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Comportamento

Open Banking completa um ano: entenda os próximos desafios

Segundo especialistas, os resultados do início da implementação devem ser vistos ainda neste ano

Open Banking completa um ano: entenda os próximos desafios
Segundo pesquisa da Quanto, plataforma de Open Finance, 65% dos brasileiros estão dispostos a compartilhar seus dados em troca de taxa menores e outros benefícios bancários (Foto: Envato Elements)
  • Com o lançamento das quatro fases do Open Banking, a perspectiva é que as instituições financeiras devem investir mais em tecnologia para o processamento dos dados compartilhados.
  • As quatro fases de implementação do Open Banking foram iniciadas em períodos diferentes no ano passado. No entanto, novos serviços ainda devem ser acrescentados neste ano

Um ano após o lançamento da primeira fase do Open Banking pelo Banco Central (BC), a implementação do sistema financeiro aberto no Brasil caminha para o processo de consolidação ao longo de 2022. De  acordo com especialistas, com o acesso ao grande volume de informações bancárias de correntistas por meio da tecnologia, a tarefa para as instituições financeiras neste momento é saber analisar todos esses dados de forma eficiente e segura.

A implementação das quatro fases do Open Banking aconteceu em períodos diferentes ao longo de 2021. A primeira iniciou há um ano e se resumiu à padronização das informações sobre os canais de atendimento e as características dos produtos e serviços bancários tradicionais ofertados pelas instituições financeiras participantes.

No entanto, as mudanças mais significativas ocorreram somente seis meses depois, durante o lançamento da segunda fase. A partir do dia 13 de agosto do ano passado, foi permitido o compartilhamento de dados cadastrais e transacionais sobre serviços bancários tradicionais, como contas e pagamentos. Desde então, a implementação de outras duas fases foram iniciadas pelo BC, permitindo a oferta de novos serviços aos correntistas.

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Apesar do pouco tempo do início do processo de implementação, já é possível ver os resultados do Open Banking para o sistema financeiro. De acordo com informações do site oficial do Open Banking Brasil da autorregulação do BC, o número de chamadas bem sucedidas de APIs (Applications Protocol Interface, na sigla em inglês), que significa interface de programação de aplicação, cresceu quase 600% de novembro de 2021 até dezembro de 2021.

Segundo Gustavo Bresler, gerente de estratégia da Quanto, plataforma de Open Banking, essas chamadas de APIs tratam-se de conexões entre empresas de tecnologias ou instituições financeiras para a realização de algum serviço pelo novo sistema. Isso significa que o aumento expressivo visto nos últimos dois meses aponta a adesão dos brasileiros ao serviço. “Os bancos estão utilizando mais esse serviço de consumo de dados a partir da autorização do consumidor”, explica Bresler.

A perspectiva é que esses números cresçam ainda mais nos próximos meses. De acordo com uma pesquisa feita pela Quanto, 65% dos brasileiros estão dispostos a compartilhar os seus dados bancários para obter melhores taxas e disponibilidade de serviços. O percentual de aceitação, na avaliação de Gustavo, exige das instituições financeiras investimentos em tecnologia para analisar de forma mais eficiente as informações disponibilizadas.

“Não é só analisar os dados em si. É preciso entender os resultados porque montar, por exemplo, um módulo de análise de crédito não é uma coisa que você consegue fazer de um dia para o outro”, ressalta Bresler. Apesar dos desafios, o gerente de estratégia da Quanto afirma que há empresas que conseguiram aumentar em até 30% a concessão de crédito para os clientes.

Devido a necessidade de uma análise mais eficiente das informações, Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), acredita que uma das áreas mais demandas pelas instituições financeiras nos próximos anos será a de inteligência artificial. “Quando você tem um banco digital com um bilhão de registros é muito complicado. Então, toda essa parte de tratamento dos dados será a maior parte dos investimentos nos próximos anos”, estima Vilain.

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De acordo com os dados mais recentes da Febraban, a média de investimentos em tecnologia dos bancos brasileiros foi de R$ 26 bilhões em 2020. No entanto, ele acredita que esse volume deve aumentar ainda mais no balanço de 2021 que será divulgado ainda neste ano. “Acho que os investimentos em 2021 não serão menores do que os R$ 26 bilhões (por ano) que a gente experimentou em 2020”, estima Vilain.

Os investimentos em segurança também devem entrar no radar das instituições financeiras, o que deve exigir mais esforços das empresas. “Nós temos um sistema financeiro muito seguro no Brasil, e o desafio do Open Banking é não criar novos riscos”, destaca José Roberto Kracochansky, CEO e fundador da Jazz, fintech especializada em Bank as a Service, solução tecnológica que permite o desenvolvimento e gerenciamento de uma cadeia de pagamentos.

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