Cofundador e CEO da StartSe, escola de negócios da Nova Economia. É um dos profissionais mais bem conectados do ecossistema brasileiro de startups. Em sua trajetória, já conquistou alguns prêmios, entre eles LinkedIn Top Voices e LinkedIn Top Startups, em 2019; Empresa Mais Inovadora do Brasil na área de educação, em 2018; e Medalha JK de Empresa Empreendedora do Ano, em 2017. É autor do Best-Seller “Organizações Infinitas”.

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Junior Borneli

Microsoft e Boeing: de empresas a ‘organizações infinitas’

Essas companhias não buscam sobreviver: preferem morrer para continuar existindo para sempre

Foto: Gerard Julien/AFP
  • Microsoft investiu US$ 68,9 bilhões na empresa de jogos eletrônicos Activision Blizzard; hoje, a divisão de games da Microsoft, que inclui o Xbox, gera mais receita do que o Windows
  • Maior fabricante de aviões do mundo, a Boeing está criando seu novo ciclo de perpetuidade. A companhia anunciou um aporte de US$ 450 milhões na Wisk, uma startup de "táxis voadores"

Você já sabe que a Microsoft comprou a empresa de jogos eletrônicos Activision Blizzard. A empresa do Bill Gates pagou US$ 68,9 bilhões, quase três vezes mais do que pagou pelo LinkedIn, só pra pegar uma referência do tamanho dessa transação.

Mas qual a razão da Microsoft investir tanto nesse mundo de games? A responsa é simples e surpreendente, e mostra como a empresa tem o pensamento das “Organizações Infinitas”.

A Microsoft nasceu como sistema operacional: o Windows foi o maior produto da empresa e mudou a história dos computadores pessoais. Mas o mundo mudou.

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Hoje a divisão de games da Microsoft, que inclui o Xbox, gera mais receita do que o Windows. Essa parte da empresa já é a terceira mais relevante, atrás apenas de Servidores e Cloud e do próprio LinkedIn.

A Microsoft, uma empresa de software, já é a terceira maior empresa de games do mundo, atrás da chinesa Tencent e da Sony, dona do PlayStation.

A companhia fundada por Bill Gates é a segunda empresa mais valiosa do planeta, avaliada em US$ 2,2 trilhões, atrás apenas da Apple, que vale US$ 2,61 trilhões.

Boeing voando mais longe

Ainda no tema das “Organizações Infinitas”, outro bom exemplo é a Boeing. Maior fabricante de aviões do mundo, a empresa está criando seu novo ciclo de perpetuidade.

A companhia anunciou um aporte de US$ 450 milhões na Wisk, uma startup de “táxis voadores”, co-fundada por Larry Page, fundador do Google.

O “táxi voador”, como a própria empresa o chama, é elétrico e autônomo, decola como helicóptero e voa como avião. Ela possui 12 rotores independentes, que garantem a segurança em caso de falha. Além disso, a aeronave tem ainda um paraquedas de emergência, que pode ser acionado em caso de falhas graves, garantindo um pouco sem riscos e sem perda do equipamento.

Mas, apesar de tanta coisa legal, o importante dessa notícia é: se no futuro voar for tão simples e acessível, a ponto de cada pessoa pedir seu próprio “aero táxi”, qual o destino dos grandes aviões? A resposta, obviamente, ninguém sabe. E a Boeing, assim como qualquer “Organização Infinita”, não quer pagar pra ver. Se existe algo que vai destruir o seu negócio, é melhor você participar disso.

Ao controlar seu processo de “morte”, você automaticamente constrói sua “nova vida”. Se no futuro a Wisk for a grande líder do mercado, a Boeing será tão relevante quanto é hoje.

Não existe mais aquele futuro certo e determinado. As variáveis são muitas e surge um fato novo a cada momento. Ou você se mexe, sem medo de se reinventar, ou fica obsoleto e desaparece.