Comportamento

Parcelado sem juros é determinante para decisão de compra? Estudo responde

Brasileiros recorrem ao cartão de crédito sempre que a compra tem valor moderadamente mais elevado

Parcelado sem juros é determinante para decisão de compra? Estudo responde
  • 102 milhões de brasileiros são contra o fim dessa modalidade.
  • Dados acendem alerta para o setor, diz presidente da CNDL.
  • vai além da escolha de pagamento.

Um estudo promovido pelo Instituto Locomotiva mostra que o parcelamento sem juros é determinante para a decisão de compra. A pesquisa diz respeito ao uso de cartão de crédito.

De acordo com o levantamento, quase 115 milhões de brasileiros só conseguiram conquistar seus sonhos porque puderam comprar na referida modalidade.

A apuração indica, ainda, que 80% dos consumidores desistiriam de fazer compras se não houvesse essa opção.

A Febraban e o parcelado sem juros

O estudo joga luz a um tema que está em evidência, desde que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) publicou outro estudo elencando que a eliminação do parcelamento sem juros no cartão de crédito, definido pela entidade como “uma jabuticaba brasileira”, poderia reduzir pela metade o custo com o pagamento de juros nominais no País, dos atuais 12,42% ao mês, para os níveis praticados em outros países da América Latina, de cerca de 6,6% a.m.

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Já a sondagem do Locomotiva indica que o parcelamento sem juros está mais presente em categorias com ticket médio mais alto, como eletrodomésticos, viagens e eletroeletrônicos.

Para o Locomotiva, a modalidade demonstra o papel do consumo planejado, e aponta que entre os compradores de itens essenciais da chamada linha branca, como geladeira, fogão e micro-ondas, nos últimos 12 meses, por exemplo, cerca de 76% dos entrevistados parcelaram as compras.

No quesito lazer, a pesquisa destaca que esse mesmo contingente de pessoas conseguiu viajar porque obteve parcelamento da viagem e da hospedagem sem acréscimos.

Sonho de consumo

A pesquisa também aferiu que, entre quem comprou eletroeletrônicos, como TVs e computadores, no último ano, 71% parcelaram as compras, assim como 67% entre os que adquiriram peças de vestuário e 61% entre quem adquiriu serviços de educação/cursos, tiveram acesso graças à diluição dos valores sem acréscimo no crédito.

Presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles afirma que os dados são um lembrete de que o parcelamento sem juros vai muito além da escolha de pagamento. “Ele é um catalisador que torna sonhos em realidade para quase 115 milhões de brasileiros. Se retirarmos essa ferramenta das mãos dos consumidores, estagnaremos a retomada econômica do País”, alerta.

Já o Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), José César da Costa, ressalta que os dados acendem um alerta para o setor. “O crédito sem juros é um dos principais aliados dos empreendedores para manterem seus negócios. Qualquer empresa ficaria economicamente inviável sem esse modelo, culturalmente praticado no Brasil, gerando grandes prejuízos à economia do País”, avalia.

Setores mais prejudicados

  • 64% declararam que o fim do parcelamento sem taxas prejudicaria muito no consumo de eletrodomésticos;
  • 63% indicaram o setor de eletrônicos;
  • 57% responderam passagens aéreas/hospedagem;
  • 53% apontaram o ramo de educação/cursos.
  • O estudo evidencia que 102 milhões de brasileiros são contra o fim dessa modalidade.

A apuração do Instituto Locomotiva foi feita entre os dias 30 de agosto e 11 de setembro de 2023 com 1.000 consumidores das classes A, B, C, D e E. A pesquisa quantitativa de autopreenchimento com portadores de celular ouviu homens e mulheres com mais de 18 anos.

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A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Os recortes podem ser acessados no documento anexo.

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