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Comportamento

O quanto as eleições dos EUA e da União Europeia vão abalar os mercados?

Em 2024, é provável que eleitores americanos revivam nas urnas a batalha Joe Biden contra Donald Trump

O quanto as eleições dos EUA e da União Europeia vão abalar os mercados?
A eleição dos Estados Unidos deve ter mais impacto aos mercados do que a do Parlamento Europeu (Foto: Envato Elements)
  • As eleições presidenciais dos Estados Unidos estão previstas para acontecer no dia 5 de novembro, mas a disputa começa já no início deste ano
  • Nesta terça-feira (5), as eleições primárias vão definir os candidatos à eleição presidencial. A expectativa é que Joe Biden e Donald Trump disputem novamente às eleições
  • Já na Europa, os cidadãos de países membros da União Europeia irão às urnas para eleger seus representantes no Parlamento Europeu

O ano de 2024 não será de eleições apenas no Brasil. Os Estados Unidos e a União Europeia também terão um ano decisivo e agitado com a escolha de governantes que deve repercutir em escala global. A decisão final dos eleitores deve provocar movimentos de altas e de baixas para os principais mercados internacionais.

A eleição de maior impacto certamente é a dos Estados Unidos, a maior economia do mundo e onde estão as principais bolsas de valores do mercado mundial. No dia 5 de novembro deste ano, os norte-americanos irão às urnas para escolher quem será o próximo presidente.

Por enquanto, os candidatos que disputam a cadeira na Casa Branca, sede do governo federal, não foram definidos – por meio das primárias, que estão acontecendo –, mas alguns nomes já circulam na imprensa. Joe Biden, do Partido Democrata e atual presidente dos Estados Unidos, deve tentar a sua reeleição e pode enfrentar mais uma vez Donald Trump, do Partido Republicano, que ocupou a presidência no mandato anterior.

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Segundo FiveThirtyEight, um agregador de pesquisas, Trump tem 76,6% das intenções de votos dentro do seu partido em fevereiro. Já Biden conta com aprovação de 73,9% dentro do Partido Democrata durante o mesmo período.

Nos EUA, as eleições começam com as primárias, também chamadas de prévias, quando os partidos decidem seus representantes na disputa à Presidência. A votação está prevista para acontecer nesta terça-feira (5) e, até essa data, Donald Trump conquistou decisões favoráveis à sua candidatura.

No fim de fevereiro, o ex-presidente venceu as primárias republicanas do Estado norte-americano Carolina do Sul. Já nesta segunda-feira (4), a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que nenhum estado norte-americano pode impedir Trump a disputar as eleições presidenciais.

Mercado já precifica eleição nos EUA

Mesmo sem uma definição oficial sobre quem serão os candidatos, Marcelo Cabral, sócio e gestor da Stratton Capital, afirma que o mercado já precifica os cenários com a vitória de Trump ou de Biden. “Em um cenário de eleição de Trump, os mercados devem subir. Se o resultado for Biden, o mercado cai. Vemos essa projeção com base no mercado de opções com data de vencimento próximo do dia 5 de novembro”, diz Cabral. A preferência do mercado por Trump, segundo o gestor, acontece devido à agenda política do possível candidato do Partido Republicano ser mais favorável à redução de impostos.

Por essa lógica, o corte de impostos estimula mais consumo que, consequentemente, implica em melhores resultados das empresas e mais dinheiro disponível para investimento na bolsa de valores. “O setor de energia seria um dos mais beneficiados com uma vitória do Trump. O de saúde também, porque o Biden tem um discurso mais favorável ao controle de preços nesses setores”, afirma o sócio da Straton Capital.

No entanto, há quem avalie que o período eleitoral, mesmo com esse embate, não trará volatilidade intensa para a bolsa e para o mercado de renda fixa, como ocorreu no Brasil em 2022. Will Castro Alves, economista e sócio da Avenue, afirma que o S&P500 sobe em torno 9,8% em anos eleitorais e, nos períodos sem eleição, a alta atinge em média 9,9%. Ou seja, a volatilidade ocorre, mas não o suficiente para determinar o desempenho dos índices acionários.

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“Para o mercado, é muito mais importante a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a taxa de juros do que sobre o resultado das eleições”, afirma Castro Alves. Esse movimento acontece porque o mercado segue nas expectativas para o início do ciclo de corte dos juros no país. A previsão é que aconteça ainda este ano e, por isso, as declarações dos dirigentes do Fed são acompanhadas de perto no mercado. Atualmente, os juros permanecem no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano.

Eleições na União Europeia

As eleições para o Parlamento Europeu estão previstas para acontecer nos dias 6 e 9 de junho. O pleito ocorre a cada cinco anos e é responsável por eleger os deputados que irão ocupar a assembleia transnacional que, junto com os governos de cada país do bloco econômico, decidem leis que influenciam os membros da União Europeia. Mas, na prática, a decisão final tem mais impacto político do que para os mercados globais.

“As pautas sociais e os posicionamentos políticos devem ganhar mais espaço e ter menos impacto na economia como um todo da União Europeia”, diz Fernando Bueno, sócio e head da Área de Internacional da Blue3 Investimentos. No entanto, isso não significa que o investidor com posição no exterior não precisa ficar atento aos movimentos no velho continente. A guerra entre Rússia e Ucrânia completa dois anos neste mês de fevereiro e ainda causa impactos significativos para a economia da Europa.

Com informações do Estadão

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