O mercado financeiro entrou em estado de alerta após Paulo Guedes, atual ministro da Economia, afirmar que pretende furar o teto de gastos para custear o novo Auxílio Brasil. O programa social, que irá começar a partir do dia 17 de novembro, vai transferir uma quantia de R$ 200 para 14,6 milhões de pessoas que já estavam incluídos no Bolsa Família.
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No entanto, a partir de dezembro, a promessa é que o valor seja reajustado para R$ 400. Com isso, o governo se viu obrigado a furar o atual teto de gastos, que é de aproximadamente R$ 1,4 trilhão, o que deixou muitos investidores e o mercado em geral preocupados.
Qual o grande problema do novo Auxílio Brasil?
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Eu acho que tudo isso é um pouco maquiado, principalmente em um ano de pré-eleições. Afinal, alguém vai ter que pagar a conta no futuro. Então, se pensar a médio e longo prazo, gastos excessivos são sempre penosos para o País. Portanto, essa foi uma decisão imprudente.
No entanto, o principal erro foi a forma como tudo isso foi comunicado. Quando o governo se comunica bem, é possível passar uma perspectiva para os agentes do mercado. Isso não inclui apenas os investidores de capital aberto da Bolsa de Valores, mas também os empresários que produzem de fato no país. Afinal, quando as empresas se retraem, o país entra em um espiral de falhas, que serão muito difíceis de serem resolvidas depois.
Como o governo pode se comunicar com o mercado?
Atualmente, parece que o ministro da Economia fala para o bem ou para o mal e o mercado nem liga. Já faz um tempo, pelo menos um ano, que os investidores não reagem de forma precipitada às falas de Paulo Guedes. Se ele fala que a economia vai bombar, isso não é motivo para uma grande comoção.
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O mesmo caiu em um grande descrédito, não somente por conta de suas falas, mas porque as reformas e projetos não foram aprovados no congresso, que de certa forma trancou como o revanchismo contra o Bolsonaro.
Contudo, recentemente, houve uma reação negativa e queda do Ibovespa por conta de rumores sobre a saída de Guedes do governo. Sendo assim, é possível constatar que, mesmo não se abalando quando o ministro fala alguma coisa boa, o mercado reage para baixo com a possibilidade do mesmo sair. Então, pode ser ruim com o economista, mas sem ele o teto de gastos poderia estar pior.
Político de estimação x estratégia de investidor
Se você perde a capacidade de criticar quem votou ou elogiar quem não votou, você virou uma “ameba política”. Afinal, não se pode ter emoção na hora de investir. A pessoa deve olhar o que está acontecendo independentemente de quem venceu. Não tem que ter ninguém de estimação.
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Eu não posso cobrar os políticos que o meu voto botou lá? Claro que sim, ainda mais porque pagamos já um monte de impostos. Seja por meio de uma crítica econômica ou algo que não concordo, é necessário olhar sem aquela parte do amor político.
Os maiores investidores do mundo não são “fãs” de política porque eles não podem direcionar as suas decisões de investimentos de acordo com determinado partido. Então, é preciso ser um pouco estoico e pragmático para montar uma carteira segura e diversificada, na qual o investidor possa dormir tranquilo sem se preocupar com as falas de determinado político. Não dá para condicionar os aportes ao cenário a, b ou c político. Afinal, qualquer coisa pode acontecer.
Leia mais sobre a queda das ações.
Assista ao vídeo exclusivo sobre o impacto do Auxílio Brasil no Ibovespa:
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