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- Figueiredo destaca que a relevância sobre o tema se dá por não ser um grupo pequeno de investidores que se interessa por ativos digitais
- A visão é similar à de Valdir Pereira, sócio da JL Rodrigues & Associados e professor do Insper
- O BC não está alheio à discussão e cita como o presidente da entidade, Roberto Campos Neto, tem citado o futuro em meio aos ativos digitais
Por Bruna Camargo – As instituições que atuam na intermediação de investimentos, assim como os reguladores, precisam acompanhar as novidades a respeito de ativos digitais e se reinventar para “não ficarem para trás”. A avaliação é de Luiz Fernando Figueiredo, sócio-fundador da gestora Mauá e ex-diretor do Banco Central.
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“A quantidade de novas coisas que estão aparecendo, novas utilizações, o mundo da tokenização está aí. Como é que você regula isso? E não só o regulador, mas nós vamos ter que nos reinventar, pois são muitas coisas mudando ao mesmo tempo e de maneira relevante”, afirmou Figueiredo, durante painel no evento de 50 anos da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord), na tarde da terça-feira (16).
Figueiredo destaca que a relevância sobre o tema se dá por não ser um grupo pequeno de investidores que se interessa por ativos digitais. “O acesso geral dessas novidades é o que a torna importante. Eu acho que estamos atrasados [em tratar disso]”, diz. “Nós, como provedores dos serviços aos nossos clientes, temos que descobrir qual é o nosso DNA, não fugir das nossas origens, mas entender que o mundo está indo nessa direção [digital]”, reforça o ex-presidente do BC.
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A visão é similar à de Valdir Pereira, sócio da JL Rodrigues & Associados e professor do Insper. “[O mercado de ativos digitais] é uma realidade. Nossos clientes e investidores de fato investem e compram, a tendência do criptomercado é irreversível. Mas traz desafios. A gente não pode só pensar ‘é ou não é’, ‘regula ou não regula’, mas o que precisa ser protegido e como fazer, porque a estrutura é diferente, e isso não quer dizer que é ruim ou pior, é só um desafio grande. E como todo desafio, tem muita oportunidade”, avalia.
Antonio Marcos Fonte Guimarães, chefe de Subunidade no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, pontua que o BC não está alheio à discussão e cita como o presidente da entidade, Roberto Campos Neto, tem citado o futuro em meio aos ativos digitais.
No entanto, ele faz a ressalva de que por vezes o mercado parece ter dúvida sobre com o que está lidando. “Temos um PL para a construção da taxonomia, o que acho muito importante. Caso contrário há uma insegurança grande quando for regulamentar o mercado. É preciso entender os riscos”, alerta.