- Inflação no Brasil é uma das mais altas, mas o custo de vida no País é apenas o 78º mais caro do mundo, de acordo com a Numbeo
- Imposto e posição geográfica são fatores determinantes para o custo de vida na maior parte dos cinco países mais caros para se viver
- O salário médio na Suíça supera o equivalente a US$ 6,3 mil e é um dos maiores do mundo
A inflação acumulada no Brasil nos últimos 12 meses é de 11,7%, e o aumento de preços é global. Os Estados Unidos registraram alta de 9,1%, enquanto a União Europeia ficou em 8,6%, considerando a média de todas as economias do bloco.
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Trata-se de um fenômeno inicialmente ligado à pandemia de covid-19. “Quando as economias do mundo se recuperaram antes do previsto, houve uma demanda não atendida em uma série de produtos e serviços”, explica João Alfredo Nyegray, professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo (UP). Como resultado, os preços subiram.
A guerra na Ucrânia agravou a situação. As sanções aplicadas aos russos tornaram mais caros o petróleo, o gás natural, os fertilizantes e os metais. Além disso, trigo e outros produtos ucranianos exportados tiveram problemas de embarque. “A alta das commodities gerou uma onda inflacionária global”, comenta o professor.
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Em alguns locais, os gastos para se viver são ainda maiores, especialmente na comunidade do Caribe, por conta do isolamento geográfico.
No Índice de Custo de Vida realizado pela Numbeo, que calcula periodicamente diversos itens como aluguel, alimentos e poder de compra local, em comparação com a cidade de Nova York (EUA), o Brasil ocupa a 78ª posição.
Confira quais são os cinco países mais caros para se viver no momento.
1. Bermudas
Bermudas é um território ultramarino da Grã-Bretanha, mas é administrado como um país. A ilha, que está localizada a mais de mil quilômetros da costa dos Estados Unidos, no Atlântico Norte, importa quase tudo de que necessita — e isso não custa barato, especialmente porque o imposto de importação custa em torno de 35%.
Com a população de 72 mil habitantes espremida em uma área de 53 quilômetros quadrados, o preço do aluguel é altíssimo. Para piorar, serviços essenciais, como eletricidade, são fornecidos por uma empresa estatal que tem o monopólio.
Com isso, grande parte da população é pobre, e a taxa de desemprego entre jovens é de 29%.
2. Suíça
A Suíça foi considerada o país mais caro para se viver até 2017, quando perdeu o posto para Bermudas. No entanto, diferentemente da ilha caribenha, o território suíço está no centro da Europa, então os impostos cobrados estão entre os menores do mundo.
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A principal explicação para os preços altos na nação europeia está relacionada ao alto poder de compra da população local. Apesar de não ter um salário mínimo nacional, em média um trabalhador recebe mais de 6 mil francos suíços por mês, o equivalente a mais de US$ 6 mil.
3. Bahamas
O arquipélago de Bahamas é composto de mais de 700 ilhas localizadas entre Cuba e Estados Unidos, as quais abrigam 355 mil pessoas. Com agricultura e indústria muito incipientes, o turismo representa a maior parte da força econômica do país.
Com quase todos os produtos consumidos oriundos de fora, a principal receita do país são as taxas alfandegárias e sobre serviços.
O imposto de importação chega a 220%, mas a média dos produtos paga entre 5% e 35%. Parte da população vive abaixo da linha da pobreza, e o desemprego entre os jovens é de 26%.
4. Barbados
Barbados está localizada no Atlântico Norte, mas tem identidade relacionada ao Caribe. A indústria açucareira tem participação relevante na economia, mas o país depende de produtos importados dos Estados Unidos e do Reino Unido para sobreviver.
Apesar da riqueza gerada pelo turismo, a maior parte da população, de 300 mil habitantes, é pobre. O índice de desemprego de pessoas entre 25 anos e 34 anos é de 26%. O país também sofre com a poluição das águas costeiras devido à eliminação de resíduos tóxicos por navios.
5. Islândia
A Islândia combina isolamento geográfico, imposto alto de importação e população rica para se tornar um dos países mais caros para se viver. A taxa alfandegária custa 24%, e a renda média é de US$ 5,5 mil por mês.
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A agricultura é altamente regulamentada, com diversos produtos proibidos de serem importados e controle de preços locais, mas todo maquinário agrícola precisa ser comprado no exterior. A indústria local é voltada para a produção de alumínio, ferro silício e processamento de peixe.