- a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou um alerta ao mercado, informando que a Sentinel não tinha autorização para atuar no mercado
- A Operação Traders, da PF, cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da empresa, em Umuarama, no Paraná, em julho de 2021
Suspeita de desviar quase R$ 1 milhão do fundo de formatura da turma de medicina da Universidade de São Paulo (USP), a aluna Alicia Dudy Müller Veiga alega ter sido vítima de um golpe da corretora de investimentos Sentinel Bank. A empresa especializada em comprar ações na Bolsa de Valores, a corretora prometia devolver rendimentos de até 6,4% ao mês.
Leia também
O Sentinel Bank já se envolveu em diversas outras polêmicas. A Operação Traders, da Polícia Federal (PF), cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da empresa em Umuarama, no Paraná, em julho de 2021. A suspeita é de que o Sentinel Bank captou R$ 200 milhões de investidores. O processo corre sob sigilo da Justiça. No decorrer da Operação Traders, o Sentinel, que não realizava repasse aos seus investidores, teve seus bens bloqueados.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também já publicou um alerta ao mercado informando que o Sentinel não tinha autorização para intermediar esse tipo de ação.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Além diso, o Sentinel Bank também já foi acionado na Justiça 158 vezes, com acusações de pessoas que investiram com a corretora e nunca chegaram a receber nenhum tipo de rendimento. No site “Reclame Aqui” do Sentinel Bank, outras duas pessoas disseram ter investido na corretora e não terem recebido o dinheiro.
O E-Investidor tentou entrar em contato com o Sentinel Bank, mas o número encontra-se fora de operação e o site não está em funcionamento.
Entenda o caso
A universitária de 25 anos confessou à Polícia Civil nesta quinta-feira (19) que desviou o dinheiro arrecadado para a formatura da turma de Medicina da USP. Segundo informações da delegada Zuleika Gonzales, Alicia disse que a intenção era “investir melhor” do que a empresa contratada para arrecadar os fundos.
Assim, Alicia começou a fazer aplicações que não deram certo e perdeu dinheiro. Depois, ela pegou parte do montante para fazer jogos em loteria e chegou a alugar um carro e um apartamento. Ela pode ser indiciada por apropriação indébita, estelionato e lavagem de dinheiro.
Publicidade
No total, 110 alunos teriam sido afetados pelo desvio. A formatura, a colação de grau e o baile dos formandos estavam previstos para serem realizados no início de 2024.
Em nota conjunta, os alunos da USP informaram que no dia 6 de janeiro tomaram conhecimento que a aluna “retirou, sem o conhecimento e consentimento de qualquer outro membro da comissão, um montante totalizando aproximadamente R$ 927 mil“.
Um inquérito foi aberto em julho do ano passado sob a acusação de que ela “teria deixado um prejuízo de R$192.908,47 após ter feito o agendamento do valor via Pix, sem pagar efetivamente pelas apostas que realizou”, diz a nota da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). Na ocasião, a estudante teria solicitado R$ 891,5 mil em apostas.