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Comportamento

Rumo ao bilhão: a história de 3 investidores renomados do Brasil

Eles acumularam uma fortuna com aplicações financeiras e estratégias eficazes

Rumo ao bilhão: a história de 3 investidores renomados do Brasil
Luiz Barsi Filho, o maior investidor individual da bolsa de valores do Brasil (Foto: Alex Silva/Estadão Conteúdo)
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  • Quando Luiz Barsi, Luiz Alves Paes de Barros e Lírio Parisotto compraram suas primeiras ações, a Bolsa de Valores brasileira era praticamente um clube fechado
  • Vanguardistas, eles conseguiram acumular verdadeiras fortunas por meio de aplicações financeiras e, claro, estratégias de investimento eficazes
  • Veja a história desses investidores e suas respectivas filosofias de investimento

Quando Luiz Barsi, Luiz Alves Paes de Barros e Lírio Parisotto compraram suas primeiras ações, a Bolsa de Valores brasileira era praticamente um clube fechado. Se hoje, com maior acesso à informação, a B3 contabiliza de 3,5 milhões investidores pessoa física (apenas 1,65% da população), há algumas décadas investir era um ato praticado por poucos.

Nem é preciso voltar muito no tempo. Há cinco anos, a B3 tinha apenas 564,5 mil CPFs cadastrados. Por isso, os três investidores são tão importantes: vanguardistas, conseguiram acumular verdadeiras fortunas por meio de aplicações financeiras e, claro, estratégias de investimento eficazes.

Entre os três L’s houve quem começasse do zero, com capital limitado e quem perdeu dinheiro nas primeiras ‘apostas’.

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Veja a história desses investidores e suas respectivas filosofias de investimento:

Luiz Barsi Filho, 82 anos

Uma das figuras mais interessantes do mercado financeiro, Luiz Barsi é um dos maiores investidores pessoa física da Bolsa, com R$ 2 bilhões aplicados. A fortuna do simpático senhor de 82 anos, entretanto, não vem de berço. De infância até a adolescência, trabalhou como engraxate e alfaiate para ajudar a família a pagar as despesas da casa.

A trajetória histórica no mercado financeiro – e o consequente acúmulo de patrimônio – teve início na década de 1960, quando Barsi começou a trabalhar em uma corretora e investir o que sobrava do salário. A Bovespa ainda estava engatinhando, com ações negociadas em pregões viva voz, escassez de informações sobre as empresas e número muito reduzido de companhias de capital aberto.

Uma das receitas do sucesso que fizeram do ex-engraxate um bilionário estaria na aposta em investimentos de longo prazo e em conseguir dividendos. Os estudos, claramente, foram fundamentais nesse processo: o investidor se formou em Economia e Direito.

A vida sem extravagâncias e ostentações desnecessárias também norteou Barsi a atingir o objetivo dos seus investimentos: conseguir uma renda passiva considerável e não depender da previdência social, estilo chamado por ele de “carteira de ações previdenciária”.

Luiz Alves Paes de Barros, 73 anos

Ele vem de uma família rica do segmento de açúcar, mas que perdeu quase tudo por não saber como gastar. Luiz deu os primeiros passos na Bolsa aos 16 anos, comprando ações do banco Comind – na época, tinha o capital de US$ 10 mil. O investidor se formou em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e transformou o montante inicial em uma fortuna de US$ 1,5 bilhão.

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A filosofia de investimentos era simples e consistia em vender na alta e comprar na baixa. “Se cair eu compro, se subir eu vendo. Mercado tem todo dia”, foi uma das frases mais marcantes do investidor.

Ao lado de Luis Stuhlberger, ele criou a corretora Griffo, que depois se juntou com a Hedging. Em 2006, o negócio foi vendido para o Credit Suisse.

Para administrar seu dinheiro, o da esposa e o do filho, ele criou em 2003 o fundo Alaska Poland. Doze anos depois, fundou a gestora Alaska, do fundo Alaska Black.

O perfil de Luiz Alves é parecido com a do seu xará, Luiz Barsi. Discreto, o investidor é conhecido como ‘bilionário fantasma’ no mercado financeiro.

Lírio Parisotto, 67 anos

Lírio Parisotto nasceu em 18 de dezembro de 1953, no interior do Rio Grande do Sul, e começou a vida trabalhando como agricultor, na pequena fazenda da família. Com 13 anos, já focado em ganhar dinheiro, entrou para um seminário, onde ficou por cinco anos até ser expulso por mal comportamento.

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Depois, passou em um concurso para o Banco do Brasil e se tornou bancário. Com os recursos, formou-se como médico mas, em seguida, enveredou para a área do comércio. Parisotto só sossegou quando fundou a VideoLar, primeira fabricante de videocassetes no Brasil e pioneira em DVD e Blu-Ray.

O capital conseguido com a VideoLar impulsionou o então empresário para a Bolsa de Valores. Os primeiros investimentos foram feitos em 1971, mas não trouxeram resultados positivos. Sem formação em Economia, o hoje bilionário perdeu milhares de reais na Bovespa no fim dos anos 1970.

Decidiu então estudar o mercado e viu que existiam empresas que cresciam até mesmo em crises. Em meados dos anos 1990, investiu R$ 2 milhões obtidos com a bem-sucedida VideoLar na Bolsa, que passava por uma grande queda. O resultado foi a multiplicação do patrimônio.

A despeito da sua controversa vida privada, o investidor segue os passos de outro famoso nome do mercado financeiro, Warren Buffett, e utiliza a estratégia buy and hold (comprar e manter), com foco no longo prazo. Atualmente, sua fortuna ultrapassa R$ 1,3 bilhão.

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