- Menos bancos estão exigindo que os funcionários estejam no escritório cinco dias por semana, apesar do clamor de alguns chefes de Wall Street para extinguir os acordos de trabalho remoto
- Trabalhadores de Wall Street ainda desfrutam de uma boa dose de flexibilidade, apesar do aumento do discurso de dirigentes de bancos e líderes civis contra trabalhar de casa
- Empresas como a Disney, que exigem quatro dias de presença no escritório, são poucas e raras
Menos bancos estão exigindo que os funcionários estejam no escritório cinco dias por semana, apesar do clamor de alguns chefes de Wall Street para extinguir os acordos de trabalho remoto.
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Apenas 20% das empresas de serviços financeiros exigem presença em tempo integral no escritório, de acordo com uma nova pesquisa realizada com 251 organizações do setor pela Scoop, que ajuda as empresas a coordenar equipes trabalhando em regime híbrido.
Essa é uma queda em relação aos 22% registrados no trimestre anterior. A parcela de bancos que oferecem opções de trabalho remoto totalmente flexíveis também diminuiu, descobriu a pesquisa, com mais empresas migrando para os regimes de trabalho híbrido.
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As constatações mostram que os trabalhadores de Wall Street ainda desfrutam de uma boa dose de flexibilidade, apesar do aumento do discurso de dirigentes de bancos e líderes civis contra trabalhar de casa. Até o JPMorgan Chase, que disse a seus diretores no mês passado que eles agora deviam estar no escritório todos os dias da semana, tem a maior parte de sua equipe corporativa em esquemas híbridos de trabalho.
Outras empresas, como o Lloyds Banking Group e o Bank of New York Mellon, endureceram suas políticas de trabalho remoto recentemente. A divisão de imóveis comerciais do Wells Fargo disse aos seus trabalhadores para irem ao escritório pelo menos quatro dias por semana ou enfrentarem uma possível “ação disciplinar”, de acordo com um memorando recente. Um representante do Wells Fargo confirmou a mudança.
O prefeito de Nova York, Eric Adams, pediu aos líderes de empresas da cidade para chegar a um acordo sobre um número mínimo de dias que os trabalhadores devem se deslocar até o local de trabalho, um esforço para aumentar as taxas de ocupação dos escritórios que permanecem paralisadas em pouco menos de 50% dos níveis anteriores à pandemia e diminuir uma parte dos US$ 12 bilhões que o trabalho remoto custa à economia da cidade anualmente.
Uma pesquisa da Real Estate Board of New York (associação comercial do setor imobiliário da cidade), usando dados da plataforma Placer.ai, constatou que as taxas médias de visitação a edifícios em Manhattan no primeiro trimestre de 2023 chegaram a 61% do nível de 2019 e diminuíram nos últimos dois trimestres.
Em todos os setores, a proporção entre as 3.885 empresas pesquisadas que utilizam um esquema híbrido, com determinações específicas em relação a quando os funcionários devem ir ao escritório, aumentou para 30%, ante 20% nos meses anteriores, segundo o índice da Scoop, conforme a popularidade das políticas de trabalho totalmente presencial ou flexível caía.
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Cerca de metade das empresas com regimes de trabalho híbrido insistem em três dias por semana de presença no escritório, como a Starbucks e a Amazon.com exigiram recentemente, enquanto 41% pedem dois dias. “Os funcionários estão dizendo que não vão trabalhar de modo presencial apenas e as empresas estão dizendo que sentem falta de certas coisas com o trabalho totalmente remoto, como treinamento ou colaboração”, disse o CEO da Scoop Rob Sadow em uma entrevista. “Então, dois ou três dias por semana parece ser uma trégua entre empresas e funcionários. É um meio-termo desconfortável.”
Empresas como a Disney, que exigem quatro dias de presença no escritório, são poucas e raras, com apenas 4% adotando a prática. “Os executivos preferem três dias a dois, enquanto os trabalhadores preferem dois”, disse Sadow. “Mas quatro dias é minoria. Muitas pessoas sequer veem isso como um esquema híbrido de verdade.”
Os trabalhadores desejando mais flexibilidade sobre onde e quando trabalhar talvez devam considerar empresas menores, disse Sadow. Quase duas em cada três organizações com menos de 500 funcionários permitem que os trabalhadores escolham se e quando vão ao escritório, em comparação com apenas 13% das empresas com 50 mil ou mais funcionários./TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA