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Comportamento

Quanto ficou mais caro viajar para assistir às Olimpíadas de Paris com a alta do dólar?

Planejar a viagem agora para a capital francesa pode custar ainda mais ao bolso do turista

Quanto ficou mais caro viajar para assistir às Olimpíadas de Paris com a alta do dólar?
Olimpíadas de Paris (Foto: Adobe Stock)
  • Atualmente, um dos principais fatores que implicam na alta dos custos para a viagem é a disparada do dólar
  • A moeda americana teve uma forte valorização na última semana e chegou a ser vendida a R$ 5,70 durante o pregão de 2 de julho
  • Com as oscilações drásticas no mercado de câmbio, se torna ainda mais importante adotar estratégias para economizar dinheiro na viagem

As Olimpíadas de Paris 2024 estão marcadas para acontecer entre os dias 26 de julho e 11 de agosto. Para assistir aos jogos, muitas pessoas já têm a sua passagem comprada e estadia garantida na capital francesa, mas não faltam aqueles que deixaram para organizar a viagem na última hora.

Decidir ir agora para Paris, contudo, pode custar ao viajante um preço ainda maior do que se o planejamento tivesse sido feito com maior antecedência. Atualmente, um dos principais fatores que impulsionaram a alta dos custos foi a disparada do dólar no final de junho e começo de julho.

O alívio na taxa de câmbio é um movimento recente. Na última semana, a cotação do dólar registrou uma queda de 0,36%. No entanto, no acumulado do ano, os números indicam um crescimento de 12,15%.

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A forte valorização da moeda foi observada principalmente no início do mês e chegou a ser vendida a R$ 5,70 durante o pregão de 2 de julho. Na ocasião, um dos fatores que contribuíram para a alta foram as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

Somente em junho, o dólar subiu 7,32%. No começo do mês passado, a divisa americana estava cotada a R$ 5,23.

Quanto o viajante terá de pagar a mais para ir a Paris agora?

A disparada na cotação da moeda americana impacta diretamente na desvalorização do real em comparação às principais moedas globais. No dia a dia, isso se reflete no aumento dos preços das passagens aéreas e da hospedagem, ambas cotadas em moeda estrangeira.

Utilizemos como exemplo os primeiros dias de junho e julho para comparar os valores das cotações, já que foi o intervalo de tempo em que se observou um grande pico de oscilação. Nesse período, o dólar passou de R$ 5,40 (preço de 3/06) para R$ 5,79 (preço de 3/07). Aqui, houve um aumento de 7% nos custos em reais. É o que diz Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence.

Portanto, uma viagem que custava US$1 mil, o equivalente a R$ 5.400 no início de junho, valeria um mês depois os mesmos US$1 mil, mas na conversão equivaleria a R$ 5.790 (R$ 390 a mais, portanto). É importante ressaltar que esse valor não considera taxas administrativas, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e possíveis aumentos nas tarifas das companhias aéreas e hotéis devido à alta demanda.

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Diante desse cenário, quem decidiu viajar no começo deste mês para Paris para assistir às Olimpíadas gastou aproximadamente 7% a mais do que se tivesse planejado e comprado a viagem no início de junho, antes da disparada do dólar, acrescenta Arbex.

Valores dos pacotes de viagem para ver as Olimpíadas de Paris aumentaram de junho para julho

Para os leitores do E-Investidor, a agência de turismo CVC (CVCB3) preparou algumas simulações que mostram a variação nos preços da viagem quando comparadas nas duas primeiras semanas de junho (antes da disparada do dólar) e agora.

Cenário 1

Comprando no dia 11 de julho 

  • Saída: 06 de agosto
  • Pacote: Passagem aérea para Paris, com bagagem de 23Kg despachada + 4 diárias de hospedagem no Ibis Styles Paris Montmatre, sem café da manhã.
  • Valor: A partir de R$ 9.958, por pessoa ou 12x de R$ 829,83

Comprando em junho de 2024

  • Saída: 06 de agosto
  • Pacote: Passagem aérea para Paris, com bagagem de 23Kg despachada + 4 diárias de hospedagem no Ibis Styles Paris Montmatre, sem café da manhã.
  • Valor: A partir de R$ 9.680, por pessoa ou 12x de R$806,66

Nesse cenário, o viajante pagaria 3% a mais no mesmo pacote.

Vale aqui mencionar que o preço mais flutuante é da passagem aérea que oscila, praticamente, todos os dias.

Cenário 2

Comprando no dia 11 de julho 

  • Saída: 06 de agosto;
  • Pacote: Passagem aérea para Paris, com bagagem de 23Kg despachada + 6 diárias de hospedagem no Ibis Styles Paris Montmatre, sem café da manhã;
  • Valor: A partir de R$ 11.860, por pessoa ou 12x de R$ 988.

Comprando em junho de 2024

  • Saída: 06 de agosto;
  • Pacote: Passagem aérea para Paris, com bagagem de 23kg despachada + 6 diárias de hospedagem no Ibis Styles Paris Montmatre, sem café da manhã;
  • Valor: A partir de R$ 11.164, por pessoa ou 12x de R$ 903,33.

Ou seja, deixando para comprar agora, o mesmo pacote custa 5% mais caro.

Como economizar diante do aumento dos custos para a viagem?

Paris já é uma das cidades mais caras do mundo para viver, conforme mostra essa reportagem, e os bolsos dos turistas também podem sofrer durante a estadia. Sendo assim, agora se torna ainda mais importante adotar estratégias para economizar dinheiro, principalmente diante da oscilações do mercado de câmbio.

Segundo Fábio Cabral, planejador financeiro CFP pela Planejar, a disparada da divisa americana incide sobre as demais moedas globais, o que torna, consequentemente, o euro também mais valorizado.

Diante disso, é essencial que o viajante se organize para gastar menos durante o período em Paris. Buscar hospedagem em locais como o Airbnb em vez de hotéis convencionais, usar o transporte público para os deslocamentos e não fazer todas as refeições em restaurantes podem ajudar a reduzir os gastos.

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“O real está em um dos seus piores momentos dos últimos anos. Tivemos no começo de 2024 o aumento de cerca de 12% do euro sobre o real e é bem provável que até o fim das Olimpíadas essa situação (a valorização forte da moeda) não mude radicalmente”, diz Cabral.

Outra forma de minimizar os custos adicionais e evitar as variações de câmbio desnecessárias, segundo Jorge Arbex, é a realização da conversão direta de reais para euros.

“A dupla conversão (reais para dólares, depois dólares para euros) pode resultar em taxas adicionais, tornando a viagem ainda mais cara”, lembra ele. Além disso, com a conversão direta, o viajante tem mais controle dos custos e pode aproveitar melhores cotações disponíveis para a moeda local do destino.

Outra estratégia interessante está ligada à utilização do cartão de crédito no exterior. Segundo Fernanda Melo, planejadora financeira CFP pela Planejar, a escolha do cartão pode ajudar a reduzir os gastos no imposto IOF. “Atualmente, muitos cartões oferecem desconto no IOF. Assim, o custo da transação via cartão fica igual ao de levar papel moeda”, orienta.

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O Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, reduziu em março deste ano para 1,1% o desconto do IOF em compras internacionais. O valor é válido para os clientes do banco que possuem cartões Ourocard nas modalidades Visa Infinite, Mastercard Black, Elo Nanquim, Elo Nanquim Diners Club, Infinite Smiles e Altus.

O Porto Bank, o braço financeiro da Porto, também fez mudanças recentes nas alíquotas do imposto. Desde 6 de maio, os clientes dos cartões Porto Bank – Internacional, Gold, Platinum e Ultra (Black e Infinite) possuem o IOF zerado. Conforme mostra essa reportagem, o imposto é reembolsado aos clientes como crédito na fatura, proporcionando-lhes também pontos no programa de fidelidade PortoPlus. Com essas sugestões, a viagem para curtir as Olimpíadas de Paris terá um custo menor.

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