• Logo Estadão
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Assine estadão Cavalo
entrar Avatar
Logo Estadão
Assine
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Direto da Faria Lima
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Direto da Faria Lima
  • Negócios
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
  • Newsletter
  • Guias Gratuitos
  • Colunistas
  • Vídeos
  • Áudios
  • Estadão

Publicidade

Colunista

Parecer rico é nova moda dos endividados

O endividamento recorde das famílias revela um país que gasta mais para parecer rico e investe menos para ser. O investidor precisa enxergar no espelho social o maior risco da economia: o comportamento

Por Fabrizio Gueratto

23/10/2025 | 16:01 Atualização: 23/10/2025 | 16:01

Receba esta Coluna no seu e-mail
O perigo do endividamento não está só nos números, mas nos hábitos de consumo. (Foto: Adobe Stock)
O perigo do endividamento não está só nos números, mas nos hábitos de consumo. (Foto: Adobe Stock)

A nova classe média financeira não busca mais estabilidade, busca status. Troca crédito por imagem, investimento por aparência e chama consumo parcelado de liberdade. O problema é que, nesse jogo, o sucesso virou dívida e o cartão de crédito virou o espelho da autoestima.

Leia mais:
  • A fuga dos milionários do Brasil custa caro e quase ninguém está calculando isso
  • OPINIÃO: Por que Trump está secretamente desvalorizando o dólar?
  • Trump volta a mirar Moscou e petróleo dispara: entenda o impacto nas ações e onde investir agora
Cotações
23/10/2025 16h01 (delay 15min)
Câmbio
23/10/2025 16h01 (delay 15min)

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Cerca de 78,4% das famílias brasileiras estavam endividadas em junho de 2025, e quase 30% tinham contas em atraso. Isso significa que três em cada dez famílias não conseguem pagar o que devem. O Brasil nunca deveu tanto e nunca fingiu tanto sucesso.

O brasileiro aprendeu a transformar desejo em dívida. Não quer esperar, quer postar. Viagens viraram justificativa para parcelar. Roupas de grife se tornaram investimento em imagem. O carro novo passou a ser autocuidado. Tudo ganhou nome bonito, mas a fatura é a mesma. O que antes era culpa hoje é discurso de empoderamento.

Publicidade

As redes sociais aceleraram esse processo. Todo mundo parece rico, produtivo e pleno. Mas por trás do feed, a maioria vive com o limite estourado, o Certificado de Depósito Bancário (CDB) rendendo menos que o cartão e o salário evaporando entre o Pix e o rotativo. O algoritmo mostra o luxo, o banco cobra o boleto.

A autoestima virou linha de crédito. E o ego, o ativo mais caro da economia. O crédito, que nasceu como ferramenta de acesso, virou anestesia. O país que passou décadas com medo de gastar agora tem medo de parecer que não gasta. A sociedade trocou o sonho da casa própria pela busca de validação instantânea. O pertencer virou o novo poupar.

A dívida média das famílias brasileiras representa 49% da renda mensal. Isso significa que metade do que se ganha já nasce comprometido. Para piorar, mais de 70 milhões de brasileiros estão inadimplentes, o maior número da história. É a prova de que a sensação de prosperidade é alimentada por uma renda que não existe, apenas antecipada.

O brasileiro compra o futuro para tentar provar que venceu no presente. O consumo deixou de ser necessidade para se tornar narrativa. O banco não vende dinheiro, vende pertencimento. O marketing não promete juros baixos, promete identidade. E a publicidade substituiu o planejamento financeiro pela autoestima parcelada.

Publicidade

A fatura emocional chega antes da financeira. O sucesso virou uma performance permanente. A cada novo post, a régua sobe e o crédito tenta acompanhar. Hoje o país vive a era do endividamento aspiracional. A população se endivida não para ter, mas para parecer que tem. O luxo se democratizou no papel, mas o custo dele continua desigual.

O brasileiro médio trabalha mais horas, paga mais juros e ainda acredita que está construindo um símbolo de vitória. Na prática, está comprando a própria ansiedade em 12 parcelas fixas.

Entre as famílias, 19,2% gastam mais da metade da renda com dívidas, e o principal vilão continua sendo o cartão de crédito, seguido por carnês e crédito pessoal. O parcelamento virou parte da cultura nacional. O brasileiro não faz conta de preço, faz conta de parcela. E quanto mais longas as parcelas, maior a sensação de poder. O crédito dá a ilusão de controle. É como se o boleto fosse uma prova de pertencimento. Só que o que o banco vende como liberdade, o juro transforma em prisão.

O discurso de você merece continua sendo o melhor gatilho de vendas do país. Bancos e fintechs trocaram juros por storytelling. O cliente acredita que está comprando o direito de ser alguém. E o marketing reforça a ideia de que endividar-se é normal, desde que pareça bonito. O problema é que o crédito perdeu o propósito. Não financia mais projetos, financia desejos. Não é usado para crescer, mas para disfarçar. O crédito virou maquiagem financeira.

Publicidade

O país que sobreviveu à hiperinflação agora enfrenta outro tipo de crise, a da insatisfação permanente. O brasileiro não quer mais apenas pagar contas, quer ser visto como quem venceu. E o preço de parecer bem-sucedido é viver eternamente devendo. A geração que mais fala sobre liberdade financeira é a que menos suporta esperar. Quer retorno rápido, status imediato e validação constante. O juro composto ainda é a oitava maravilha do mundo, mas agora trabalha contra quem ignora o tempo.

Endividamento hoje é mais psicológico do que financeiro. É viver em modo parcelado, com tempo, energia, sono e emoção comprometidos. O sucesso de fachada custa caro. Vence no curto prazo, destrói no longo. Enquanto isso, o Brasil continua girando no mesmo eixo: juros altos, crédito fácil e o mesmo comportamento que transforma a população em refém do consumo. Em um país em que o custo de vida cresce mais rápido do que a renda, o marketing vence a matemática todos os meses.

O comprometimento médio da renda das famílias com dívidas está em 27,8%, o maior nível desde 2015. A inadimplência média, em torno de 5,4%, voltou a subir, puxada pelo crédito rotativo e pelo consignado. Em outras palavras, o brasileiro continua gastando o que não tem para manter uma imagem que não existe.

O investidor que observa esse cenário precisa entender que a verdadeira independência financeira não nasce de um investimento, nasce de um comportamento. Quem confunde poder de compra com prosperidade financeira está sempre a um clique de distância de um novo parcelamento e de uma nova dívida.

Publicidade

A saúde financeira não depende de quanto se ganha, mas de quanto se suporta esperar. O problema é que, na economia da pressa, o tempo virou inimigo. E, sem tempo, o juro composto muda de lado. Ele deixa de trabalhar a favor e começa a trabalhar contra.

A conta não é só financeira, é emocional. Ansiedade, comparação, culpa e cansaço formam a nova planilha invisível da vida moderna. O dinheiro continua sendo o mesmo, mas o significado mudou.

O sucesso verdadeiro é silencioso. Ele não precisa de plateia, nem de like. É o resultado de escolhas simples, de um orçamento honesto e da capacidade de dizer não. O resto é dívida disfarçada de conquista.

O sucesso de verdade não aparece no extrato, aparece no silêncio de quem dorme tranquilo sem dever nada a ninguém.

Publicidade

Encontrou algum erro? Entre em contato

Compartilhe:
  • Link copiado
O que este conteúdo fez por você?

Informe seu e-mail

Tudo Sobre
  • Cartão de crédito
  • dívidas
  • endividamento
  • rico

Publicidade

Mais lidas

  • 1

    Distribuidora de Valores Vórtx acusa empresário Nelson Tanure de esvaziar caixa da Emae depois da privatização

  • 2

    Vale (VALE3) deve ter alta na produção de minério no 3T25; veja o que esperar dos dividendos

  • 3

    BBAS3 dividendos hoje: calendário do Banco do Brasil, valores por ação, payout 2025/2026 e projeções de yield

  • 4

    Prévia da Vale acima do esperado deixa dividendos extraordinários mais próximos, mas 3 fatores ainda pesam na decisão

  • 5

    WEG (WEGE3): Tarifas de Trump pressionam resultados, mas lucro deve permanecer estável no 3T25

Publicidade

Quer ler as Colunas de Fabrizio Gueratto em primeira mão? Cadastre-se e receba na sua caixa de entrada

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Cadastre-se e receba Coluna por e-mail

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Inscrição feita com sucesso

Webstories

Veja mais
Imagem principal sobre o Lotofácil: até que horas posso participar do bolão digital?
Logo E-Investidor
Lotofácil: até que horas posso participar do bolão digital?
Imagem principal sobre o Lotofácil: veja quantas apostas podem ser feitas em um bolão
Logo E-Investidor
Lotofácil: veja quantas apostas podem ser feitas em um bolão
Imagem principal sobre o Tele Sena 2025: qual é a próxima edição especial?
Logo E-Investidor
Tele Sena 2025: qual é a próxima edição especial?
Imagem principal sobre o Bolsa Família e Auxílio Gás: pagamento unificado beneficia cidades brasileiras; confira
Logo E-Investidor
Bolsa Família e Auxílio Gás: pagamento unificado beneficia cidades brasileiras; confira
Imagem principal sobre o Tele Sena: 4 meios para comprar o título de capitalização
Logo E-Investidor
Tele Sena: 4 meios para comprar o título de capitalização
Imagem principal sobre o BPC: o que acontece se pendências não forem resolvidas dentro do prazo?
Logo E-Investidor
BPC: o que acontece se pendências não forem resolvidas dentro do prazo?
Imagem principal sobre o FGTS: passo a passo simples para sacar o benefício fora do Brasil
Logo E-Investidor
FGTS: passo a passo simples para sacar o benefício fora do Brasil
Imagem principal sobre o O que é prova de vida por procuração? Entenda
Logo E-Investidor
O que é prova de vida por procuração? Entenda
Últimas: Colunas
Selic: até onde a taxa pode cair — e como se preparar para os próximos dois anos
Ricardo Barbieri
Selic: até onde a taxa pode cair — e como se preparar para os próximos dois anos

Com a Selic em 15% ao ano, investidores buscam estratégias para atravessar 2025 e se posicionar para uma futura queda dos juros

23/10/2025 | 14h01 | Por Ricardo Barbieri
Confronto EUA e China: a nova lógica da disputa entre as potências
Marcelo Toledo
Confronto EUA e China: a nova lógica da disputa entre as potências

Tarifas perderam espaço para os controles de exportação e a corrida tecnológica — sinal de uma rivalidade que redefine a economia global

22/10/2025 | 16h13 | Por Marcelo Toledo
China, EUA e o divórcio mais caro da história
Thiago de Aragão
China, EUA e o divórcio mais caro da história

Efeitos dessa separação, depois das novas regras chinesas sobre terras raras, vão aparecer nos preços, no poder e na estrutura da economia global

22/10/2025 | 14h25 | Por Thiago de Aragão
Aristocratas de dividendos no Brasil: as 9 empresas da Bolsa que desafiam a volatilidade e pagam dividendos crescentes todo ano
Katherine Rivas
Aristocratas de dividendos no Brasil: as 9 empresas da Bolsa que desafiam a volatilidade e pagam dividendos crescentes todo ano

Elas resistem aos tombos e aos voos de galinha da economia, mantendo o "faz-me-rir" dos investidores. Mas afinal, vale apostar nessas companhias de dividendos crescentes?

21/10/2025 | 17h08 | Por Katherine Rivas

X

Publicidade

Logo E-Investidor
Newsletters
  • Logo do facebook
  • Logo do instagram
  • Logo do youtube
  • Logo do linkedin
Notícias
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Negócios
  • Materias gratuitos
E-Investidor
  • Expediente
  • Fale com a redação
  • Termos de uso
Institucional
  • Estadão
  • Ágora Investimentos
Newsletters Materias gratuitos
Estadão
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube

INSTITUCIONAL

  • Código de ética
  • Politica anticorrupção
  • Curso de jornalismo
  • Demonstrações Contábeis
  • Termo de uso

ATENDIMENTO

  • Correções
  • Portal do assinante
  • Fale conosco
  • Trabalhe conosco
Assine Estadão Newsletters
  • Paladar
  • Jornal do Carro
  • Recomenda
  • Imóveis
  • Mobilidade
  • Estradão
  • BlueStudio
  • Estadão R.I.

Copyright © 1995 - 2025 Grupo Estado

notification icon

Invista em informação

As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador