Ao ingressarmos em 2025, o mundo encontra-se em um cenário de desafios complexos, incertezas crescentes e uma multiplicidade de crises interconectadas. Cada problema resolvido parece dar origem a novos impasses, muitas vezes mais profundos e difíceis de lidar. Em um momento em que decisões estratégicas são cruciais, as principais lideranças globais enfrentam uma encruzilhada histórica. Como disse Winston Churchill: “Para cada pessoa, chega um momento em que é tocada no ombro e lhe oferecida a chance de fazer algo especial”. No entanto, em 2025, esse “toque no ombro” global não traz apenas oportunidades, mas também exige respostas urgentes e eficazes para enfrentar uma conjuntura desafiadora.
A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos marca o retorno da política de “América em Primeiro Lugar”, com foco em medidas protecionistas. Tarifas elevadas sobre importações de parceiros comerciais como China, México e Europa são apenas um exemplo do que está por vir. Essas políticas, que buscam proteger setores estratégicos internos, têm o potencial de desencadear novas guerras comerciais e fragmentar ainda mais a economia global. A história fornece paralelos relevantes. O Ato de Tarifas Smoot-Hawley, promulgado em 1930, aumentou drasticamente as tarifas americanas, resultando em uma grave retração do comércio internacional e agravando a Grande Depressão.
Em 2025, o ressurgimento de práticas protecionistas carrega riscos semelhantes, prejudicando cadeias de suprimento globais, elevando custos para consumidores e empresas e ampliando a instabilidade econômica. Ao mesmo tempo, a fragmentação política da União Europeia complica ainda mais o cenário. A crescente polarização interna e o nacionalismo dificultam a formulação de políticas comerciais coesas, limitando a capacidade do bloco de responder de maneira unificada às pressões externas.
A competição estratégica entre os Estados Unidos e a China continua a moldar as relações internacionais, abrangendo comércio, tecnologia e influência militar. Em 2025, essa rivalidade atinge novos patamares, com potencial para dividir o mundo em blocos econômicos e tecnológicos distintos. Durante a Guerra Fria, o mundo testemunhou algo semelhante, com países forçados a alinhar-se aos Estados Unidos ou à União Soviética. Hoje, o cenário é mais econômico do que ideológico, mas o efeito prático é comparável. Um possível desacoplamento tecnológico pode criar ecossistemas incompatíveis entre China e Estados Unidos, resultando em custos elevados para empresas e consumidores. Essa rivalidade também tem implicações diretas para as cadeias de suprimento globais. Empresas são cada vez mais pressionadas a diversificar suas operações para reduzir riscos, um movimento que, embora estratégico, pode gerar ineficiências e maiores custos operacionais.
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Conflitos não resolvidos e disputas políticas no Oriente Médio continuam a ameaçar a estabilidade regional e global. Em um contexto de alta dependência de combustíveis fósseis, qualquer perturbação no fornecimento de petróleo e gás dessa região pode provocar aumentos significativos nos preços de energia, agravando a inflação e impactando economias ao redor do mundo. Além disso, as crises humanitárias decorrentes de conflitos armados e de instabilidade política têm o potencial de desencadear fluxos migratórios massivos, como ocorreu durante a crise de refugiados sírios na década de 2010. Isso pode colocar novos desafios econômicos e sociais para a Europa e outras regiões vizinhas.
Embora frequentemente considerada uma potência imparável, a China enfrenta sérios desafios demográficos. O envelhecimento acelerado da população e a redução da força de trabalho comprometem a capacidade do país de sustentar níveis elevados de crescimento econômico. O Japão enfrentou uma situação similar nos anos 1990, que resultou em sua “Década Perdida”. A desaceleração da economia chinesa não afeta apenas o país. Exportadores de commodities, investidores internacionais e cadeias produtivas integradas sentirão os efeitos. Qualquer desaceleração significativa pode desencadear ondas de volatilidade nos mercados financeiros globais, reforçando o impacto sistêmico da China na economia mundial.
Como disse Churchill: “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade. O otimista vê oportunidade em cada dificuldade”. O cenário global de 2025, embora desafiador, apresenta também oportunidades para mudanças estruturais que há muito são necessárias. A diversificação das cadeias de suprimento, o avanço na transição para energias renováveis e a formulação de políticas comerciais mais resilientes são exemplos de ações que podem emergir desse período de instabilidade. No entanto, essas reformas exigirão liderança estratégica, visão de longo prazo e cooperação internacional. Para a comunidade global, 2025 será um ano de disrupção, adaptação e, com sorte, de reinvenção. As escolhas feitas agora definirão não apenas a estabilidade econômica do presente, mas também o legado para as gerações futuras. Como Churchill afirmou certa vez: “A história será gentil comigo, pois pretendo escrevê-la”. Que os líderes de 2025 abracem essa responsabilidade e tomem decisões à altura das demandas de nosso tempo.