Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da MSX Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de
educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira,
Multiplicando Sonhos.

Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras

Marco Saravalle

A política de ‘covid zero’ na China e o impacto nas economias globais

As decisões sanitárias e financeiras do país asiático têm interferência direta no Brasil

Economia global ainda sente efeitos das restrições contra o coronavírus na China. Foto: Envato Elements
  • As decisões da China, grande compradora do Brasil, impactam diretamente na economia nacional. No mês de abril, o crescimento das exportações da China chegou ao menor patamar em quase dois anos
  • Um dos setores afetados por aqui, sem dúvida, é o de carne bovina e soja, já que o Brasil é o principal vendedor para a China
  • Diante da política de 'covid zero' no país asiático e da e guerra entre Rússia e Ucrânia, as preocupações se voltam para o risco de uma possível recessão global

Todo mundo já deve ter se deparado com os noticiários falando sobre a política de ‘covid zero’ na China. As bolsas mundiais foram as primeiras a sentirem os efeitos de tal medida. Assim como tudo que envolve saúde e políticas públicas, é necessário uma dura reflexão sobre sua efetividade e os impactos que ela causa.

Será que a política de ‘covid zero’ imposta pelo governo chinês é eficiente? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tal política se mostra insustentável à medida que o vírus evolui. Então, qual deveria ser uma medida eficiente para o combate da disseminação do vírus?

Talvez essa pergunta não seja tão simples de ser respondida e, eu, como alguém leigo em questões de saúde, não sei responder. Mas, além da dificuldade encontrada em controlar a disseminação do vírus, várias economias ao redor do mundo sofrem com inflação global, alto desemprego e recessão econômica.

É o caso do Brasil, com alta inflação, alto desemprego e baixo crescimento econômico.

As decisões da China, grande compradora do Brasil, impactam diretamente na economia nacional. No mês de abril, o crescimento das exportações da China chegou ao menor patamar em quase dois anos.

A mais populosa cidade chinesa, Xangai, que decretou lockdowm ainda em março, é o maior centro econômico e financeiro da China, com o maior porto do mundo.

O porto, depois das medidas restritivas, apresentou congestionamentos que acarretaram em efeitos nas cadeias de suprimentos das economias do mundo.

Um dos setores afetados por aqui, sem dúvida, é o de carne bovina e soja, já que o Brasil é o principal vendedor para a China. Diante da política de ‘covid zero’ no país asiático e da e guerra entre Rússia e Ucrânia, as preocupações se voltam para o risco de uma possível recessão global.

É notório que as políticas sanitárias para combater o coronavírus e suas variantes devem ser levadas a sério, até porque estamos pautando a vida de milhares de pessoas. A China conseguiu ter grande sucesso em suas medidas de combate à pandemia, já que 5 mil pessoas tiveram suas vidas ceifadas pelo vírus – visto que o país possui 1,4 bilhão de habitantes.

Entretanto, vale destacar que o desbalanceamento nas cadeias produtivas em países pobres ou emergentes, desencadeia ainda mais desigualdade social e aumento de insuficiência alimentar para suas populações.