Comportamento

Bolsa em queda: com que frequência devo acompanhar os investimentos?

Instabilidade nas bolsas pode levar investidor a cometer erros

Bolsa em queda: com que frequência devo acompanhar os investimentos?
  • Cenário atual é perfeito para confundir os investidores
  • Especialistas recomendam não acompanhar o saldo em tempo real
  • A sequência de alta em três pregões se traduziu em ressaca nesta sexta

Bolsa instável, população em quarentena devido à pandemia de coronavírus e perspectivas nada positivas para os próximos meses. Essa é a combinação perfeita para os investidores surtarem com as oscilações na carteira de investimentos.

Nesta semana, por exemplo, depois de cair 5,22% na segunda-feira (23), o principal índice da bolsa brasileira engatou uma sequência de alta em três pregões e começou a devolver uma parte do prejuízo dos investidores.

O fôlego foi  impulsionado pelos estímulos anunciados nos Estados Unidos para controlar a economia, mas o resultado veio com um efeito ressaca nesta sexta-feira (27). Às 15h10, o Ibovespa caía 4,10% e atingia a marca de 74,5 mil pontos.

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Diante do sobe e desce, é natural ter dificuldade para tomar decisões. Mas como sair ileso desse momento conturbado?

Para o professor de gestão pública da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente, se você não for um day trader, que precisa agir rápido e tomar decisões a cada minuto, o ideal é não olhar o noticiário com frequência. 

“Para não entrar em pânico, recomendo acompanhar as notícias no começo e no final do dia”, alerta Vicente..

Dependendo do tipo de investimento, o professor avisa para não acompanhar o home broker – sistema que conecta os usuários ao pregão eletrônico da Bolsa – todos os dias. “Tem que olhar na velocidade que você consegue trabalhar com eles. Se a pessoa está com uma aplicação com liquidação D+30, a essa altura do campeonato, não tem mais o que fazer. Deixa lá e não olha”, diz.

Essa é a mesma visão do CEO da Gorila, Guilherme Assis. “Controlar os investimentos é uma das coisas mais importantes pensando no longo prazo, mas, nesse momento, eu não acho interessante acompanhar a cada 5 minutos”, diz.

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A mensagem é: ao se desligar das notícias sobre o mercado e do saldo das aplicações, o investidor diminui o risco de cometer o erro de agir por impulso para tentar sair do prejuízo.

“O importante é entender o cenário em que estamos e ter algum consultor para ajudar nas decisões”, indica Assis. “A melhor solução é não tomar decisões por impulso”, completa.

É claro que o investidor não deve ignorar totalmente seus investimentos. Mas, em meio ao caos, o mais mais saudável é deixar o saldo um pouco de lado de vez em quando.

A recomendação dos especialistas é olhar os investimentos uma vez por semana e a partir disso formar uma estratégia de médio e longo prazo. “Em momentos de crise, o desespero bate, mas sempre passa. O que a pessoa tem que fazer é esperar e aproveitar esse momento para curtir outras coisas que ela não tem tempo de fazer no dia a dia.” / COLABORARAM JOSÉ AYAN JÚNIOR E PEDRO HALLACK

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