- Algumas quedas simplesmente não têm explicação, a não ser a clássica “tem mais oferta do que demanda, ué!”
- Quantas vezes você já não aportou e a ação caiu logo em seguida? Sim amigos, fundo do poço tem alçapão e tentar comprar na mínima exige muito mais sorte do que competência
A pergunta que dá nome ao artigo desta semana não tem resposta fácil: por que a ação da BB Seguridade não para de cair? Aliás, vou além, o que faz uma ação variar de preço?
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Décio Bazin teria uma resposta pronta para esse questionamento, oras, “os preços não sobem ou caem, são puxados ou derrubados”. A rotina e a força do hábito nos fazem abstrair que a mão invisível do mercado não é tão invisível assim, eu, você e as nossas expectativas formam esse tal mercado.
Buscar uma explicação para os movimentos de curto prazo não nos fará melhores investidores e na maioria das vezes acaba sendo uma perda de tempo. Algumas
quedas simplesmente não têm explicação, a não ser a clássica “tem mais oferta do que demanda, ué!”
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A preocupação com as oscilações cotidianas dos nossos ativos é natural e a tentação de escapar de uma faca caindo é grande. Quantas vezes você já não aportou e a ação caiu logo em seguida? Sim amigos, fundo do poço tem alçapão e tentar comprar na mínima exige muito mais sorte do que competência.
Essa sensação de impotência perante o mercado e seus temperamentos é facilmente resolvida com duas práticas simples ao investidor de longo prazo:
1) Não use a cotação mínima como referência, o preço-teto é seu principal balizador
2) Invista com convicção, conheça as empresas da sua carteira.
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A simplicidade é o mais alto grau de sofisticação e no caso da BB Seguridade, na minha opinião, não parece ser diferente. Alguns aportes são tão óbvios que nos questionamos, será que alguém está sabendo de algo que eu não sei? Vamos focar no que de fato sabemos e que pode impactar o desempenho da companhia.
A primeira possível explicação está na transferência de credibilidade, ou da falta dela, na relação da empresa com o seu controlador, o Banco do Brasil. Com uma
governança altamente questionável, a troca na base da carteirada do CEO e de boa parte das diretorias e vice-presidências certamente tem sua parcela de culpa.
A segunda hipótese está no efeito da correção do IGP-M sobre as provisões técnicas dos planos tradicionais do segmento de previdência, afetando o resultado financeiro. Vale lembrar que esse produto é pouco representativo no passivo e já foi descontinuado. De qualquer forma o legado negativo sobre o resultado financeiro existe.
Terceiro, mas não menos importante, o mercado pode estar precificando um menor payout para o exercício de 2021, na casa dos 70% versus os 90% geralmente
distribuídos. A decisão conservadora é efeito também da forte alta registrada no IGP-M, que resultaria no desenquadramento das provisões perante a Susep caso a
BB Seguridade não realizasse um reforço de capital em sua subsidiária Brasilprev.
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Mesmo com a conjuntura atual não tão favorável, fica claro que a nuvem que paira sobre a companhia tem tudo para ser passageira, uma chuva de verão. Acredito não se tratar de uma perda de fundamento, mas sim de variáveis pontuais e perfitamente contornáveis em um futuro não muito distante.
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