Descomplicando os investimentos

Luis Cláudio é Diretor Geral da Ágora Investimentos. Pós-graduado em mercado de capitais, ele soma mais de 35 anos de experiência no mercado financeiro. O seu objetivo é ajudar as pessoas que querem investir para concretizarem seus objetivos financeiros por meio da educação, análise e acesso à produtos de maneira acessível e descomplicada.

Escreve na primeira quarta-feira de todo mês.

Luis Cláudio Freitas

Estou perdendo dinheiro na bolsa: vendo ou compro mais?

Informações são a chave para não se tornar "torcedor" de ações, em vez de investidor consciente

É preciso ter clareza quanto ao investimento para ser um bom investidor, e não um 'torcedor' | Foto: Envato
  • É importante reforçar o conceito de renda variável: como o nome diz, é impossível prever com exatidão os rendimentos e patamar de preço do ativo no futuro
  • É preciso contar com o apoio especializado, como as análises realizadas por profissionais qualificados e certificados, que trarão uma visão geral da empresa e seu mercado de atuação, considerando as variáveis que podem impactar seu desempenho nos próximos meses

Que o mercado de renda variável é volátil você já sabe. Após o tombo do Ibovespa em março de 2020, muitos investidores tomaram a decisão de entrar ou de reforçarem suas posições em ações a fim de aproveitar a “liquidação” dos papéis e buscar ganhos mais consistentes nos meses que se seguiriam.

De lá para cá, tivemos uma série de fatores que impactaram – e ainda impactam – a performance do índice e dos papéis de maneira geral, seja em âmbito nacional ou global: a recuperação econômica, incertezas acerca da nova variante do coronavírus, o próprio dólar, ações do Banco Central para o controle da inflação e claro, a própria performance das empresas em seus mercados de atuação.

Em 2022 temos ainda um tempero extra: eleições presidenciais, que prometem mexer com o coração e bolso de todos os brasileiros.

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A expectativa de um cenário positivo aliada à incerteza acerca do futuro pode gerar stress, pânico ou até mesmo noites mal dormidas e aqui, caro leitor, pode surgir a pergunta: “tomei minha decisão de investimento com base em informações sólidas e confiáveis. Como não foi possível prever que chegaríamos até aqui? ”. Se você se encontra nesta situação, esse texto poderá lhe auxiliar com informações relevantes para respirar e na sequência, seguir adiante.

Não quero chover no molhado, mas é sempre importante reforçar o conceito de renda variável: como o nome diz, é impossível prever com exatidão os rendimentos e patamar de preço do ativo no futuro. A dinâmica de preços é tão simples quanto a lei da oferta e da demanda: com mais gente comprando determinado papel, seu preço sobe.

Com mais gente vendendo, o preço cai. O aspecto mais sensível e que justamente traz a imprevisibilidade desse comportamento dos investidores é pautado por milhares de fatores como o cenário político nacional e internacional, cenário e perspectivas econômicas, inflação, cenário de juros e claro, o dólar – além de outras moedas.

A seguir, algumas perguntas que podem te auxiliar:

Será que o preço daquela ação vai subir e se recuperar?

Para responder a essa pergunta, é preciso ter bastante claro sua responsabilidade e consciência em relação ao seu investimento: você está no papel de um “torcedor” ou de “investidor”? Calma que eu explico! Investir seu recurso sem o devido cuidado ou critério, inclusive respeitando seu apetite a risco e capacidade financeira, pode se transformar na armadilha de torná-lo um “torcedor” de determinado papel ou empresa, movido muito mais pelo desejo e pela expectativa de que “dias melhores virão”, do que pelos fundamentos.

O investidor, ao contrário do torcedor, vai pautar sua decisão em informações sobre a empresa, seu setor de atuação, o contexto econômico sobre a qual a mesma está sujeita e claro, as projeções.

Para isso, é importante contar com o apoio especializado, como as análises realizadas por profissionais qualificados e certificados, que trarão uma visão geral da empresa e seu mercado de atuação, considerando as variáveis que podem impactar seu desempenho nos próximos meses.

Essas análises estão disponíveis, na maior parte dos casos, gratuitamente e em diferentes formatos, como relatórios, vídeos, lives e podcasts; a poucos cliques de distância, seja nas páginas das corretoras ou em suas redes sociais.

Com o preço da ação muito baixo, devo comprar mais para reduzir o custo médio?

Como vimos na questão anterior, é preciso entender os fundamentos da empresa, quais fatores podem impactar sua performance e, consequentemente, seu preço no futuro. Embora possa ser tentador usar parte da liquidez para reforçar a posição, comprando o ativo com preço mais baixo com o objetivo de reduzir o custo médio; uma operação deste tipo, sem que haja uma análise dos fatores que podem impactar a empresa ou o setor como um todo, pode aumentar ainda mais o possível prejuízo.

Devo me desfazer desse papel e substituí-lo por outro?

Mais uma vez, a informação de credibilidade e qualidade é sua melhor aliada, especialmente quando se trata de um investimento de longo prazo. Como comentei, boas análises – e também de diferentes casas e analistas – estão disponíveis em uma infinidade de formatos. Será que as variáveis e pontos de vista são os mesmos?

Para os investidores que buscam retornos através do “giro” de suas posições e do day trade, essa pode ser uma estratégia acertada, desde que a decisão seja tomada com critério e possíveis cenários, inclusive de perda, devidamente mapeados.

Por fim, a classe de ativos Renda Variável recebe esse nome justamente em função da imprevisibilidade, no momento da compra, dos rendimentos e/ou valorização que vai proporcionar ao longo do tempo. Dessa forma, sua maior aliada é a informação, abundante e de fácil acesso; somada a exposição máxima nessa classe de ativo dada pelo seu perfil de risco.