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- Com a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, voltando a subir depois de um período de mínimas históricas e de volatilidade na bolsa, os títulos de renda fixa voltaram a ser boas alternativas de investimento diante da incerteza quanto ao cenário de juros e inflação do país
- Investimentos em Renda Fixa possuem esse nome justamente por terem uma maior previsibilidade de retorno do seu investimento. Ou seja: a rentabilidade estará atrelada a uma taxa fixa no momento da aplicação, trazendo maior segurança quando comparada a outros investimentos mais voláteis como os de renda variável
Se o seu objetivo para 2022 é começar a investir ou rentabilizar ainda mais os recursos já investidos mas busca conhecimento para selecionar dentre tantas alternativas – a melhor ou a que faz mais sentido para seu planejamento -, vou explicar o que é renda fixa, qual a diferença entre a pré e a pós-fixada, as vantagens e desvantagens de cada uma e contextualizar os possíveis cenários para este ano.
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Com a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, voltando a subir depois de um período de mínimas históricas e de volatilidade na bolsa, os títulos de renda fixa voltaram a ser boas alternativas de investimento diante da incerteza quanto ao cenário de juros e inflação do país.
Mas afinal, o que é renda fixa e qual a diferença da taxa pré e pós?
Investimentos em Renda Fixa possuem esse nome justamente por terem uma maior previsibilidade de retorno do seu investimento. Ou seja: a rentabilidade estará atrelada a uma taxa fixa no momento da aplicação, trazendo maior segurança quando comparada a outros investimentos mais voláteis como os de renda variável. Quando se trata deste tipo de investimento podemos nos deparar com duas modalidades diferentes:
Os Prefixados, que compõem uma modalidade de investimentos indexados a uma taxa previamente acordada e que tem juros fixos que serão pagos até o fim da aplicação, permitem que o investidor saiba qual será sua rentabilidade no prazo de vencimento.
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Para deixar isso mais claro, podemos utilizar um exemplo hipotético: uma pessoa decide investir R$ 1.000 em um título com uma taxa prefixada de 10% a.a. com o prazo de 1 ano. Ao final do período ela sabe que poderá contar com uma rentabilidade de R$ 100 (não considerando possíveis descontos do IR).
Os Pós-Fixados são os investimentos indexados a uma taxa (Selic, IPCA, CDI). Porém, sua rentabilidade será conhecida apenas no vencimento da aplicação, de acordo com a taxa a qual o investimento está atrelado. A mesma pessoa do exemplo acima, que tem R$ 1.000 disponíveis e decide realizar uma aplicação em um título pós-fixado atrelado à inflação (IPCA), com o vencimento em 2023, terá seu recurso corrigido pelo IPCA, dia a dia, até o vencimento do título.
Neste caso é impossível prever qual será o percentual de rentabilidade deste investimento antes do seu vencimento, uma vez que o índice de preços é ajustado ao longo do tempo de acordo com a cesta de bens e serviços que o compõe – embora o investidor tenha à disposição as projeções de seu banco, corretora e até mesmo do Banco Central. Com as projeções, é possível estimar, mas não “cravar” a rentabilidade antecipadamente.
Vantagens e desvantagens
Ambas as modalidades trazem consigo vantagens e desvantagens a depender do objetivo financeiro. É importante ressaltar que os investimentos devem ser realizados de acordo com o seu perfil de investidor e os seus objetivos de curto, médio e longo prazo e por isso, contar com apoio profissional e uma assessoria especializada é de extrema importância.
A principal vantagem de um investimento pré-fixado é poder contar com a previsibilidade do seu rendimento, que nada mais é do que saber quanto dinheiro você está apto a resgatar no futuro. A desvantagem repousa justamente no fato de a taxa estar “congelada”, ou seja, ela não irá acompanhar as movimentações de mercado. Um aumento da taxa básica de juros ou uma alta inflacionária nos preços de bens de consumo e serviços causa a desvalorização da moeda e, consequentemente, a diminuição do poder de compra.
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Vamos a um exemplo prático: pode ocorrer de o investidor ter realizado um investimento há algumas semanas – usemos o exemplo anterior de R$ 1.000 a uma taxa de 10% ao ano – e por conta de mudanças no cenário ou das perspectivas novos títulos passarem a ser negociados a 11% ao ano. Em alguns casos, pode vir à mente do investidor que “investi mal pois “hoje” a taxa está melhor”. Não se deixe seduzir por este tipo de reflexão.
O investidor considerou ser conveniente naquele momento investir em um título com determinado prazo de investimento e uma taxa definida naquele dia, e carregará essas condições até o vencimento do título, faça chuva ou faça sol. O contrário também é verdadeiro: pode ocorrer de em um futuro, próximo ou não, as taxas serem mais baixas do que quando o investidor realizou a operação, e ele continuará a ter a remuneração acordada no momento da aplicação, até o vencimento.
Nos investimentos pós-fixados contamos com dois indexadores mais comuns, que são a taxa Selic e o IPCA. A vantagem relacionada a estes indicadores é a de estar em concordância com as taxas que estarão sendo praticadas no período de vencimento do título, e não no momento da aplicação. No caso de um título atrelado a taxa Selic, a rentabilidade estará acompanhando taxa básica de juros da economia.
Em se tratando de um título indexado ao IPCA, o valor investido estará protegido da corrosão causada pela inflação. Um ponto de atenção se dá no fato de que essas taxas mudam de acordo com a política monetária, por movimentações internas do mercado e deliberações dos órgãos que regem nossa economia; portanto, é impossível precisá-las e logo, não dá para saber exatamente quanto o investimento irá render ao final do prazo da aplicação. Assim, o rendimento poderá (e irá) “variar” ou “flutuar” durante todo o prazo de investimento, até seu vencimento.
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Mas usando o exemplo acima em que o investidor aportou os mesmos R$ 1.000 na taxa pós-indexada ao IPCA, e ao final do período o indexador estiver em 11% a.a., o investidor terá R$ 110 de rendimento e não os R$ 100 aplicados na taxa pré-fixada de 10%. Essa análise, embora pareça óbvia, só pode ser realizada findado o prazo de investimento, uma vez que ao longo do tempo existem ajustes de preços de itens de consumo, preços de combustíveis, preços de serviços, dentre outros, e tudo isso é refletido no IPCA, sem que seja possível prever com exatidão os aumentos.
Como o investidor pode se manter informado?
Qualquer pessoa, investidora ou não, pode se cadastrar na página do Banco Central para receber toda segunda-feira o Boletim Focus. Trata-se de uma publicação on-line na qual o BC consolida a expectativa de mais de 120 instituições sobre determinados indicadores e tem por objetivo monitorar a evolução das expectativas de mercado, em diferentes janelas temporais, sobre as principais variáveis macroeconômicas: IPCA, Selic, PIB e Câmbio.
Além disso, bancos e corretoras também realizam suas análises e interpretações e as colocam à disposição do investidor periodicamente. Usualmente, o cadastro em uma corretora é simples e gratuito e, na maior parte dos casos, o investidor terá acesso a diversos relatórios e análises, além das lives e conteúdos especiais que trazem o panorama do cenário econômico e as perspectivas para a economia.
E o cenário para 2022?
Vou usar o cenário traçado pelos analistas da Ágora Investimentos, já que não há nada melhor do que recorrer a quem entende do assunto! Considerando a inflação, a queda nos preços dos combustíveis provocou uma desaceleração no IPCA de dezembro. Apesar da expectativa de queda de inflação em 2022, as altas nos preços de bens industriais, serviços, e do índice de difusão ou, de maneira geral, preços mais elevados em diversos itens demonstram que devemos ter cautela em relação ao fim do pico inflacionário.
Dentro desse cenário, a equipe de analistas da Ágora mantém as expectativas de alta da Selic em 1,50% e 0,75% em fevereiro e março respectivamente, atingindo uma taxa de 11,5% ao final do ciclo, que deve ser mantida até outubro. Para o fim de 2022, a expectativa do time de análise é uma Selic em 10,5%.
Para fechar, busquei trazer conceitos sobre os diferentes indexadores e como eles se comportam de acordo com o cenário atual (condições atuais de preço e perspectivas) e futuro, que nunca será 100% previsível. Como regra de ouro, respeite seu perfil de investidor e verifique sua disponibilidade de recursos para investimento no curto, médio e longo prazo, já que as taxas variam de acordo com o prazo de vencimento dos títulos, e assim você conseguirá identificar os títulos (e suas taxas) que oferecerão melhores oportunidades.
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Um abraço e até a próxima!