Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da MSX Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de
educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira,
Multiplicando Sonhos.

Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras

Marco Saravalle

CARE11: vale a pena investir no setor funerário?

Apesar de o fundo ter entrado no radar dos investidores, é preciso cautela

Fundos imobiliários focados no setor funerário são a "bola da vez" - Foto: Envato Elements
  • Muitos se empolgam ao ver nos noticiários que o fundo tem subido significativamente e embarcam nessa, mas o fato de o fundo ter começado a ser visto não significa que seus fundamentos estejam bons
  • O fundo Brazilian Graveyard and Death Care Services FII (CARE11) é um fundo imobiliário que destina seus recursos ao setor de funerária (death care)

O fato de, necessariamente, termos que nos despedir de pessoas queridas quando elas morrem traz uma série de desconfortos a nós, seres humanos. A palavra “morte” é frequentemente evitada e substituída por eufemismos para amenizar a dor da perda.

Muitas religiões e culturas tratam a morte como uma passagem, ou seja, um processo de mudança, assim como o nascimento. Como a ordem natural das coisas.

O tabu em volta da morte ocorre até mesmo quando se trata de investimentos. Mas não me leve a mal: o investimento no setor funerário é um relevante componente para a saúde de uma economia.

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Assim como o setor energético, o setor funerário emprega pessoas, gera renda e aquece a economia, como todos os outros… E é muito importante para o encerramento do ciclo da vida humana e a continuação desse ciclo.

Brazilian Graveyard and Death Care Services FII

O fundo Brazilian Graveyard and Death Care Services FII (CARE11) é um fundo imobiliário que destina seus recursos ao setor de funerária (death care), preponderantemente. O FII é gerido pela Zion Gestão de Recursos LTDA. e administrado pela Planner Corretora de Valores S.A.

O público-alvo do CARE11 são os investidores em geral (pessoas físicas, pessoas jurídicas, fundos de investimentos, investidores institucionais, entre outros.

Empreendimentos do CARE11

  • Grupo Cortel

O FII possui 20% da holding de cemitérios e crematórios, que negocia cessões de direitos de uso de jazigos, cremações, serviços funerários, entre outros.

  • Terra Santa

O FII dispõe de 52,77% da VHR Empreendimentos S.A, Cemitério de Sabará, em Belo Horizonte (MG).

  • Jazigos (Cemitério do Morumby)

O FII detém 2873 jazigos em um cemitério localizado no bairro Morumbi, em São Paulo.

O patrimônio líquido deste fundo é de R$ 292 milhões, com valor patrimonial de R$ 8,16 e o P/VP de 0,63, indicando que o fundo ainda está abaixo do seu valor justo. Por muito tempo, o fundo não distribuiu dividendos, passando a pagar singelos proventos, com dividend yield de 0,23%.

No dia 10 de maio, quando escrevia este artigo, o CARE11 já era a maior alta do dia, com mais de 8% de valorização.

Por que a cota tem se valorizado?

E você deve estar se perguntando por que o fundo de investimento imobiliário que investe em cemitérios tem subido tanto e a média dos FIIs no ano tem ficado tão abaixo da média dos fundos do IFIX? Exatamente por ter entrado no IFIX, índice composto por cotas de fundos imobiliários listados na bolsa, passando a ser visto por investidores que não tinham o tinham no radar.

Vale a pena investir no CARE11?

Apesar de o fundo ter entrado no radar dos investidores, é preciso cautela na tomada de decisão de investir.

Muitos se empolgam ao ver nos noticiários que o fundo tem subido significativamente e embarcam nessa, mas o fato de o fundo ter começado a ser visto não significa que seus fundamentos estejam bons.

Um bom exemplo disso são os dividendos que são quase insignificantes e o histórico que mostra que durante muito tempo o fundo não pagou nada a seus cotistas. Entretanto, analisar um FII apenas com base em seu dividend yield é um equívoco. São muitos os requisitos que deve-se levar em consideração ao comprar cotas de um fundo de investimento imobiliário, tanto quantitativo quanto qualitativo.