- O dólar é sensível a momentos de incertezas, como o atual conflito no Oriente Médio
- Acompanhar as cotações da moeda e não investir tudo de uma vez de última hora é crucial
- Criar uma pequena reserva e converter dólares semanal ou mensalmente ajuda a evitar imprevistos
Eventos recentes como o início da guerra em Israel provocaram ainda mais pressão sobre o dólar. A moeda norte-americana já vinha subindo com as expectativas sobre as taxas do Tesouro americano. Além disso, o dólar é sensível a momentos de incerteza, como o conflito no Oriente Médio. Nesta sexta-feira (20), a divisa norte-americana fechou em cotada a R$ 5,0313, o que representa um recuo de 0,43% ante a véspera.
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Fernanda Melo, planejadora certificada pela Planejar CFP, explica que a política monetária dos EUA vem enfrentando desafios, em consonância com as altas taxas de juros no Brasil, fatores que contribuem para as mudanças no valor da moeda.
“O mercado ainda está muito volátil. A gente verifica isso se for olhar o comportamento do dólar nos últimos tempos”, diz Ani Caroline Grigion Potrich, coordenadora do Núcleo de Finanças Pessoais e Comportamentais (NUFIPEC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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A expectativa do mercado financeiro é que o dólar não fique abaixo dos R$ 5 até o fim do ano. Contudo, vale destacar que a imprevisibilidade faz parte deste universo e situações variadas podem fazer a moeda oscilar tanto para cima quanto para baixo.
Em meio a um cenário instável, como se programar para viagens ao exterior? O E-Investidor procurou especialistas para dar orientações a quem deseja economizar.
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Comprar dólar aos poucos
Para fugir das oscilações e evitar pagar mais caro na moeda estrangeira, a dica é acompanhar as cotações e não investir tudo de uma vez de última hora. Fernanda recomenda converter o dinheiro aos poucos.
Para Ani Caroline, a dica é válida. Para os que conseguem, ela indica investir um pouco a cada semana. “Assim a gente consegue ter um valor médio, porque pega tanto o momento do dólar embaixo, quantos momentos do dólar em alta — na média”.
A orientadora financeira Nathália Rodrigues, mais conhecida como Nath Finanças, concorda. “Muita gente tem a tendência de querer achar o ‘melhor momento’ para comprar dólar, euro ou qualquer outra moeda. E termina pagando mais caro porque a gente não tem como adivinhar o melhor momento”, afirma.
Abrir uma conta global
Contas correntes em moeda estrangeira são uma boa forma de fugir de taxas extras, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Fernanda considera essa uma opção conveniente. “O IOF é o mesmo da conversão de moeda e ainda tem a vantagem de não precisar andar com dinheiro”.
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Outra orientação é investir em um fundo cambial de dólar — investimento coletivo em ativos relacionados à moeda. Entretanto, essa estratégia é mais indicada para planejamento a longo prazo.
Para seguir por esse caminho, o ideal é procurar corretoras de valores ou bancos confiáveis. “O importante é você ir colocando um pouco todos os meses para você não sofrer com essas flutuações”, indica Jurandir Sell Macedo Júnior, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em finanças pessoais.
Evitar usar o cartão de crédito
Segundo Rodrigues, essa é uma opção que pode causar descontrole nos gastos. “Se possível, melhor usar o dinheiro que tiver juntado ou disponível para o momento. E aí você planeja a viagem de acordo com o que tem em mãos, com o que sua realidade permite fazer”.
Além disso, o uso de cartões de crédito em compras internacionais está sujeito à cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Dependendo da operadora do cartão, a porcentagem pode ser alta. A dica dos especialistas é focar em juntar dólar para fugir dos encargos extras. Apesar disso, ressaltam que o cartão de crédito apresenta uma grande vantagem para quem sabe usá-la a seu favor: a possibilidade de juntar milhas.
Começar o quanto antes
Embora a dica principal para viagens seja planejar com o máximo de antecedência (de preferência, com um ano ou mais), para quem deseja viajar ainda este ano, a proposta é não demorar. Criar uma pequena reserva e converter dólares semanal ou mensalmente ajuda a evitar imprevistos e gastos exorbitantes em cima da hora. “Eu não posso te dizer se o dólar daqui até o final do ano vai subir ou vai descer e qualquer pessoa que disser isso é totalmente irresponsável”, diz Macedo.
Nath Finanças chama atenção ainda para a inclusão de um seguro-viagem no planejamento financeiro. “É fundamental ter esse seguro. Se vai viajar agora e não conseguiu separar um dinheiro por mês para usar durante a viagem, usa o cartão, mas não esquece de criar um limite diário para não voltar com o peso na consciência e ficar com situação financeira complicada logo no começo do ano”.
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