- As mulheres estão com 53% da carteira em ativos da renda fixa
- A renda variável ocupa apenas 1% do espaço disponível na carteira das mulheres
- Fundo de previdência é o segundo investimento mais presente na carteira feminina
As mulheres investem mais em ativos da renda fixa e nos fundos de previdência, mostra pesquisa do Santander Brasil (SANB11) enviada com exclusividade ao E-Investidor nesta sexta-feira (22).
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Segundo o levantamento, as investidoras estão com 53% da carteira em ativos da renda fixa, como Certificados de Depósitos Bancários (CDB), Letras de Crédito do Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos do Tesouro Direto e até na poupança.
O estudo também indica que as mulheres elevaram o investimento em renda fixa em três estados brasileiros. O maior foi o Piauí, cuja parcela na categoria passou de 39% para 50%; seguido por Sergipe (de 49% para 56%) e Rondônia, de 50% para 55% entre 2022 e 2023. Já investidoras de Tocantins (de 81% para 69%) e Roraima (61% para 55%) fizeram o movimento contrário e reduziram a participação conservadora.
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Surpreendentemente, o comportamento adotado pelos homens – que geralmente se arriscam mais – também foi na direção do conservadorismo: eles elevaram a parcela em renda fixa no mesmo período de comparação, de 50% em 2022 para 52% em 2023.
“Os dados mostram que as mulheres são mais disciplinadas em suas aplicações e, mesmo em anos desafiadores como o ano passado e o anterior, elas mostraram persistência”, diz Luciane Effting, executiva responsável pelo Santander AAA.
De acordo com o Santander, o segundo lugar do levantamento ficou com os investimentos de previdência privada, com participação de 28,4% da carteira das mulheres. No ano anterior, a participação desse segmento era de 27,7%.
A renda variável e o crédito privado ficaram para trás. Apenas 1% da carteira das mulheres está em títulos de dividas das empresas, conhecidos como crédito privado. Os investimentos em ações na Bolsa de Valores também estão com uma participação de apenas 1% nas carteiras femininas.
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Na visão de Ana Paula Hornos, psicóloga, educadora financeira e colunista do E-investidor, esses números podem ser atribuídos a uma combinação de fatores, incluindo diferenças biológicas, sociais e de educação entre gêneros.
“Mulheres ainda se declaram com menor grau de educação financeira do que homens, e isso pode limitar o acesso à gama de produtos da renda variável, por não se declararem como investidoras qualificadas”, afirma Hornos.
Ela também comenta que historicamente a renda fixa, com rendimentos atrelados ao CDI ou IPCA, tem ficado acima do Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira. “Então este comportamento de escolha pode ter sido aprendido pela base histórica por experiência ao investir”, aponta Hornos.
Para a especialista, independentemente da idade ou gênero, a carteira do investidor não deve superar os 30% em investimentos de risco.
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Ela também reforça que o ideal é tomar cuidado com generalizações, pois essas tendências de gênero são observações gerais e existem exceções significativas.
“A personalidade e o comportamento individual podem variar bastante dentro de qualquer grupo demográfico, incluindo diferentes gêneros, por isso é possível que muitas mulheres invistam mais na renda variável”, explica Ana Paula Hornos.