- Varejistas pretendem compensar o terceiro trimestre fraco em vendas com a Black Friday
- Mesmo em período de Copa, uma pesquisa feita pelo Ibevar mostra que os desejos do consumidor neste ano não obedecem apenas a paixão pelo futebol
- Ainda assim, quem vende bens duráveis acredita que os clientes vão deixar a sala de estar mais equipada para assistir aos jogos
Com a Black Friday, muitas varejistas apostam na data para compensar o terceiro trimestre fraco em vendas. Apesar de ocorrer no mesmo período que a Copa do Mundo, uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) mostra que os desejos do consumidor neste ano não obedecem apenas a paixão pelo futebol. Ainda assim, quem vende bens duráveis acredita que os clientes vão deixar a sala de estar mais equipada para assistir aos jogos.
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A camisa da seleção avançou mais de 1.700% no desejo dos consumidores em 2022 em relação ao ano passado. Mas essa variação elevada se deve ao fato de que em 2021 a intenção de compra era muito baixa, com nota 5 na pesquisa do Ibevar. Agora, às vésperas do mundial de futebol, atingiu a intenção máxima de compra: 100.
No caso das TVs, a intenção de compra teve avanço bem mais modesto, com alta de 1,7% (saindo da nota 88, para 90). O mesmo ocorreu com os smartphones, para os quais a intenção de compra cresceu 0,5%, mantendo a nota 93.
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Enquanto isso, outros itens, sem relação alguma com a Copa, viram a intenção de compra subir mais agressivamente. O desejo por uma máquina de lavar nova aumentou 18% (de 84 para 100); por drones, 20% (de 67 para 80); e por ar condicionado, 58% (de 63 para 100).
As estratégias das varejistas para atrair público nesse cenário de Black Friday em meio à Copa do Mundo varia. Para a rede MadeiraMadeira, a expectativa é triplicar o movimento em suas lojas físicas (que funcionam como um catálogo palpável e sem estoque: as guideshops). Hoje são 100 unidades dessas espalhadas pelo País – inauguradas em um tempo recorde de 18 meses.
No mês de novembro, a MadeiraMadeira prevê um crescimento de pelo menos 30% no fluxo. Para a semana da Black Friday, a mais intensa para o varejo, a expectativa é de mais de 90 mil clientes circulando ante os 45 mil semanais em períodos normais. A empresa espera ainda um crescimento de, no mínimo, 25% sobre os mais de R$ 40 milhões vendidos na Black Friday de 2021.
Para entender o que os consumidores estavam procurando para a casa durante as pré-promoções do varejo, a companhia fez um levantamento em uma base de mais de 36 milhões de buscas. Os dados mostraram que guarda-roupas foi o item mais procurado na plataforma durante o período, com mais de 6,2 milhões de buscas.
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Além disso, a rede entendeu que, com a proximidade da Copa do Mundo, os clientes investiriam especialmente na renovação da sala para assistir aos jogos. A categoria de móveis para sala, como sofás e poltronas, também ficou entre as mais buscadas, representando cerca de 3 milhões de pesquisas.
A MadeiraMadeira já previa esse movimento e espera vender, por exemplo, mais de 9 mil itens de estofados somente durante a semana da Black Friday.
Bens duráveis
Nas varejistas de bens duráveis, a aposta também é na sala de estar, mas com foco na venda de televisores. O Magazine Luiza vendeu mais de 1 milhão de aparelhos de TV na última Copa e quer vender um número maior neste ano. Para isso, lançou uma campanha de Black Friday adiantada para televisões.
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As ofertas da sexta-feira de promoções que se estendem por todo o mês são espalhadas por diversas categorias de produtos, mas só as TVs ganharam campanha própria. A Via, que também adiantou as promoções de Black Friday, se diz preparada para o evento e fez campanha prometendo PIX nos gols do Brasil no mundial para os clientes que atenderem às exigências da promoção.
A Americanas também faz promoções para a data, mas a gestão da companhia afirmou a investidores que a demanda por bens duráveis segue em patamares parecidos com o que foi visto no terceiro trimestre. A empresa informou, porém, que está ampliando sua presença no interior do País para a data de promoções. Só neste mês de novembro, serão mais 11 novas lojas físicas inauguradas em sete Estados brasileiros e no Distrito Federal – a maioria delas em cidades distantes dos grandes centros.
Moda
Nas varejistas de moda, as expectativas em relação às vendas variam, já que os jogos do Brasil costumam tirar público das ruas e, consequentemente, afetam os negócios.
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Ainda assim, elas se preparam para a data. Na campanha de Black Friday deste ano da C&A, um dos destaques é o aprimoramento do WhatsApp como canal de vendas e atendimento.
A ferramenta, que já é responsável por mais de 50% das vendas on-line da companhia, agora pode ser usada para tirar dúvidas, fazer sugestões, comentários e até reclamações. A adequação integra o canal de relacionamento ao cliente ao WhatsApp. Para isso, a C&A contratou mais de 100 pessoas que estarão totalmente dedicadas ao atendimento digital via WhatsApp da companhia.