Então, vai aumentar o nível de exigência de quem compra e de quem vende. Nesse sentido, apenas performará quem for realmente profissional. Portanto, não vai ter espaço para leigos.
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