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Comportamento

Morre Bernard Madoff, criador da maior pirâmide financeira da história

Em 2009, ele admitiu ser culpado de uma fraude de US$ 50 bilhões

Morre Bernard Madoff, criador da maior pirâmide financeira da história
Bernard Madoff, criador da maior pirâmide financeira da história, em imagem de 2009 (Foto: Brendan McDermid/Reuters)
  • Por décadas, Madoff desfrutou da imagem de um guru financeiro que se fez sozinho, cujo toque de Midas desafiava as flutuações do mercado

O ex-financista Bernard Madoff, condenado a 150 anos de prisão por arquitetar o maior esquema de pirâmide financeira da história de Wall Street, morreu em uma prisão federal dos EUA, aos 82 anos, na quarta-feira, 14 de abril.

Bernie Madoff, que em 2009 confessou ser culpado de fraudar US$ 50 bilhões, pediu para ser libertado da prisão em 2020 porque sofria de doença renal em estágio terminal, mas seu pedido foi negado. Ele nasceu em 1938 em um bairro judeu de classe média baixa no Queens, em Nova York.

Madoff admitiu enganar milhares de clientes ao longo de décadas. Um administrador nomeado pelo tribunal recuperou mais de US$ 13 bilhões de uma estimativa de US$ 17,5 bilhões que os investidores investiram nos negócios de Madoff. No momento da prisão, extratos falsos de conta diziam aos clientes tinham ativos no valor de US$ 60 bilhões.

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Quem é Bernie Madoff

Por décadas, Madoff desfrutou da imagem de um guru financeiro que se fez sozinho, cujo toque de Midas desafiava as flutuações do mercado. Essa fama atraiu um séquito de investidores, desde um ex-presidente da Nasdaq até o diretor de cinema Steven Spielberg e o ator Kevin Bacon, além de inúmeros fundos de pensão.

No universo financeiro, a história de sua ascensão em Wall Street com o irmão Peter Madoff (condenado a 10 anos de prisão em 2012) a partir de 1960 era inspiradora e tornou-se uma lenda: eles haviam economizado alguns milhares trabalhando como salva-vidas e instalando chuveiros hidráulicos de emergência.

Na década de 1980, a Bernard L. Madoff Investment Securities ocupava três andares de um arranha-céu no centro de Manhattan. Lá, ele administrou com seu irmão e dois filhos um negócio legítimo como intermediário entre os compradores e vendedores de ações.

Madoff elevou seu status ao usar sua experiência para ajudar a lançar a Nasdaq, a primeira bolsa de valores eletrônica, e tornou-se tão respeitado que aconselhou a SEC, a comissão americana de valores mobiliários sobre o sistema.

O que a SEC nunca descobriu foi que, nos bastidores, em um escritório separado mantido a sete chaves, Madoff estava secretamente tecendo uma teia de riqueza fantasma usando o dinheiro de novos investidores para pagar o retorno dos antigos.

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A fraude dessa trama foi exposta em 2008 como um esquema Ponzi multibilionário que destruiu a fortuna das pessoas e arruinou instituições de caridade e fundações. Ele se tornou tão odiado que teve de usar um colete à prova de balas para ir ao tribunal.

Ao confessar-se culpado, em março de 2009, disse que estava “profundamente arrependido e envergonhado”. A sentença equivalia a uma prisão perpétua. Um site federal informava que sua provável data de libertação seria em 11 de novembro de 2139.

Após vários meses vivendo em prisão domiciliar em uma luxuosa cobertura de US$ 7 milhões em Manhattan, Madoff foi levado para a prisão algemado e recebeu aplausos de investidores furiosos no tribunal.

Um dos investidores prejudicados pela pirâmide financeira criada por Madoff resumiu o que muitos sentiam naquele momento: “Ele roubou dos ricos. Ele roubou dos pobres. Ele roubou do meio. Ele não tinha valores”.

Em 2017, o longa-metragem Mago das Mentiras, com Robert De Niro e Michelle Pfeiffer, contou a história do fundo de investimento de Madoff, que tinha um retorno constante ao longo de décadas. De Niro interpretou Bernie Madoff nessa adaptação do livro da jornalista Diana B. Henriques.

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(Com agências internacionais)

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