Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da MSX Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de
educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira,
Multiplicando Sonhos.

Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras

Marco Saravalle

Inflação: quando o preço do cafezinho vai cair?

O mercado já projeta uma inflação acima da meta para 2022

Quando a estagflação acontece, fique certo de que a economia passará por grandes problemas. Foto: Envato Elements
  • No Brasil, a inflação foi puxada principalmente pelo aumento no grupo Transportes, afetada em especial pelos combustíveis
  • Mas o que todo mundo, de fato, quer saber é se esses níveis de preços permanecerão em 2022. A resposta é que, muito provavelmente, não teremos uma deflação neste ano

(Marco Saravalle e Caroline Cavalheiro) – Se tem uma coisa que o brasileiro gosta é de um cafezinho. Mesmo reclamando do calor, o café preto está na mesa. Mas os dias dos consumidores no Brasil não têm sido nada fáceis. Com uma inflação na casa dos dois dígitos – 10,06% em 2021, o que representa quase o dobro do limite tolerável, em 5,25% – é possível dizer que estamos vivendo os anos 1980 novamente?

Apesar de tudo, não é só no Brasil que estamos vivenciando a alta exacerbada nos preços. A inflação tem sido uma problemática econômica em escala global. Nos Estados Unidos, por exemplo, a alta dos preços em 2021 foi a maior em quase 40 anos, o que impulsiona uma possível decisão do Federal Reserve (Fed) de aumento da taxa de juros por lá já em março.

A pandemia da Covid-19 tem sido a grande vilã: por conta das restrições do isolamento social, a oferta dos bens e serviços foi muito reduzida, além dos estímulos econômicos dos governos para reaquecer a economia que causaram esse desequilíbrio entre oferta e demanda.

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Quem começou esse quebra-cabeça tem que terminar. Ao mesmo tempo em que espera-se que a inflação desacelere, a recuperação econômica segue em pauta.

Por aqui, no Brasil, a inflação foi puxada principalmente pelo aumento no grupo transportes, afetada em especial pelos combustíveis. A gasolina e o etanol acumularam uma alta de 47,49% e 63,23% no ano de 2021, respectivamente. Tal qual, a energia elétrica subiu 21,21%, oriundas da falta de chuvas pelo País.

Por outro lado, os alimentos e bebidas apresentaram alta de 7,94%, diferentemente de 2020, que apontou um aumento de 14,09%. Já o cafezinho, foi impactado negativamente pelas geadas nas regiões de plantios e teve seu preço elevado em 50,24%.



Mas o que todo mundo, de fato, quer saber é se esses níveis de preços permanecerão em 2022. A resposta é que, muito provavelmente, não teremos uma deflação neste ano, ou seja, não veremos o preço do café cair de R$ 10 para R$ 5. No entanto, é plausível que a inflação desacelere e, com isso, suba menos do que em 2021, gravitando por volta dos 5% com a possível normalização das cadeias de produção.

Assim como vem ocorrendo no mês de janeiro, as chuvas devem amenizar os efeitos sobre os preços da energia elétrica, elevando os níveis dos reservatórios.

De qualquer forma, o cafezinho não pode faltar na bancada do povo brasileiro. Vai um expresso aí?