Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da MSX Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de
educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira,
Multiplicando Sonhos.

Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras

Marco Saravalle

A tendência ESG e a conscientização das novas gerações

Por que as novas gerações estão mais conscientes com as questões sociais, ambientais e de governança

(Crédito: Shutterstock/Onchira Wongsiri/Reprodução)
  • Tudo aponta que as próximas lideranças corporativas irão trazer tudo da agenda Environmental, Social and Governance (ESG)
  • Pautas importantes que só ficavam no papel há duas décadas, agora estão sendo mais pressionadas pelos consumidores
  • Recentemente, os ex-duque e ex-duquesa de Sussex, Harry e Meghan Markle, anunciaram que estão fazendo parceria com uma empresa que auxilia para a criação de carteiras de investimentos sustentáveis

As gerações mais jovens têm ensinado muita coisa para as gerações passadas sobre meio ambiente, sociedade e governança. Tudo aponta que as próximas lideranças corporativas irão trazer tudo da agenda Environmental, Social and Governance (ESG).

A preocupação com a descontrolada emissão de CO2, o desmatamento desenfreado, salários desiguais entre homens e mulheres está tão presente na vida dos mais jovens como a tecnologia que, a propósito, pode ser considerada a precursora de tal mudança de comportamento. Pautas importantes que só ficavam no papel há duas décadas e, que agora, estão sendo mais pressionadas pelos consumidores que acabam por “modificar” a estrutura das companhias.

Celebridades abraçam a causa

Algumas celebridades também abraçaram a causa ESG publicamente. Recentemente, os ex-duque e ex-duquesa de Sussex, Harry e Meghan Markle, anunciaram que estão fazendo parceria com uma empresa que auxilia a criação de carteiras de investimentos sustentáveis. A Ethic, nome da companhia que Meghan e Harry agora fazem parte, viabiliza o investimento em empresas que seguem os princípios Environmental, Social and Governance.

Outra celebridade que vem mostrando sua preocupação com o meio ambiente e até já aderiu ao veganismo é a top model brasileira Gisele Bündchen – embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU). E não para por aí, há pouco, a modelo internacional comunicou que agora é acionista da Ambipar (AMBP3) – a rainha do ESG, lembram? E inclusive integrará o Comitê de Sustentabilidade da companhia.

Recursos Escassos

De fato, quando se entra em um bacharelado em ciências econômicas, uma das primeiras coisas que escutamos é que “os recursos são escassos”. Mas por quê será que isso nunca é levado em consideração?

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Um dos elementos que é escasso, mesmo que pareça que não (pela enorme quantidade existente) é a água e, por incrível que pareça (contém ironia), estamos sentindo na pele o que é ter uma matriz energética baseada em hidrelétricas. As faltas de chuvas podem colocar em xeque toda a energia de um país. Não só é passível de que haja falta de energia elétrica no Brasil pela crise atual, como também, as usinas hidrelétricas causam um grande impacto ambiental e social, gerando uma grande transformação do ambiente natural e impactando a vida de povos indígenas.

Desenvolvimento econômico

Por estes e outros motivos, as populações mais jovens estão cada vez mais abordando pautas relevantes para a sociedade como um todo. Um dos aspectos principais para o desenvolvimento econômico diz respeito à qualidade de vida da população atrelada ao crescimento econômico.

Quanto mais desigual é um país, menos desenvolvido ele é: o Brasil é “recordista” em desigualdade de renda. Nosso país se encontra entre os dez países mais desiguais do mundo, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O “G” do ESG

Uma boa governança corporativa é fundamental para a saúde da companhia. Empresas que conseguem satisfazer seus funcionários conseguem melhores rendimentos deles, produzindo melhores resultados para a empresa. Além disso, líderes que possuem stakeholders sem envolvimento com corrupção, más práticas sustentáveis e descumprimento das leis trabalhistas, são melhores vistos pelas marcas e consumidores no geral. Deixar que as pessoas trabalhem mais confortáveis, com bons salários e perspectivas de crescimento pessoal e profissional é peça chave para o bom desempenho econômico-financeiro da empresa.

Ademais, dar espaço para a criatividade, fomentar a inovação e investir no conhecimento dos colaboradores traz benefícios não só para a saúde da companhia no coletivo, como também, auxilia em uma sociedade mais próspera e harmônica.

Aparentemente, nossas gerações precisam aprender muito com as gerações atuais que “mal chegaram” e já estão fazendo barulho com suas pautas: é o que dizem “é cringe não seguir o ESG”.