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Comportamento

Por que os brasileiros estão enviando mais dinheiro para o exterior?

Segundo dados do Banco Central, o volume de transferências pessoais para o exterior cresceu 148% em 10 anos

Por que os brasileiros estão enviando mais dinheiro para o exterior?
As inovações tecnológicas contribuíram para o aumento das transações financeiras. (Foto: Envato Elements)
O que este conteúdo fez por você?
  • As inovações tecnológicas do sistema financeiro foram as principais causas para o aumento do volume financeiro da natureza desta transferência
  • As mudanças possibilitaram a redução do tempo e dos custos envolvidos em cada transferência
  • Atualmente, Estados Unidos e Portugal seguem sendo um dos principais destinos para as remessas

As inovações do sistema financeiro trouxeram mais comodidade e rapidez para os serviços bancários. Com as mudanças, hoje é possível realizar uma transação financeira, por exemplo, para outro país em questão de minutos. As facilidades foram os precursores para o aumento do volume de transferências pessoais do Brasil para outros países.

Segundo dados do Banco Central (BC), em março de 2012, cerca de US$ 86 milhões saíram do território nacional, por meio de transferências pessoais, em direção ao exterior. Dez anos depois, esse volume saltou para US$ 214 milhões, o que representa um aumento de 148% durante o período.

Veja nesta reportagem por que as transações digitais devem crescer 142% até 2030.

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Além disso, a soma das transações financeiras referente ao primeiro trimestre de 2022 (US$ 547 milhões) equivale a mais da metade (55,7%) do valor total das transferências registradas em 2012 (US$ 981 milhões).

Dos principais destinos, Estados Unidos e Portugal seguem no topo dos países que mais receberam dinheiro dos brasileiros nos primeiros três meses deste ano. Ainda de acordo com os dados do BC, em março, os brasileiros enviaram para os EUA um total de R$ 50 milhões, enquanto Portugal recebeu cerca de US$ 38 milhões.

A diferença expressiva retrata os cenários do sistema financeiro em duas épocas. Em 2012, segundo Felipe Steiman, gerente comercial da B&T Câmbio, os grandes bancos dominavam as transações financeiras do mercado e, por isso, tinham a liberdade de elevar os custos desse tipo de serviço, o que inibia a participação de novos clientes.

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Além disso, as taxas com valores mais altos nem sempre acompanhavam a eficiência das operações. “Atualmente, com as corretoras mais atuantes e com um maior limite concedido pelo Banco Central em 2020 (US$ 100 mil para US$ 300 mil), o panorama mudou. Hoje, qualquer pessoa física ou jurídica pode abrir sua conta rapidamente em uma corretora e realizar transferências de forma rápida e segura”, explica Steiman.

Com o surgimento de novos players no mercado, as instituições financeiras foram obrigadas a melhorar as suas condições de serviços e até reduzir as tarifas para atrair novos correntistas. No caso da Wise, instituição financeira com atuação global, metade das remessas do Brasil feitas para o exterior, atualmente, costuma ser realizada em menos de uma hora.

“Do total, 85% são concluídos em menos de 24h, podendo chegar a ser instantâneo (em menos de 20 segundos) com cartão de débito ou crédito”, informou Pedro Barreiro, head de banking e expansão para o Brasil da Wise.

Na esteira dessa busca por agilidade dos serviços, os investimentos em tecnologias do setor bancário dispararam nos últimos anos. Os dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que, em 2021, o orçamento dos bancos em tecnologia foi de R$ 30,1 bilhões. O valor é 13% superior ao apurado em 2020. Para este ano, as estimativas são que o orçamento chegue a R$ 35,5 bilhões. Caso se concretize, o montante será 18% em relação ao ano passado.

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