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Colunista

Tragédia no Rio Grande do Sul mostra a importância da reserva de emergência

"Preciso relatar o que eu vi e o que vivi"

Por Fabrizio Gueratto

16/05/2024 | 8:04 Atualização: 16/05/2024 | 9:33

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As chuvas intensas no Rio Grande do Sul trouxeram prejuízos para as empresas da bolsa (Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil)
As chuvas intensas no Rio Grande do Sul trouxeram prejuízos para as empresas da bolsa (Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil)

Não, o dinheiro não pode salvar uma vida em uma tragédia, mas pode reconstruir o lar e a esperança de quem sobreviveu. Preciso relatar o que eu vi e vivi.

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Num domingo, estava navegando em Ilhabela, num dia lindo de sol, quando comecei a receber pelas redes sociais e grupo de whatsapp pedidos de ajuda do Rio Grande do Sul para socorrer as vítimas.

Precisavam de pessoas com embarcações. Na mesma hora fui embora para São Paulo e me preparei para partir, sozinho. Arrumei minha mala, engatei meu jet ski, coloquei um lençol, um cobertor e um travesseiro no carro, que acreditava que seria a minha casa por uma semana e fui para a estrada.

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No meio do caminho, fui mandando mensagens e descobri que outros pilotos, vindos de Mato Grosso do Sul, Brasília e interior de São Paulo também estavam a caminho. Acabamos nos encontrando em Curitiba.

Pessoas que nunca  havia visto na vida, de um grupo chamado MS Jet, me acolheram como se eu fosse da família. Nesse momento me senti seguro e isso é tudo que os gaúchos precisam nesse momento. Segurança.

Não falo apenas da segurança de que as águas não os alcançarão, mas a segurança de que conseguirão recomeçar a vida e, para isso, será necessário dinheiro, muito dinheiro. Mas antes, quero relatar o que eu vivi. Na verdade, eu preciso.

Chegando em Porto Alegre, conheci o Lucas, um médico que havia alugado um airbnb em outra cidade e me ofereceu um sofá para pernoitar. No meio do caos, pessoas que você nunca viu na vida confiam em você como se fossem amigos de infância.

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Você descobre que desconhecidos arriscariam as suas vidas para salvar você. Isso não é força de expressão. Eu vi pilotos de jet ski sendo resgatados da correnteza por estranhos que se arriscaram.

Ninguém me contou. Eu vi. Logo que chegamos, ainda sem dormir, dirigimos durante toda a madrugada, já colocamos nossas embarcações na água do rio Guaíba e partimos para a cidade que mais precisava de auxílio naquele momento, chamada de Eldorado.

Chegando lá, não tem como não ficar impressionado vendo um lugar inteiro coberto pela água. Com casas com a porta aberta que revelam que alguém saiu às pressas dali.

As pessoas que ficaram tinham aquele olhar perdido, de quem olha durante 5 segundos para o nada e imagino que estavam pensando: E agora? Como vai ser?

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Com certeza ninguém imaginou que um dia pudesse ter sua casa submersa. Eu vi também terrenos que simplesmente tudo o que sobrou foi uma mureta, o pedaço de uma parede que algum dia foi uma casa.

E esta família hoje não tem mais um lar. Como são, em geral, famílias pobres, é provável que aquele seja o único bem que possuíam. Em um determinado momento, um soldado do exército me pergunta se poderia levar uma pessoa para ver como estava a casa dele.

No meu egoísmo, cheguei a pensar: Poxa, mas agora não é hora de ver os estragos. É hora de salvar a vida das pessoas e dos animais. Mas e se fosse eu no lugar dele? Não iria querer saber o que tinha sobrado? Se meus peixes no aquário estavam vivos ou boiando na água suja?

Ainda bem que coloquei ele no meu jet-ski e o levei. Se não tivesse isso, não teria visto a cena mais emocionante de todo o resgate. Quando chegamos na casa dele, por ser mais alta, a água não tinha atingido absolutamente nada.

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Eu vi o alívio que foi você ter certeza que tinha perdido tudo, mas na verdade estava tudo ali, do jeito que você deixou antes de sair. Os brinquedos da filha pequena ainda estavam espalhados pela sala. Logo depois chegou a esposa em um bote e ela também não acreditou no que estava vendo.

Todos os socorristas se emocionaram. Tem vídeo deste momento no meu Instagram. Foi mágico. O único momento de felicidade no meio do caos. Hoje estou em São Paulo e ainda tenho pesadelos. Sonho que meu quarto está enchendo de água. Sonho que estou perdido no meio do rio na escuridão.

É tão real que começo a apalpar as coisas do meu quarto até entender que aquilo não está acontecendo. Ver ao vivo é 100x pior do que ver pela televisão. É o completo cenário de guerra e tristeza. É uma área alagada pior que o furacão Katrina.

E por esta coluna ser de finanças, preciso falar da parte boa. O nosso povo é muito, mas muito incrível. Na estrada via dezenas e dezenas de carretas de doação chegando. Vi também pessoas com um fiat 147 e um barco a remo engatado indo ajudar.

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Vi voluntários que davam os suportes para as embarcações trabalhando 12h por dia para manter a operação de resgate funcionando. Vi os meus amigos da estrada entrando na água mesmo com o rio revolto.

Quando chegávamos no gasômetro, o nosso porto improvisado, nos ofereciam café quentinho, sanduíche, energético. Posso falar que, apesar do frio intenso, era possível sentir o calor daquelas pessoas. Tudo isso só foi possível porque as pessoas tinham recursos financeiros, seja doando insumos ou doando dinheiro mesmo.

Somente de combustível, acredito que foi gasto com os barcos mais de R$ 1 milhão. Para quem não sabe, os barcos do exército, marinha, polícias e bombeiros abasteciam com o nosso combustível, oriundo de doações de todo o Brasil.

Parece absurdo, mas é a realidade. 90% de todos os resgates e estrutura são em função dos voluntários, os verdadeiros heróis dessa tragédia. Jamais vi uma mobilização em nosso País como essa. Apesar de todos os nossos problemas sociais e culturais, somos um povo muito incrível.

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Um exemplo de solidariedade. Vi pessoas que perderam tudo, como o Alesson, que dormia no carro, mas passava o dia ajudando quem precisava.

E estou contando tudo isso porque sei que muitos ali viviam apenas com o dinheiro do dia seguinte, não possuíam uma reserva de emergência que, como o próprio nome diz, é para uma emergência, como esta.

E como recomeçar a vida quando você perdeu sua casa, seu carro e, muitas vezes, seu emprego, porque o local onde você trabalhava também foi destruído?

Provavelmente, eu e você nunca passaremos por esta situação, mas com certeza outros imprevistos acontecerão.

E mais uma coisa. A maioria das pessoas se escondem atrás de quanto ganham ou quanto tem de despesas por mês para justificarem porque não guardam nada.

Não vou entrar no mérito da vida de cada um, mas posso afirmar uma coisa: é melhor você ganhar um salário mínimo e guardar R$ 50,00 por mês e não ser despejado de casa quando perder o emprego, do que simplesmente ficar se justificando e fazer a sua família viver o caos por uma falta de disciplina sua.

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