Publicidade

Comportamento

Vai reformar o apartamento alugado? Veja como se planejar para evitar prejuízo

Polêmica envolvendo a influenciadora Dora Figueiredo esquentou o debate sobre o tema

Vai reformar o apartamento alugado? Veja como se planejar para evitar prejuízo
(Foto: Freepik)

O desfecho indesejado da reforma que a influenciadora Dora Figueiredo realizou no apartamento em que mora de aluguel movimentou as redes sociais na última semana. A polêmica dividiu opiniões e figurou como um dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) e um  deixou uma pergunta pairando no ar: vale à pena reformar um imóvel alugado?

O alto engajamento de internautas na história não é de se estranhar, uma vez que é crescente o modelo de moradia por aluguel no Brasil. Segundo o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado, o percentual de imóveis alugados aumentou de 18,5%, em 2016, para 21,1% em 2022. A marca representa cerca de 15,7 milhões de imóveis.

Especialistas ouvidos pelo E-Investidor avaliam que é preciso cautela antes de se tomar a decisão de reformar um imóvel alugado. Se o inquilino optar por fazer alguma benfeitoria, é preciso tomar alguns cuidados, como negociar custos e ressarcimento com o proprietário, e, principalmente, fazer um bom planejamento financeiro para evitar prejuízos ou endividamento.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Mas que tipos de problemas podem acontecer? No caso de Dora Figueiredo, ela contou que a decisão por reformar o imóvel “foi a pior ideia que já teve”, porque a parceria feita com um escritório de arquitetura não teria sido cumprida. Ela  explica em uma sequência de vídeos que, além do prazo de entrega ter sido o dobro do prometido inicialmente, a empresa decidiu que a influenciadora teria que arcar com alguns custos. A empresa nega as reclamações feitas por Figueiredo.

A influenciadora conta ainda que decidiu pela reforma porque tinha planos de comprar o apartamento após a conclusão. Porém, ela afirma que o proprietário decidiu aumentar o valor do imóvel após as mudanças realizadas e que, por isso, não tem mais condições de efetuar a compra, e que também vai desocupar o espaço alugado.

Afinal, vale a pena reformar um imóvel alugado?

A pessoa que encontra-se com essa dúvida terá pela frente uma decisão financeira que não é trivial, uma vez que coloca em pólos opostos o desejo de viver com conforto e personalidade por um período de tempo versus os custos – talvez não recuperáveis – de alterar o imóvel de outra pessoa, reflete Ana Paula Hornos, psicóloga clínica e educadora financeira.

Tendo isso em mente, o interessado não deve economizar na cautela antes da tomada de decisão. Se optar pela reforma, precisará tomar algumas precauções para evitar contratempos e, se possível, usar o dinheiro como investimento em vez de gasto.

Negocie e controle a empolgação

A educadora financeira Luciana Ikedo lembra que a melhor opção é negociar inicialmente com o locador a possibilidade dos custos serem abatidos parcial ou integralmente no aluguel. “Dessa forma, pode ser algo bem interessante para o inquilino, que fará a adequação às suas necessidades, e também para o locador, que terá o imóvel valorizado com outra pessoa se responsabilizando pela obra e sem que precise desembolsar dinheiro neste momento”, observa Ikedo.

O ideal, antes de tudo, é buscar um bom profissional para responder se as mudanças pretendidas são realmente necessárias e, principalmente, que ajude a encontrar o caminho mais seguro para executá-las com o menor custo possível, sem se sujeitar ao risco do barato que sai caro.

“Contenha a empolgação e lembre que o imóvel não é seu. Assim, considerar as opções mais baratas pode fazer muito bem para o seu bolso e atender a necessidade de ter o seu cantinho com a sua cara”, diz Ikedo.

Dimensione os custos

Outra dica importante é colocar na ponta do lápis tudo que será necessário no projeto, através de um orçamento bem detalhado. Neste caso, usar uma planilha pode ajudar a visualizar melhor a quantia necessária para viabilizar a obra.

Publicidade

O limite a ser despendido numa reforma já deve ser discutido e negociado com o locador ainda durante o processo de locação. Para Ikedo, a quantia total não deve ultrapassar o limite de três vezes o valor do aluguel.

Hornos também aconselha a estabelecer um intervalo de 10% a 20% do orçamento para despesas imprevistas, além de estipular um valor máximo, que não pode ser ultrapassado.

Evite endividamento

O cenário econômico atual, com taxa de juros elevada, enseja cautela quanto a fazer empréstimo ou usar o cartão de crédito, para evitar o comprometimento da renda.

“Com o compromisso de pagar o aluguel além dos demais gastos com a manutenção do custo de vida, é preciso tomar muito cuidado para que o endividamento não atinja um nível que torne inviável arcar com a dívida”, lembra Ikedo.

Para Hornos, o ideal é não se endividar se o objetivo for a reforma do lar. “Espere um pouco até ter o valor suficiente. Afinal, o objetivo da reforma é viver melhor e não perder o sono com dívidas”, destaca Hornos.

Não esqueça do contrato

Embora existam algumas formas de documentar um acordo, como e-mails e conversas em chats eletrônicos, é indicado recorrer à formalização em contrato para ter mais segurança e menos risco de dor de cabeça no futuro. Neste caso, tratando-se de reforma, é preciso estabelecer cláusulas bem definidas sobre as benfeitorias e segui-las à risca.

“É fundamental haver em qualquer relação jurídica contratual um contrato escrito para que se saiba como as partes esperam que o mesmo seja regido”, elabora Raquel Valési,  advogada especialista em Direito Imobiliário e professora da Universidade São Judas.

Publicidade

A docente explica que, antes da assinatura do contrato, é necessário realizar uma vistoria minuciosa do imóvel, para que se constate e registre o estado em que se encontra.

A Lei Federal nº 8.245, também conhecida como Lei do Inquilinato, estabelece as benfeitorias que podem ser realizadas, em três categorias:

  • Necessárias: são essenciais para manutenção e conservação do imóvel, como telhado, fiação, encanamento. Não dependem de autorização prévia (exceto se estiver expresso no contrato) do locador e devem ser arcadas pelo proprietário.
  • Úteis: essas modificações trazem melhorias para o imóvel, por exemplo, automatização de portão, instalação de cobertura em área externa, mas dependem de autorização para serem feitas e o ressarcimento não é obrigatório.
  • Voluptuárias: visam apenas ao embelezamento e ganho de conforto no imóvel, como instalar uma banheira. Também carecem de autorização prévia e o ressarcimento não é obrigatório.

Valési lembra que trocas de e-mails e mensagens de WhatsApp, inclusive anteriores ao fechamento do contrato escrito, também podem indicar a boa-fé e lealdade contratual das partes. Por isso é importante ter um registro seguro dessas comunicações.

“Um contrato pode ser interpretado não só pelo que está escrito, mas também pela real intenção das partes”, diz a advogada. “O contrato tem que ser bem redigido e conter muitas prevenções, mas a troca de e-mails e WhatsApp pode ser usada como meio preventivo, demonstrando a real intenção das partes”, reforça Valési.

Reforma em imóvel alugado não deve ser interpretado como tabu ou risco iminente de disputa judicial. Esse tipo de moradia é comum no Brasil e é razoável que alguém queira deixar o espaço alugado com um pouco da própria personalidade, sobretudo quando está em jogo um longo contrato de locação. O importante para evitar entrar em conflitos é buscar o diálogo, ajuda de bons profissionais e, claro, ter acordos formalizados.

Web Stories

Ver tudo
<
Adeus ar-condicionado! Conheça 2 truques para suportar o calor de forma econômica
10 restaurantes renomados para comer por até R$ 90 em São Paulo
Mega-Sena: Números sorteados do concurso 2798 de hoje, terça-feira (19)
Black Friday: 5 melhores sites para fazer compras com bons descontos
Quanto seria o seu lucro se tivesse investido R$ 1 mil no Nubank na época do IPO?
Neymar paga R$ 314 milhões em cobertura de luxo; veja os itens mais caros do jogador
6 dicas de como economizar nas compras de fim de ano
Quanto custa ser dono de um time de futebol?
Investimentos: como obter renda de R$ 15 mil investindo em FIIs?
Por que a inflação está subindo e o que os juros têm a ver com isso?
Como calcular o décimo terceiro salário de maneira simples?
13º salário: primeira parcela já foi paga?
>