Descomplicando os investimentos

Luis Cláudio é Diretor Geral da Ágora Investimentos. Pós-graduado em mercado de capitais, ele soma mais de 35 anos de experiência no mercado financeiro. O seu objetivo é ajudar as pessoas que querem investir para concretizarem seus objetivos financeiros por meio da educação, análise e acesso à produtos de maneira acessível e descomplicada.

Escreve na primeira quarta-feira de todo mês.

Luis Cláudio Freitas

Como se organizar financeiramente para começar a investir?

Planejamento mostra que é possível poupar e investir mesmo com pouco

Especialista explica como se organizar para começar a investir (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Muita gente acredita que não dá para investir nas condições atuais ou não sabe como reservar recursos para comprar aquele tão sonhado carro novo, viajar ou se programar para sua aposentadoria.

Para aqueles que desejam mudar a rota ou precisam se planejar melhor financeiramente para incrementar sua reserva financeira, vamos refletir sobre 3 pontos fundamentais nessa jornada:

  1. Despertar a necessidade de se organizar financeiramente;
  2. Ter consciência da situação atual, e promover os ajustes necessários; e
  3. Traçar objetivos

Vamos para a execução?

Planejando-se financeiramente

Existem algumas formas de se planejar financeiramente: caberá a você identificar qual é mais conveniente para o seu dia a dia.

Em todas elas, no entanto, ser realista e honesto consigo mesmo, é primordial. O primeiro passo é utilizar uma planilha e encarar de frente as entradas de recursos, seja de salário ou de outros rendimentos, frente as suas despesas mensais. Então vamos lá:

  • 1ª Etapa do planejamento: renda e/ou entradas mensais

Primeiro, faça uma previsão realista de acordo com as entradas mensais, seja de salário, alugueis e até de dividendos ou outras rendas mensais recebidas.

Caso haja recebimentos esporádicos ou aqueles sem absoluta certeza de recebimento, deixe de lado e faça uma previsão em cima do que é uma fonte de recursos concreta.

Aqui vamos tomar como exemplo um trabalhador que possui uma renda mensal fixa, de salário, de R$ 3.500,00. Segue a primeira parte da sua planilha, que são as entradas mapeadas:

 

  • 2ª Etapa: provisionar verba para fazer frente as suas despesas mensais fixas

Para isso, é importante elencar cada uma delas: água, luz, telefone, internet, alimentação, condomínio, plano de saúde, entre outras.

Estime quando você gasta em média com cada uma delas. No caso de despesas que sofrem alguma oscilação no mês a mês, você pode trabalhar com uma média mensal dos últimos 3 ou 6 meses.

Segue a segunda parte da sua planilha, exemplificando eventuais despesas fixas desse potencial investidor. Isso varia de pessoa para pessoa: se reside em imóvel próprio, alugado, entre outras condições:

 

  • 3ª Etapa: despesas variáveis

Além das despesas fixas, deve-se elencar também as despesas consideradas não essenciais, como academia, gastos com cartão de crédito e até gastps periódicps com IPVA e dentista. Vale também separar um valor para seu lazer. Afinal, ninguém é de ferro.

Esse é o momento em que podem surgir surpresas e, certamente, será o momento de refletir e endereçar a otimização dessa parte do orçamento de acordo com sua realidade frente aos objetivos traçados:

  • 4ª Etapa: reserva de emergência

Imprevistos podem acontecer. É sempre bom destinar recursos para uma possível despesa que não estava nos seus planos, de forma a não comprometer suas despesas fixas e até o seu lazer.

É bom sempre definir um % da sua renda para destinar a esse tipo de reserva.

Aqui no exemplo vamos definir que 5% da renda será destinado para essa reserva, para utilizar quando em uma necessidade não programada.

Tudo pronto?

Todos os passos foram dados, em especial se colocar a par da situação e ter consciência do esforço necessário para se tornar um investidor.

Com um orçamento equilibrado e saldo positivo entre as entradas e saídas de recursos a cada mês, já é possível começar a investir! Vamos ver como ficou esse planejamento:

OBJETIVO ALCANÇADO COM SUCESSO! VOCÊ JÁ PODE PASSAR AO PRÓXIMO NÍVEL, O DE INVESTIDOR!

Nesse exercício e exemplo ao final sobrou R$ 215,00 para você começar a investir o que representa 6% da sua renda mensal. Se você ainda considerar que a reserva de emergência é para ser utilizada somente se surgir algo inesperado, você pode também investir esse recurso, que no exercício representa mais R$ 175,00, ou seja, somando os 2 itens possíveis de serem investidos, chegamos a um total R$ 390,00, equivalente a 11% da renda total desse investidor.

Agora é procurar um banco ou casa de investimentos, que preferencialmente disponibilize assessoria, para que você possa aplicar esses recursos e começar a receber uma renda extra pelos rendimentos dessas aplicações.

Há uma enorme quantidade de opções de investimentos, como CDBs, Fundos e títulos do Tesouro Direto. E por que não recorrer a um plano de previdência?

Nesse sentido, é recomendável que seu portfólio seja construído com um bom alicerce: separando os recursos de curto prazo para reserva de emergência, que necessita de liquidez, e recursos de médio e longo prazo de acordo com seus objetivos.

É importante reforçar que, durante esse processo podem surgir dúvidas. Neste momento, o apoio de profissionais do mercado é fundamental para você tomar a melhor decisão, de acordo com seu perfil e objetivos.

Sendo assim, vale a pena conversar com um(a) especialista em investimentos de seu banco ou casa de investimentos de sua confiança, que possua assessoria de profissionais qualificados e claro, que você confie! Esse profissional possui as certificações necessárias para, de acordo com seu momento de vida, perfil e expectativas, lhe apoiar.

Espero ter trazido informações relevantes e desejo prosperidade em sua jornada de investimentos!

Um abraço e até a próxima!