(Santiago) – Um ano antes da pandemia da covid-19 se alastrar pelo mundo e trancar os viajantes em casa, o Chile se preparava para receber 596 mil brasileiros e bater um recorde de visitações no país. Desde setembro de 2021, as fronteiras foram abertas para os turistas do Brasil totalmente vacinados, mas os números ainda não voltaram aos trilhos.
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Para estimular a entrada do visitante internacional e recuperar o patamar de 2018, a nova vice-ministra de turismo do Chile, Verónica Pardo, tem planos ambiciosos. Em entrevista exclusiva ao Estadão, Pardo revela que está em contato com as companhias aéreas brasileiras para criar sinergias de rotas entre os países e pensar em soluções para reduzir os preços das passagens.
“Não temos um problema de demanda, mas de oferta de voos. Há novas empresas aéreas anunciando rotas para o Chile e era isso o que esperávamos para bater os números”, diz Pardo. Este é o caso das “low cost” SKY Airline, que iniciou uma operação de voos diretos entre Porto Alegre e Santiago em fevereiro deste ano, e da JetSmart, que também inaugurou em abril uma rota saindo do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
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Com o aquecimento do mercado e novos entrantes oferecendo rotas diretas do Brasil ao Chile, a vice-ministra espera conquistar o recorde e passar a marca de 600 mil turistas brasileiros em 2024.
Veja os principais trechos da entrevista e os planos do Chile para atrair mais turistas brasileiros:
E-Investidor – O Chile perdeu cerca de 100 mil visitantes do Brasil por ano desde a pandemia. Quais são os planos para recuperar o patamar?
Verónica Pardo – Esse não é um problema de demanda, mas de oferta de voos. Há novas companhias aéreas anunciando rotas para o Chile e isso é o que esperávamos para bater esses números. Com novos entrantes esperamos passar a marca de 600 mil turistas em 2024.
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Há conversas no radar para criar sinergias com as aéreas brasileiras?
Começamos a conversar agora com as companhias. A Gol tem vontade de fazer uma rota e já disseram que estão disponíveis para fazer voos diretos. Ainda não temos datas, mas, se há essa possibilidade, é porque a demanda existe. A minha principal expectativa é conseguir mais voos diretos de diferentes regiões do Brasil para diferentes localidades chilenas, além de Santiago.
Como o ministério pode contribuir para acelerar isso?
Primeiro precisamos garantir que o nosso aeroporto atenda a demanda, assim como já acontece com a nossa rede hoteleira. O segundo ponto é a promoção do destino final. Santiago já está na cabeça do brasileiro, mas temos que promover outros destinos turísticos, como o Atacama e a Ilha de Páscoa.
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Qual é o mercado mais relevante em termos de turista internacional para o Chile?
O primeiro é Argentina, mas isso considerando números brutos. Quando falamos de viagens planejadas, o Brasil é o principal. O argentino não precisa fazer um planejamento para vir porque tem a facilidade da distância. No entanto, não é o mesmo planejamento do brasileiro que precisa comprar um ticket aéreo e pensar em toda a logística do destino.
Então o Brasil é o mercado prioritário de vocês?
O Brasil é uma porta de entrada para ao mundo. O brasileiro viaja muito para o exterior e, ao conhecer mais o Chile, ele leva essa informação e experiência como um promotor para outras pessoas. O brasileiro é muito importante para nós.
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