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- Depois de a produtora de carnes vegetais Beyond Meat ter sido pioneira ao abrir capital, chegou a vez dos laticínios de origem vegetal
- Na última semana, a Beyond Meat nomeou como CFO o veterano da Amazon Phil Hardin, elevando as expectativas para o futuro da empresa e do setor
- Para o investidor brasileiro que tem interesse em entrar no setor, é possível fazer por meio de BDRs, ETF e corretoras internacionais
Um mercado que tem chamado a atenção no exterior é o de empresas veganas, seja no setor de alimentos, cosméticos ou vestuário.
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Depois da produtora de carnes vegetais Beyond Meat (NASDAQ: BYND) ter sido pioneira ao abrir capital, chegou a vez dos laticínios de origem vegetal.
Na sequência, saiba como investir nesse mercado aqui no Brasil e o que esperar do desenvolvimento do setor para os próximos anos.
Destaques do mercado
Como destaques, podemos citar empresas veganas como a Beyond Meat, que em 2021 nomeou como CFO o veterano da Amazon, Phil Hardin, e elevou as expectativas para o futuro da empresa.
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Assim como a produtora de leites veganos, Oatly (NASDAQ: OTLY), que no mesmo ano se lançou no mercado com oferta inicial de US$1,4 bilhões.
Entre os investidores da marca estão o rapper Jay-Z, o ex-presidente do Starbucks (SBUB34), Howard Schultz.
Além disso, a atriz Jessica Alba já revelou que investe no setor e que também é cofundadora da Honest Company (NASDAQ: HNST), uma empresa de cosméticos com todos os produtos Cruelty Free (não passam por testes em animais) e com uma larga linha de produtos veganos.
Outra empresa que chama a atenção no mercado de alimentação à base de plantas é a Impossible Foods.
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Apesar de ainda não ter feito o IPO, como fez a concorrente, já recebeu investimentos de nomes como Ruby Rose, Katy Perry e Serena Williams.
Como investir em empresas veganas na Bolsa?
Para o investidor brasileiro que tem interesse em entrar no setor, é possível fazer as aplicações por meio de BDRs, ETF e corretoras internacionais.
Nos Estados Unidos, o US Vegan Climate ETF (VEGN) é um fundo de índice composto por empresas de diferentes setores que possuem o selo vegano.
Felipe Arrais, especialista em investimentos globais da Spiti, diz que o interesse em investimentos neste setor não parte apenas de pessoas que se identificam com o modo de viver.
Há uma tendência geral de preocupações com questões ambientais, sociais e de governança corporativa, o ESG, principalmente entre Millennials e Geração Z.
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Nesse sentido, Arrais afirma que “onde a nova geração vai, o mercado vai atrás”.
Ele aponta, ainda, que a indústria vegana girou US$ 14,44 bilhões em 2020 e que é esperado um crescimento. “Tal crescimento, no entanto, não vai ser linear nos próximos anos, pois essa transformação está cada vez mais em aceleração”, diz.
Segundo pesquisa da Ingredion (NYSE: INGR), empresa de processamento alimentício com cidadãos da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru, divulgada no fim de 2020, 90% dos entrevistados afirmaram ter interesse em consumir alimentos vegetais, movidos pelo desejo de se alimentar de forma mais saudável.
Guilherme Zanin, estrategista da corretora americana para brasileiros Avenue Securities, relata que a procura por oportunidades sustentáveis no mercado americano acontece de forma mais acelerada e, por conta disso, investidores brasileiros procuram cada vez mais plataformas que possibilitem estar perto de inovações do setor.
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“É uma quebra de paradigma. As empresas que não conseguirem se adaptar a uma nova forma de pensar, como essas transformações da ‘onda verde’ do ESG, vão ficar atrasadas por não conseguir atrair a nova sociedade”, afirma o especialista.
Segundo Zanin, mesmo as empresas que não são puramente veganas, estão se adaptando. Já Felipe Arrais diz que não há perspectiva para o lançamento de uma companhia no Brasil.
Assim, quem deseja ter esse mercado na carteira deve pesquisar sobre selos de compromisso ambiental em geral ou buscar no mercado internacional.
Os setores de cosméticos e vestuário também buscam selos de identificação. A brasileira Grendene (GRND3), por exemplo, divulga em seu relatório para investidores a certificação pela Vegan Society, garantindo que nenhum produto possui origem animal.
O dilema do investimento no mercado vegano
Apesar das empresas de produtos completamente plant-based estarem entrando no mercado, tradicionais companhias do setor alimentício, incluindo grandes frigoríficas, também têm investido nos produtos veganos em busca do alcance de um público de consumidores e investidores mais preocupados com questões sustentáveis e sociais.
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É o caso do surgimento de linhas vegetais da Seara, do Grupo JBS (JBSS3), da Sadia, parte da BRF (BRFS3) e dos Revolution Burger, da Marfrig (MRFG3).
Não menos importante, no âmbito internacional, gigantes como McDonald’s (MCDC34) e Burger King (BKBR3) também investem em produtos de origem vegetal.
Então, quem quer comprar ativos que possibilitam o crescimento do mercado vegano, pode optar por aplicar em empresas que também têm produtos de origem animal.
O próprio ETF Vegano (US Vegan Climate ETF) ainda recebe críticas por ter, em sua maioria, setores que não estão diretamente relacionados à questões sociais e sustentáveis.
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O índice é formado por 51% por tecnologia, 13% pelo setor financeiro, 11% por consumo cíclico (automóveis, imóveis) e 10% pela indústria.
Mas vale destacar que a perspectiva para os próximos anos, ao menos para Arrais, da Spiti, é que à medida em que novas empresas entrem no mercado, possa surgir um fundo vegano formado pelos setores de alimentos, vestuário e cosméticos.