Comportamento

As lições financeiras que 2021 deixou para o investidor

Especialistas os indicam principais aprendizados do ano e dão dicas para 2022

As lições financeiras que 2021 deixou para o investidor
Ter uma reserva de emergência é uma das lições de 2021. Foto: Envato
  • Com uma pandemia que já dura quase dois anos, os mercados mundo afora mostraram quão imprevisíveis podem ser
  • Para os analistas, a diversificação de investimentos precisa estar na pauta de 2022
  • Especialistas alertam para a importância do investidor proteger seu dinheiro em investimentos estrangeiros e locais que estejam atrelados à Selic ou à inflação no longo prazo

Com a continuidade da pandemia, a queda de mais de 8% da bolsa de valores, juros altos e a inflação subindo, 2021 foi um ano tenso. Porém, como em todos os momentos de crise, o ano trouxe aprendizados importantes para os investidores.

O E-Investidor conversou com analistas que destacaram as principais lições financeiras que o ano de 2021 deixou para o investidor e os cuidados para tomar em 2022.

  • Imprevisibilidade do mercado

Com uma pandemia que já dura quase dois anos, os mercados mundo afora mostraram quão imprevisíveis podem ser.

Rodrigo Knudsen, gestor da Vitreo, destaca como é difícil prever a tendência dos mercados, lembrando os temores de uma inflação forte nos EUA. Porém, ela não foi tão forte quanto se imaginava. Ele também lembra que as expectativas para as ações brasileiras eram melhores no início do ano, o que não se confirmou.

  • Reserva de emergência

A imprevisibilidade do mercado faz com que outra lição se destaque: a importância de se ter uma reserva de emergência.

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Thiago Godoy, Head de Educação Financeira da Xpeed, escola de educação financeira da Xp Inc, alerta que ter uma reserva de emergência é essencial e ela precisa ser construída de forma adequada para que a pessoa enfrente períodos de crise. “Montar essa reserva de emergência com seis meses a um ano do seu custo de vida é algo para ser feito agora. Quem não tem ainda precisa construir”, alerta.

  • Investimentos com liquidez

Seguindo a linha dos ensinamentos de momentos de crise sobre a imprevisibilidade e a importância de ter uma reserva de emergência, a necessidade de se ter investimentos com liquidez, principalmente na reserva de emergência, é outra lição que 2021 trouxe.

“Essa reserva de emergência precisa estar em investimentos que sejam fáceis de resgatar, que tenham liquidez, porque nós não sabemos quando vão acontecer os imprevistos, as emergências”, alerta Godoy.

  • Diversificação de investimentos

Para os analistas, a diversificação de investimentos precisa estar na pauta de 2022.

Para João Daronco, analista da Suno Research, a diversificação precisa se dar tanto na forma das classes de ativos como na forma geográfica, com os investidores protegendo seu dinheiro em outros países. “Vivenciamos instabilidades políticas e econômicas no Brasil, enquanto outras economias estão caminhando muito bem”, lembrou o analista.

  • Pensar no longo prazo

Ter a cabeça no longo prazo não é algo simples, principalmente dependendo do perfil do investidor. Mas é uma medida necessária para saúde financeira e mental.

Por isso, é essencial entender sobre seu perfil de investimentos de cada um, para alocar as expectativas em estratégias que correspondam à realidade do mercado financeiro. “Não se pode ter pressa para ganhar dinheiro. Ter pressa é a receita para você se frustrar”, alerta o head da Xpeed, Thiago Godoy.

  • Reserva de oportunidade

Outra dica que o ano deixou, segundo Godoy, foi a necessidade de ter reservas de oportunidade. Como o próprio nome indica, elas ajudam o investidor a tirar proveito de chances que o mercado dá em momentos de crise como a queda da bolsa, onde as ações ficam mais baratas.

A reserva de oportunidade é para momentos em que os ativos estão desvalorizados e com tendências de subir novamente, fazendo com que o investidor ganhe com essa “volta ao normal”.

  • Não pagar caro demais em um ativo

Para Daronco, da Suno Research, o ano foi bastante cheio de IPO’s e muitos deles vieram com elevadas expectativas embutidas. “À medida que o tempo foi passando e grande parte das expectativas não se cumpriram, ou o cenário deteriorou, a cotação destes papéis se desvalorizaram”.

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Com isso, fica o alerta para sempre pesquisar e entender bem os valores dos investimentos feitos,para que eles não sejam irreais e acabem dando prejuízos.

Cuidados e apostas para 2022

Especialistas alertam para a importância do investidor proteger seu dinheiro em investimentos estrangeiros e locais que estejam atrelados à Selic ou à inflação no longo prazo. Godoy indica olhar para investimentos como o Tesouro IPCA, que é bem popular, e títulos privados também, como LCIs e LCAs, que não são tributados. Assim como CRIs e CRAs e debêntures incentivadas, que também são isentos.

Já Daronco, da Suno, lembra que é essencial não cair na tentação de perpetuar o momento atual. “As pessoas tendem a achar que quando o Brasil começa a ir mal ele vai desandar e tudo irá de mal a pior, do mesmo modo ocorre quando o Brasil vai bem”. A dica para o investidor é ter tranquilidade e ser racional com aquilo que aprendeu.

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