O que este conteúdo fez por você?
- A empresária Nathália Rodrigues, da plataforma Nath Finanças, afirma que o primeiro passo antes de assinar é avaliar se a plataforma corresponde aos interesses da pessoa
- A educadora em finanças pessoais Carol Stange recomenda que a pessoa divida as despesas entre as de luxo e as necessárias
- De acordo com uma pesquisa por amostragem da Hibou, 7 a cada 10 pessoas no País assinam ou já assinaram uma plataforma de streaming
(Abel Serafim, especial para o E-Investidor) O estudante de Relações Internacionais Igor Batista, de 22 anos, conta que uma plataforma de streaming foi levando à outra. Ele assina cinco serviços que oferecem um catálogo de séries, filmes e músicas de forma regular e três de modo temporário (assinatura restrita a um curto período). Mensalmente, Batista desembolsa cerca de R$ 70.
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Você deve estar se perguntando: mas qual é o passe de mágica para consumir diversos canais e pagar menos? A fórmula do Igor é dividir as contas com amigos. Ele afirma que só acessa todo santo dia a plataforma de música. Por isso, “seria inviável assinar tudo sozinho”.
Consumir conteúdo por demanda está no pacote de entretenimento do brasileiro. De acordo com uma pesquisa por amostragem da Hibou, empresa de monitoramento de consumo e mercado, 7 a cada 10 pessoas no País assinam ou já assinaram uma plataforma de streaming. A pesquisa ouviu 1.106 pessoas nos dias 9 e 10 de abril deste ano por meio de abordagem digital. A margem de erro é de 2,9%.
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O aumento no consumo de streaming ocorreu, sobretudo, após o confinamento provocado pela pandemia de covid-19, afirma Ligia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou. “Sem poder ter lazer fora de casa, o streaming se tornou quase o bote salva-vidas do brasileiro durante o período”, acrescenta.
A pesquisa ainda mostrou que o preço é um dos fatores para continuar ou deixar de assinar o serviço. Segundo a sócia da Hibou, o consumidor está avaliando o custo-benefício. Se, na pandemia, ele assinou mais de um, agora, com o retorno às atividades e o incremento de outras despesas, surge o questionamento: vale a pena continuar contratando essa plataforma? “Então, o preço está sendo muito decisivo para ele (o assinante de streaming)”, afirma Mello.
E, diante de tantas ofertas tentadoras, é possível economizar, sem deixar de lado o serviço que interessa? A resposta é sim, de acordo com os especialistas ouvidos pelo E-Investidor. Agora, é preciso planejar. Não dá para sair assinando sem critérios, viu?
A empresária Nathália Rodrigues, da plataforma Nath Finanças, afirma que o primeiro passo antes de assinar é avaliar se a plataforma corresponde aos interesses da pessoa. “Um bom começo é optar por pagar o plano anual, que geralmente dá direito a vários perfis diferentes, à vista (para garantir um desconto maior) e, se possível, dividir esse valor com amigos. Assim, não pesa para ninguém”, afirma.
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Nathália acrescenta que outro procedimento é pesquisar por descontos especiais. ”Alguns serviços oferecem valores que chegam à metade da oferta convencional para universitários, famílias ou para duas pessoas”, destaca.
A educadora em finanças pessoais Carol Stange recomenda que a pessoa separe as despesas entre as de luxo e as necessárias. As despesas de luxo são aquelas voltadas para o bem-estar e conforto, mas não são urgentes, enquanto as necessárias são indispensáveis para o dia a dia, como supermercado, condomínio e farmácia.
Para isso, é preciso colocar todas as contas na mesa para avaliar se os gastos estão excessivos. “E os ajustes são: eu vou eliminar essa despesa, vou reduzi-la por um tempo ou vou mantê-la porque está dentro do que eu quero para esse tipo de natureza”, afirma Stange.
Indo nessa linha, Rodrigues indica que o usuário calcule os gastos anuais com os serviços para observar o comprometimento do orçamento com as mensalidades. Ela ainda diz que o valor ideal para essa despesa deve ser fixado pelo indivíduo a partir da análise da situação financeira.
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Stange ainda orienta uma boa pesquisa antes de fechar uma assinatura, acompanhada de uma reflexão sobre o real uso da ferramenta. “A primeira opção ofertada é sempre a mais cara para o cliente e a mais vantajosa para a empresa”, diz a educadora financeira.
Rodrigues aconselha a cancelar contas sem uso. “Se você nem lembrava que aquele streaming era uma opção, provavelmente faz mais sentido economizar esse dinheiro que está sendo gasto sem uso”, afirma.
Batista, que já segue algumas dessas dicas, afirma que os serviços de streaming substituíram 100% o uso da TV. “É basicamente onde fica todo o meu entretenimento. Então, eu não consigo viver de forma alguma sem eles”, diz.