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- Pesquisa mostra que a inadimplência atingia 23,9% dos lares em fevereiro, contra 25% no mês anterior
- Redução seria, segundo a FecomercioSP, resultado de uma inflação mais amena e ainda um reflexo da injeção do 13º salário
- A redução veio nos patamares esperados, mas ainda está longe de um cenário mais aceitável
A inadimplência entre as famílias de São Paulo caiu pelo terceiro mês seguido em fevereiro, atingindo todas as faixas de renda. Os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostram que a inadimplência atingia 23,9% dos lares em fevereiro, contra 25% no mês anterior.
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O relatório que acompanha a pesquisa diz que a redução é resultado de uma inflação mais amena e ainda um reflexo da injeção do 13º salário. Em números absolutos, a inadimplência saiu da casa do milhão, atingindo agora 965 mil famílias que precisam quitar os compromissos feitos em atraso.
Apesar da queda mensal, o patamar atual ainda é superior ao visto em fevereiro do ano passado, de 21,8%, ou 872 mil famílias inadimplentes.
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A redução da inadimplência e do endividamento foi observada em ambas as faixas de renda analisadas pela pesquisa. Para o grupo de renda inferior a dez salários mínimos, o endividamento caiu para 75,9% e a inadimplência para 29,5%, enquanto para as famílias que ganham mais de dez salários mínimos, as taxas foram de 63,5% e 9,8%, respectivamente.
O assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze, diz que a redução era esperada, mas ainda está longe dos patamares mais aceitáveis. “O que nós precisamos é de um cenário de juros mais baixos, de inflação mais controlada e geração de emprego. Com isso a gente volta ao patamar de 15 a 16%, que sempre foi uma média em período de normalidade”, diz.
Desenrola Brasil
Sobre quais devem ser os impactos do Desenrola Brasil, programa do governo federal para negociações de dívidas, o assessor econômico da FecomercioSP diz que apesar de bem-vindo, ele não deve trazer resultados no longo prazo. “ Esses programas são bem-vindos, mas são paliativos”, afirma.
Endividamento
O endividamento seguiu a mesma tendência e recuou dos 73,1% de janeiro para atuais 72,7%. Um ano antes, a taxa havia sido de 73%. Ou seja, sem grandes mudanças num período de um ano. Agora, há 2,93 milhões de famílias endividadas em São Paulo.
Nesse recorte, não significa que a dívida está em atraso e sim que a família tem algum tipo de compromisso com carnês ou cartão de crédito.
O tipo de dívida mais comum está relacionado ao cartão de crédito, com 82,8%. Embora isso não signifique necessariamente que as faturas estejam em atraso, a FecomercioSP chama a atenção para o risco de endividamento.
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A orientação para quem ficou inadimplente no cartão é buscar imediatamente uma forma de quitar a dívida por meio de um novo crédito mais barato, como o crédito pessoal ou consignado. O importante é não entrar no rotativo, pois o dano no orçamento doméstico é relevante.
A segunda modalidade mais comum entre os endividados é o carnê, com 15,9%. A questão é que, com os juros elevados, o consumidor paga, além do preço do produto, um custo financeiro expressivo.
Em alguns casos, paga-se no final das contas mais que o dobro do valor do produto, somente por conta dos juros.