- Busca por voos do Brasil para o Japão aumentou 68% em 2023, impulsionada pela isenção dos vistos para turismo no país. Levantamento mostra que o preço médio dos bilhetes é de quase R$ 7 mil.
- Para evitar extrapolar o orçamento, viajantes devem fazer um planejamento financeiro, considerando todos os custos.
A isenção de visto para turistas brasileiros no Japão começou a valer há pouco mais de um mês e tem impulsionado o interesse por viagens no país asiático. O buscador Kayak identificou um aumento de 68% na procura por voos para o Japão entre julho e novembro de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. A empresa de câmbio Travelex também observou um crescimento de 167% nas negociações de iene no Brasil em outubro, como consequência do aumento do turismo para o país. No entanto, passar férias no Japão não sai barato e exige planejamento.
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O preço médio das passagens aéreas em 2023 foi de R$ 6.923,48, segundo o Kayak. O levantamento considera voos de ida e volta, em classe econômica, de todos os aeroportos do Brasil, para todos os aeroportos do Japão.
Esse valor pode ser mais alto dependendo da cidade. Osaka, por exemplo, registrou aumento de 140% nas buscas por voos em 2023, e o custo médio da passagem aérea sai por R$ 7.932,12, enquanto para Tóquio esse valor cai para R$ 6.742,30.
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Osaka, inclusive, está entre os destinos mais procurados na plataforma de aluguel por temporada Airbnb para viagens entre 1º de novembro e 31 de dezembro deste ano. A cidade de Tóquio aparece como o destino mais buscado na plataforma por hóspedes para viagens em família, para check-ins entre 1º de novembro e 31 de dezembro de 2023.
A hospedagem também corresponde a um dos principais gastos da viagem. Uma pesquisa no Booking para o mês de janeiro mostra que o preço dos hotéis varia de R$ 1.283 a R$ 63.664 para um período de cinco diárias em Tóquio.
Coordenadora do laboratório de Finanças Pessoais da ESPM, Paula Sauer afirma que para evitar pagar caro o viajante deve observar os períodos de festividades japoneses. Agosto é o principal mês da alta temporada no país, com o período de feriado prolongado de verão, por exemplo. Mas a primavera também é um mês muito procurado por turistas, em razão das flores de cerejeiras.
“A hospedagem também tem custos díspares, dependendo do que se quer conhecer. Em cidades pequenas há pousadas mais baratas, mas em cidades grandes o ideal é pesquisar diretamente nos sites de hotéis”, aconselha a economista.
Planejamento financeiro e outros gastos
Além dos custos com passagens e hospedagem, o planejamento financeiro deve incluir os gastos variáveis, como alimentação e transporte. O ator e radialista Estevão Goldani viajou ao Japão em abril deste ano e conta que, apesar de ter achado a capital japonesa menos cara que cidades europeias e americanas, por exemplo, ainda assim é preciso se organizar para encaixar a viagem no orçamento.
“Para economizar só andávamos de transporte público, que era excelente. Uber e táxi são inviáveis por conta do preço, muito acima dos valores praticados no Brasil. O grosso dos gastos veio da alimentação e dos bilhetes pra entrar nas atrações. Ainda que não tenham sido valores exorbitantes, a quantidade de coisas para fazer é muito grande”, afirma Goldani.
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O radialista gastou entre R$ 35 e R$ 60 por refeição ou entre R$ 20 e R$ 25 quando optava por sanduíches, incluindo alguma sobremesa. Para se ter uma ideia, uma oferta de BigMac com batata frita e bebida sai por 800 ienes, o equivalente a cerca de R$ 26. “Para alimentação, usei muito as lojas de conveniência. Eles têm muitas opções de sanduíche de porco ou frango, todos muito gostosos”, diz.
Sauer, da ESPM, recomenda ter uma reserva para gastos com compras de roupas e eletrônicos, além de pequenas lembranças. A educadora financeira também ressalta que é importante levar dinheiro em espécie. “O japonês gosta de ver e receber dinheiro em papel moeda. O cartão de crédito internacional é aconselhável para evitar carregar grandes valores em espécie e o viajante pode optar por um cartão de débito de conta internacional para realizar saques em caixas eletrônicos ou casas de câmbio”, explica.
Flávia Schutz, educadora financeira do Sicoob, afirma que a questão do câmbio deve ser bem estudada pelo viajante antes de embarcar. Segundo ela, em alguns casos pode ser necessário fazer a conversão de real para dólar, e depois de dólar para iene.
“Como o iene é a moeda oficial japonesa, o ideal é que o viajante tenha uma boa quantia em mãos. Pode acontecer de o estabelecimento não aceitar outra moeda e dificilmente será possível trocar real por iene lá. Se for levar dinheiro em espécie, troque real por dólar aqui e, quando chegar ao Japão, troque o dólar por iene. Ou, ainda, levar um cartão pré-pago, que permite fazer compras em iene”, avalia.
Para a especialista, o ideal é fazer o máximo de pagamentos à vista e antes da viagem. Isso pode ser feito com passagens aéreas, hospedagem e outros custos, como entrada de museus e pontos turísticos. Dessa forma, quando chegar ao destino, o viajante teria que se preocupar apenas com os gastos do dia a dia, como alimentação e compras.
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