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Comportamento

Dólar americano a R$ 4,45? Entenda o cálculo do índice Big Mac

A desvalorização do real chega a 17,5% no primeiro semestre

Dólar americano a R$ 4,45? Entenda o cálculo do índice Big Mac
(Fonte: Shutterstock/Nepdar/Reprodução)

(Roberta Picinin, especial para o E-Investidor) – O Índice Big Mac, divulgado pela revista britânica The Economist no primeiro semestre de 2022, indica que o dólar no Brasil deveria custar R$ 4,45. A publicação compara o preço do famoso sanduíche do McDonald’s em diferentes países ao redor do mundo, com base na teoria de paridade de poder de compra. Atualmente no Brasil, um sanduíche Big Mac custa R$ 22,90 e nos Estados Unidos o produto sai por US$ 5,15.

O cálculo mostra 17,5% de subvalorização da moeda brasileira frente à norte-americana. A revista considerou o preço do Big Mac nos Estados Unidos (US$ 5,15) e a cotação do dólar no Brasil, com base na taxa de câmbio implícita para chegar ao porcentual.

Fabrizio Velloni, economista-chefe na Frente Corretora, afirma que o real tem passado por um processo de desvalorização em relação ao dólar nos últimos três anos. “Que ainda deve se refletir por um longo período devido às desconfianças surgidas na época da delação da JBS durante o governo Temer”, lembra, sobre o caso de suspeita de corrupção.

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Desde 2012 o Brasil é um dos países emergentes que têm o menor crescimento de Produto Interno Bruto (PIB). Como reflexo disso, a moeda brasileira fica cada vez mais fraca, segundo o economista. “O Brasil até hoje não tem uma expectativa de crescimento sustentável e é um dos países que tem uma das economias menos atrativas para conseguir capital de longo prazo”, afirma Velloni.

Para Renan Mazzo, head de câmbio SVN Investimentos, a taxa de câmbio tem inúmeras variáveis que a influenciam, como preço ou inflação. “Caso aumente a demanda de real, a moeda vai se valorizar frente ao dólar e vice-versa”, afirma.

No entanto, “há neste momento um cenário de inflação em ascensão nos países desenvolvidos, o que gera uma previsão de alta na taxa de juros deles”, comenta Mazzo. “Em razão disso, a desvalorização na moeda nos emergentes, como o Brasil, persiste”, complementa.

Além dos fatores macroeconômicos terem relevância na precificação do câmbio, a moeda brasileira carrega em seu histórico problemas que dizem respeito aos governos e resultados econômicos passados e atuais. Em ano de eleições, de acordo com os especialistas, é possível que o País tenha mais problemas com o câmbio devido aos riscos de mudanças políticas e fiscais, os quais podem desvalorizar ainda mais o real.

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