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- O Ibovespa já iniciou o pregão desta terça-feira (19) em sofrimento. Nos primeiros 10 minutos de pregão, às 10h10, o índice já havia caído mais de 1,38%, passando de 114,4 mil pontos para 112,8 mil - mas a derrocada não parou por aí
- Tamanho impacto negativo vem da notícia, publicada pelo jornal Estadão/Broadcast, de que o Governo pretendia fazer um rearranjo dos benefícios sociais
- A proposta seria de criar um novo programa social, o Auxílio Brasil (substituto do Bolsa Família), que iria vigorar até o fim de 2022, ano eleitoral. O pagamento seria feito em duas parcelas - uma delas, de R$ 100, fora do teto de gastos
- No fim da tarde, depois do derretimento do mercado, o Ministério da Cidadania cancelou o evento no qual anunciaria o novo benefício
O Ibovespa já iniciou o pregão desta terça-feira (19) em sofrimento. Nos primeiros 10 minutos de pregão, às 10h10, o índice já havia caído mais de 1,38%, passando de 114,4 mil pontos para 112,8 mil – mas a derrocada não parou por aí. Até às 16h15, na mínima do dia, o principal indicador de ações da B3 chegou a afundar 3,8%, aos 110 mil pontos.
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Tamanho impacto negativo vem da notícia, apurada pelo Estadão/Broadcast, de que o governo pretenderia fazer um rearranjo dos benefícios sociais. A proposta seria de criar um novo programa social, o Auxílio Brasil (substituto do Bolsa Família), que deve vigorar até o fim de 2022, ano eleitoral. O pagamento seria feito em duas parcelas – uma delas, de R$ 100, fora do teto de gastos. Isto significaria um montante de R$ 30 bilhões ‘extra teto’.
A ideia inicial era de que o novo programa distribuísse, em média, R$ 400 a cada beneficiado. A preocupação em torno desse possível ‘furo’ no teto, na esteira da proximidade das eleições presidenciais, foi a principal âncora do Ibovespa no pregão.
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“Piora drasticamente a expectativa quanto ao fiscal brasileiro e beira ao que nenhum investidor quer ver mais no Brasil: irresponsabilidade fiscal”, explica Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, em call de fechamento. “Sobra para o investidor alocar em um crescente risco fiscal, fraco crescimento e juros altos, ou seja, um cenário nada atraente e isso justifica a forte queda do mercado.”
Para Rodrigo Knudsen, gestor da Vitreo, o mercado parece ter ‘desistido’ do Governo Bolsonaro. “É uma contabilidade criativa, claramente com tendência populista eleitoral. O mercado entregou os pontos, viu que o Governo não dá mais, o dólar subiu muito, as taxas de juros subiram fortemente, foi um dia de bastante estresse.”
Governo cancela anúncio
O anúncio do novo Auxílio Brasil estava marcado para às 17h desta terça-feira. Entretanto, depois do derretimento do mercado, o Ministério da Cidadania cancelou o evento e ainda não definiu uma nova data. O Ibovespa reagiu rapidamente à notícia, e às 17h já ensaiava retomada, aos 110,6 pontos.
“Cancelou porque tem que repactuar o valor. Falava-se de R$200 ou 300, agora veio de R$ 400, e a questão é que não se tem certeza. E na hora que se concretizar isso, batet o martelo e soltar no mercado, se tornará um anúncio oficial que as coisas vão acontecer e de que o Governo não tem de onde tirar”, afirma Franchini. “Mas está bem claro que teremos esse modelo populista e esse auxílio em expansão, só que ninguém sabe como, porque a conta não fecha em nenhum sinal.”
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