O que este conteúdo fez por você?
- A caderneta de poupança segue reinando como a opção preferida dos investidores
- Apesar de ser uma opção simples e segura de alocação, a rentabilidade fica muito aquém da oferecida em outras opções da renda fixa
- Especialistas explicam quais investimentos podem ser boas alternativas à poupança
A caderneta de poupança segue reinando como a opção preferida dos investidores, ainda que o mercado de capitais brasileiro tenha cada vez mais produtos disponíveis. A edição mais recente do estudo Raio X do Investidor, realizado pela Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) com o Datafolha, mostrou que a modalidade é a escolhida de 26% da população que investe no País.
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A poupança é uma das opções de investimento mais conservadoras. Mas tem algumas vantagens que justificam sua popularidade: é gratuita, fácil de utilizar, pode ser acessada em qualquer banco, não tem cobrança de Imposto de Renda nem exige um valor mínimo na aplicação. Criada com o objetivo de poupar dinheiro, permite movimentações básicas, sendo dois saques, duas transferências e dois extratos por mês.
Apesar de popular, a caderneta da poupança está longe de se mostrar como a melhor opção quando o assunto é rendimento. Pela regra, em momentos como o atual em que a taxa de juros está superior a 8,5% ao ano, a modalidade oferece um retorno mensal de 0,5% somado ao valor da taxa referencial (TR), que está em 0,16% ao ano.
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E é por isso que analistas de investimento não indicam a aplicação na poupança. Especialmente no atual cenário, em que a Selic está estacionada em 13,75% ao ano e títulos indexados ao Certificado de Depósitos Interbancários (CDI), por exemplo, oferecem uma rentabilidade acima de 1% ao mês.
“Existem diversos outros produtos seguros e que oferecem rentabilidade muito maior”, diz Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu Me Banco. “Uma vantagem que muitas pessoas veem na poupança está no fato dela ser isenta de Imposto de Renda, mas o que a maioria não percebe é que, mesmo pagando o IR, ainda assim vale mais a pena investir em outros ativos de renda fixa”, explica.
Um levantamento feito por Einar Rivero, do Trademap, mostra que o rendimento da poupança acumulado nos últimos 12 meses, até fevereiro, foi de 8,18%. Tirando a inflação acumulada no período, trata-se de um ganho real de 2,58% – como mostramos nessa reportagem, fazia tempo que a modalidade não superava o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no País.
Ainda assim, a Poupança entrega um rendimento muito aquém do CDI, que rendeu 13,01% nos últimos 12 meses e do IMA Geral, um índice criado pela Anbima como referência para os investimentos em renda fixa, que retornou 10,51% ao investidor no mesmo período.
Por isso, o E-Investidor reuniu seis opções de investimento da renda fixa, com grau de risco semelhante e rentabilidade superior, que especialistas indicam como substitutos da poupança.
Tesouro Selic
Os títulos do Tesouro Direto são distribuídos pelo programa da Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil. Na prática, é como se o governo pegasse “emprestado” o dinheiro do investidor, para devolvê-lo no futuro com juros. Por isso, são considerados os investimentos mais seguros do País.
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“É um ativo praticamente livre de risco. Até porque, se o Tesouro Nacional não quitar a sua obrigação, pode ter certeza que entramos em um momento de calamidade”, diz Jaqueline Benevides, analista de renda fixa da casa de análises do TC.
A opção mais conhecida é o Tesouro Selic, cuja rentabilidade segue de perto a variação dos juros e remunera 100% do CDI, ou seja, 13,65% ao ano atualmente. Este é um dos ativos mais populares, pois possui liquidez diária e risco extremamente baixo – sendo indicado inclusive para a reserva de emergência. Uma alternativa simples, segura e bem mais rentável para substituir a poupança.
“Com o atual juros do Brasil, estamos falando de uma rentabilidade acima de 1% ao mês”, destaca Benevides.
O Tesouro possui ainda outros títulos, como o Tesouro IPCA, um título híbrido que também acompanha a variação da inflação, e os prefixados.
CDBs
Os Certificados de Depósito Bancário, conhecidos como CDBs, foram os investimentos preferidos das classes A e B em 2022. E não à toa.
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Esses instrumentos são uma das principais maneiras dos bancos se capitalizarem, pegando “emprestado” o dinheiro dos investidores em troca de uma remuneração em juros, que pode variar de acordo com o tipo de indexador escolhido e o prazo de vencimento da aplicação. Nesta reportagem, mostramos as melhores opções do mercado atualmente.
É possível encontrar CDBs dos grandes bancos brasileiros com rentabilidade entre 70% do CDI e 90% do CDI. Entre as fintechs e instituições financeiras menores, a rentabilidade varia entre 96% a 132% do CDI.
Todos bem acima do rendimento da poupança.
Os investimentos em CDBs podem ser realizados dentro dos próprios bancos, sem a necessidade de abertura de conta em uma corretora, com aplicações a partir de R$ 1. O investimento ainda conta com a segurança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações até R$ 250 mil, contando o valor dos rendimentos. “Ou seja, em caso de quebra de um banco, o investidor tem a segurança de não perder os valores investidos”, destaca Fabio Louzada, da Eu Me Banco.
LCIs e LCAs
Os LCIs e LCAs significam, respectivamente, a Letra de Crédito Imobiliário e a Letra de Crédito do Agronegócio. As duas aplicações funcionam de maneira muito semelhante, tendo como única diferença significativa para quem vai o dinheiro “emprestado” pelo investidor. No caso das LCIs, para o setor imobiliário, nas LCAs, para o agronegócio.
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Assim como a poupança, esses ativos são isentos de Imposto de Renda, o que faz com que tenham uma das melhores rentabilidades da renda fixa no atual patamar de juros. É possível encontrar opções que oferecem retornos entre 80% a 100% do CDI; e você pode conferir aqui uma simulação que mostra quanto rendem R$ 1 mil, R$ 10 mil, R$ 50 mil e R$ 100 mil nesses ativos.
No caso das LCIs e LCAs, é preciso ficar atento ao prazo de vencimento do investimento contratado. A aplicação pode ser resgatada antes da data estabelecida apenas via negociação no mercado secundário, onde o investidor precisa vender seu título a outro interessado para conseguir reaver o dinheiro.
A recomendação é, portanto, investir nas LCIs ou LCAs apenas aquele valor que o investidor não precisará resgatar antes do vencimento. “Se a pessoa não precisar do dinheiro imediatamente é um ótimo instrumento, com isenção de IR, extremamente seguro e com rentabilidade interessante”, destaca Claudia Ramenzoni Izzo, Head do B2C da RB Investimentos.
CRIs e CRAs
Também no time dos isentos de IR, os Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) também se apresentam como opções para substituir a poupança. São títulos de renda fixa lastreados em operações de crédito ligadas aos setores de imóveis e agronegócio, que também oferecem uma rentabilidade atrelada ao CDI.
O ponto de atenção aqui é que esses ativos possuem um grau de risco superior ao da poupança por não possuírem as garantias do FGC. “O desafio aqui fica com a segurança, em checar a saúde financeira do emissor do título – o que pode ser desafiador para a pessoa física que não estiver acostumada. Nesse caso, pode ser importante buscar ajuda especializada”, ressalta Izzo, da RB Investimentos.
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