Quem vê Lírio Parisotto hoje, um dos maiores investidores brasileiros, não imagina que o empresário já perdeu milhares de reais na bolsa de valores no fim da década de 1970. Mas ele deu a volta por cima, estudou o mercado e viu que era possível multiplicar seu patrimônio mesmo durante momentos de crise.
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Em 1988, ele inaugurou a VideoLar, pioneira na fabricação de videocassetes no Brasil, que mais tarde passou a produzir DVDs e Blu-Ray. Com os recursos proporcionados pelo sucesso da empresa, Parisotto investiu 2 milhões na Bolsa de Valores em meados dos anos 1990. Dessa vez, ele obteve ganhos e conseguiu ampliar o capital.
Aos 68 anos, o empresário acumula uma fortuna estimada em R$ 12 bilhões, de acordo com a revista Forbes. Em sua carteira de investimentos, ele opta por empresas associadas aos setores de eletricidade, mineração e siderurgia.
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Com uma trajetória de mais de quarenta anos na Bolsa, Parisotto já deu vários conselhos sobre investimentos. Veja uma seleção de frases preparada pelo E-Investidor:
1. “Não perca tempo com IPO, você paga a conta literalmente”
IPO é a sigla para ““initial public offering” e representa a entrada de uma empresa na Bolsa. Nesse momento, o preço das ações podem estar em alta porque há custos com o material publicitário e com o road show (uma apresentação da empresa ao mercado), além das comissões dos bancos de investimentos. E quem paga por tudo isso são os investidores.
2. “Pouca diversificação, uma ação por mês é mais que suficiente”
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Parisotto recomenda ter, no máximo, 12 a 13 ações em carteira. Isso porque é difícil acompanhar muitos papéis diferentes. O melhor mesmo é avaliar atentamente uma empresa, reconhecendo seus fundamentos e o setor em que atua para então investir e permanecer com ela por mais tempo.
3. “Compre preferencialmente empresas protegidas da entrada de concorrentes”
O empresário foge de ações ligadas ao setor aéreo e ao comércio varejista porque elas apresentam pouca proteção contra a concorrência, além de terem margens de lucro baixas. Já as empresas associadas à mineração, siderurgia e petroquímica tendem a ter um bom fluxo de caixa.
4. “Fique longe das empresas que têm sede em países exóticos”
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Investir em empresas que possuem matriz em países emergentes distantes pode ser arriscado por conta da legislação desses lugares. Para Parisotto, já basta a dificuldade em avaliar as leis brasileiras.
5. “Não compre empresa que dê prejuízo, empresa com lucro não quebra”
Apesar de esse mandamento parecer óbvio, muitas pessoas acabam investindo em empresas que apresentam dificuldades pelo valor baixo das ações. Segundo ele, o melhor é analisar o histórico da empresa e verificar se ela tem entregado resultados positivos com frequência.
6. “Liquidez é fundamental, precisamos sempre da porta de entrada e saída”
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É preciso investir em ações com liquidez para conseguir vender ou comprar os papéis quando desejar. Se a empresa fica dias sem negociar, o investidor sai prejudicado.
7. “Procure coisa boa e barata. Boa tem bastante, barata idem. As duas juntas são difíceis”
Há empresas com ações baratas, mas com margens de lucro baixas. E há também empresas boas, com ações de alto custo. Na visão de Parisotto, os investidores devem procurar um ponto de equilíbrio e selecionar bem os papéis que estarão em sua carteira.
8. “Nunca dê ouvidos a espíritos santos de orelha. Faça o dever de casa, analise e avalie”
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Várias pessoas dizem ter “dicas quentes” sobre ações e mercado financeiro, mas podem não saber exatamente do que estão falando e propagam informações erradas. É preciso analisar bem os indicativos de uma empresa para investir sem cair em modas cíclicas.
9. “Tenha coragem e personalidade de enfrentar a maré contrária, controle o medo na queda e a ganância na alta”
Para operar na Bolsa de Valores é necessário controlar as emoções. Durante as crises, Parisotto não recomenda que os investidores vendam desesperadamente suas ações. Nos momentos de alta, é preciso saber até qual valor é seguro investir, porque os riscos sempre estão presentes.
10. “Aposte num azarão, só para ter motivo de se desafiar”
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O empresário também reconhece que os investimentos podem ser uma fonte de diversão. Para se desafiar e testar novas possibilidades, ele recomenda que as pessoas apliquem uma pequena parte de seus patrimônios em uma ação desacreditada pela maioria dos investidores. Esse tipo de papel, em alguns casos, pode ter potencial.