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Colunista

Por que 2026 também será o ano da renda fixa

A renda fixa vai salvar quem souber se proteger

Mercado financeiro (Foto: Adobe Stock)
Mercado financeiro (Foto: Adobe Stock)

Com mais gastos públicos, subida do petróleo, inflação em alta, e um governo disposto a tudo para se manter no poder, 2026 promete ser mais um ano em que a renda fixa vai salvar quem souber se proteger.

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Se você achou que a festa terminaria em 2025, é melhor repensar. Tudo indica que 2026 vai ser, de novo, o ano da renda fixa. E o motivo é simples: além da continuidade dos juros altos, vamos entrar em mais um ciclo eleitoral com o PT no comando. Historicamente, isso significa uma combinação de populismo fiscal, aumento de gastos públicos e, claro, mais inflação.

O roteiro é conhecido e se repete eleição após eleição. Eu já vi esse filme antes. O governo começa a abrir o cofre com força total. Ampliação de programas sociais, criação de benefícios emergenciais, novas linhas de crédito subsidiadas e medidas para estimular o consumo a qualquer custo.

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Tudo isso para gerar aquela sensação artificial de bem-estar econômico e garantir alguns pontos nas pesquisas de intenção de voto. Só que esse dinheiro não surge do nada. Quando o governo coloca bilhões na economia sem aumento real de produtividade, o que acontece? A inflação dispara. Mais dinheiro circulando, mais pressão sobre os preços. E por mais que o governo tente segurar o discurso, o mercado sabe que inflação alta e incerteza fiscal exigem juros altos por mais tempo. E é exatamente aí que a renda fixa ganha ainda mais força.

Pra piorar, o cenário internacional também joga contra. O conflito entre Israel e Irã já pressiona o preço do petróleo, e tudo indica que essa guerra não vai acabar tão cedo. Com o barril mais caro, o custo do transporte sobe, o preço de praticamente todos os produtos aumenta e a inflação ganha mais um combustível para continuar acelerando. Mesmo que o governo tente medidas paliativas, como redução de impostos sobre combustíveis, o impacto  no custo de vida do brasileiro será inevitável.

O Banco Central é obrigado a manter a Selic elevada para tentar controlar o impacto inflacionário. Mesmo com toda a pressão política por redução dos juros, o BC sabe que ceder agora seria abrir caminho para uma crise de confiança ainda maior.

O mercado já entendeu o jogo. As curvas de juros futuros seguem indicando que não haverá espaço para uma queda consistente da Selic antes de 2027. Isso significa que os títulos de renda fixa vão continuar pagando prêmios elevados para quem decidir emprestar dinheiro ao governo ou ao setor privado.

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Tesouro Direto, CDBs, LCIs, LCAs, debêntures e crédito privado seguirão oferecendo oportunidades para quem busca segurança e retorno real. E não estamos falando só de inflação. O risco fiscal está cada vez mais evidente. O Brasil já carrega uma dívida pública alta e, com esse ritmo de gastos, a tendência é que a percepção de risco por parte dos investidores só aumente. Isso se traduz em mais prêmio, mais juros e, claro, mais oportunidades para quem sabe onde colocar o dinheiro.

Outro fator importante: o comportamento do investidor brasileiro mudou. Depois de anos de instabilidade, quem antes corria para a Bolsa em busca de retorno, agora prefere a segurança da renda fixa. A migração de recursos para fundos de renda fixa e produtos pós-fixados só confirma esse movimento.

E tem mais: 2026 não será só um ano eleitoral comum. Será uma eleição presidencial com possibilidade real de reeleição do PT. E a história mostra que, quando o objetivo é se manter no poder, o governo não pensa duas vezes antes de acelerar ainda mais os gastos. Foi assim em 2014. Foi assim em outros ciclos. Não há motivo para acreditar que agora será diferente.

Portanto, o recado é direto: a renda fixa vai continuar sendo a escolha racional. Não por causa de um cenário econômico saudável, mas justamente pelo contrário. O descontrole fiscal, o populismo de curto prazo, o risco inflacionário e os efeitos da crise internacional criam o ambiente perfeito para quem busca proteção e rentabilidade com menor exposição a riscos desnecessários. Se 2025 já foi o ano da renda fixa, 2026 tem tudo para ser a continuação desse ciclo. E quem não entender isso agora, vai olhar para trás no fim do próximo ano e se perguntar por que não agiu antes.

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