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Comportamento

Justiça eleitoral proíbe “picanha mito” a R$ 22 no dia das eleições

Promoção de açougue goiano oferecia carnes nobres a preço em alusão ao número de urna de Jair Bolsonaro

Justiça eleitoral proíbe “picanha mito” a R$ 22 no dia das eleições
(Foto: Agência Brasil)

Um açougue goiano, Frigorífico Goiás, fez uma promoção inusitada nessas eleições: algumas carnes nobres, como picanha e cupim, foram vendidas a R$ 22 o quilo, em alusão ao número de urna do candidato Jair Bolsonaro (PL). Além do tumulto causado pelo grande número de consumidores que procurou o estabelecimento, a promoção se tornou alvo da Justiça. O desembargador do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, Wilton Müller Salomão, pôs fim ao desconto na tarde deste domingo (2).

A decisão foi dada no âmbito de uma representação eleitoral ajuizada pela Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PC do B e PV, às 23h30 do sábado (1º). Tamanha foi a repercussão do desconto, que imagens aéreas mostram consumidores em torno de todo o quarteirão onde fica a casa de carnes.

A propaganda da Picanha Mito mostra uma foto de Bolsonaro segurando embalagens do frigorífico, um vídeo de uma tábua de carne ao lado de uma arma de fogo e uma embalagem de Cupim Mito.

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A primeira dama, Michele Bolsonaro, comentou a publicação, parabenizando o estabelecimento pelo patriotismo.

Um dos argumentos da Federação autora da medida judicial é de que a continuidade da promoção causará artificialmente estados mentais a favor dos candidatos do Partido Liberal sob o n.º 22, inclusive ao candidato a Governador de Goiás.

O pedido ainda solicita que o juiz encaminhe cópias do processo para a Polícia Federal, para que se apure o crime previsto no artigo 334 do Código Eleitoral – utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores.

O relator deferiu uma liminar às 13h22 da tarde deste domingo, 2. Ele determinou que o Frigorífico Goiás encerrasse imediatamente a promoção e apagasse as publicações das suas redes sociais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

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Nos autos, está documentada a expedição de mandado para intimação e citação do estabelecimento, mas não há confirmação de que foi cumprido.

Até a publicação desta reportagem, o Frigorífico Goiás não havia removido as publicações. Nos seus stories, o estabelecimento apenas repostou notícias da liminar compartilhadas por seus consumidores.

COM A PALAVRA, FRIGORÍFICO GOIÁS

A reportagem entrou em contato com o Frigorífico Goiás. Contudo, até a publicação desta reportagem, não teve resposta.

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