Comportamento

Mais da metade da população sente alto estresse com as finanças, diz pesquisa

Levantamento revela que a saúde mental dos brasileiros está prejudicada em relação às próprias finanças

Mais da metade da população sente alto estresse com as finanças, diz pesquisa
52% dos brasileiros sofrem com estresse financeiro, diz pesquisa da Anbima. Imagem: Adobe Stock

Mais da metade da população brasileira (52%) declara sentir alto estresse financeiro, se preocupando constantemente com despesas, falta de dinheiro e não pagar as contas em dia. É o que aponta a 7ª edição do levantamento do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) realizada com o Datafolha.

Segundo a pesquisa, os impactos prejudicam mais a classe D/E, com 62% desses brasileiros sofrendo com o estresse financeiro, enquanto as classes A e C tem representatividade de 40% e 53%, respectivamente. Já entre os investidores de produtos financeiros, o percentual dessa condição de saúde mental é um pouco menor, de 45%.

Essa é a segunda edição em que o diagnóstico foi aplicado no levantamento. No resultado anterior, em maio de 2023, 43% da população contava com alto nível de estresse por conta das próprias finanças.

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Além disso, o estudo mostra que 34% da população teve gastos maiores do que a renda em 2023. O percentual se acentua entre as pessoas que declararam alto nível de estresse financeiro: 45% delas afirmaram ter gastado mais do que o dinheiro recebido no ano.

Fatores que levam ao estresse

Cerca de seis em cada 10 brasileiros (56%) apontam o medo de perder as atuais fontes de renda como forte motivo da condição mental. Entre investidores, a porcentagem é levemente mais baixa, marcando 49%. As despesas são outro fator de preocupação, citado por 52% dos entrevistados.

Para Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbia, parte das dificuldades enfrentadas pelas pessoas é explicada por fatores sociais e econômicos, principalmente ligados à baixa renda e à vulnerabilidade social que são realidade para uma parcela grande da população.

“A dificuldade de lidar com as decisões financeiras e o estresse que ela causa acabam afetando todas as classes sociais. Então, ampliar o acesso a informação e a programas de educação financeira é essencial para ajudar as pessoas a estarem mais preparadas e conscientes na hora de tomar decisões que impactam suas vidas financeiras”, diz o superintendente em nota.

Controle das finanças e saúde mental

Apesar do alto nível de estresse, 85% dos brasileiros e brasileiras afirmam ter cuidado com as finanças e 74% dizem não gastar dinheiro de maneira desnecessária. No entanto, muitos possuem contas em atraso (62%) e se preocupam com a possibilidade de depender de amigos e familiares (57%) para manter as contas em dia.

Na classe D/E, os impactos das finanças na saúde mental são maiores: 61% das pessoas desse estrato afirmam se sentir constantemente cobradas e sob pressão por seus gastos, 54% dizem não conseguir dormir de modo adequado com preocupações financeiras e 44% afirmam ter discussões em casa por problemas financeiros.