Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

Escreve semanalmente às quintas-feiras

Fabrizio Gueratto

Poupança é o melhor investimento para o preguiçoso

Se você tem acesso à internet e guarda dinheiro na poupança em pleno 2022, não há outro nome para isso

O brasileiro é um expert em redes sociais e internet, mas é preguiçoso com seus investimentos - Foto: Envato Elements
  • Para 61% dos brasileiros entrevistados na mais nova pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), guardar dinheiro é simplesmente algo que não existe no dia a dia deles
  • Além deste 61% que não investem e não guardam dinheiro, outros 25% investem na poupança. Este é disparado o investimento mais utilizado pelos brasileiros em pleno ano de 2022
  • Se você quer simplesmente saber sobre investimentos melhores que a poupança, basta digitar no google que aparecerão dezenas de opções e com a mesma segurança da poupança

O investimento na poupança não é o principal destino do dinheiro dos brasileiros. Parece mentira, mas existe algo ainda pior. Isso mesmo. Para 61% dos brasileiros entrevistados na mais nova pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), guardar dinheiro é simplesmente algo que não existe no dia a dia deles.

E é fácil achar os culpados por tudo isso. São muitos boletos. Eu ganho pouco. Quero ver viver com o que eu ganho e ter filho para criar. Mas a verdade é que, mesmo o Brasil sendo um país pobre, a maioria dos brasileiros conseguiria guardar dinheiro se tivesse a disciplina para poupar um pequeno pedaço de todo o dinheiro que entra logo que cai na conta e sem jamais comprar parcelado.

Somente estes dois hábitos fariam o Brasil ser um outro país do ponto de vista de educação financeira. Veja, não estou falando dos 27 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, 12,8% da população.

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Além deste 61% que não investem e não guardam dinheiro, outros 25% investem na poupança. Este é disparado o investimento mais utilizado pelos brasileiros em pleno ano de 2022. Em segundo lugar ficam os fundos de investimento, como os fundos imobiliários, mas citados por apenas 3% dos que responderam a pesquisa.

Eu sei. Você talvez fale que isso é culpa do brasileiro que não tem educação financeira na escola. Ou dos pais que não ensinam isso em casa porque não tem este tipo de comportamento. Sem dúvida alguma, tudo isso contribui significativamente. Porém, passar a mão na cabeça esconde o problema e os números mostram que o brasileiro é expert em redes sociais, mas preguiçoso com os investimentos.

O Brasil hoje conta com 150 milhões de usuários das redes sociais: ou seja, mais de 70% da população. E 80% da população tem acesso a internet, em que há conteúdo gratuito sobre finanças até não aguentar mais.

Se você é criança e quer ver um educador financeiro que se identifique, tem. Se você é mais velho e quer um especialista que fale sua língua, tem. Se você quer simplesmente saber sobre investimentos melhores que a poupança, basta digitar em um buscador de internet que aparecerão dezenas de opções e com a mesma segurança da poupança.

Por isso, sempre falo. Quem deixa o dinheiro na poupança é preguiçoso e ponto final. Com a avalanche de sites, influenciadores, plataformas de investimento com conteúdo educacional, se você tem acesso a internet e não está abaixo da linha da pobreza, com certeza na maior parte da sua vida você conseguiria guardar dinheiro.

E digo isso pois conheço pessoas que ganham um salário mínimo por mês e guardam dinheiro e pessoas que ganham R$ 150 mil por mês e vivem endividadas. Inclusive devendo dinheiro para mim!