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- Relatório divulgado em março aponta que as vendas globais alcançaram quase US$ 21,3 bilhões em 2020, um aumento de 48% em relação às vendas de 2019
- A votação do projeto de lei que busca a regulamentação bancária do mercado nos Estados Unidos, o SAFE Banking Act, no Senado vai ter papel definitivo para os próximos anos
(Rebeca Soares, especial para o E-Investidor) – O centro de pesquisa BDSA divulgou dados promissores para o futuro dos negócios de cannabis. O relatório divulgado em março deste ano aponta que as vendas globais alcançaram quase US$ 21,3 bilhões em 2020, um aumento de 48% em relação às vendas de 2019. Segundo a pesquisa, os números podem chegar a US$ 55,9 bilhões em 2026.
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A votação do projeto de lei que busca a regulamentação bancária do mercado nos Estados Unidos, o SAFE Banking Act, no Senado vai ter papel definitivo nos próximos anos.
O projeto que proíbe reguladores do sistema bancário de penalizar bancos ou associações de crédito que fazem negócios com um “empreendimento legítimo relacionado à cannabis”, ou seus prestadores de serviços que atuam com jurisdição dos governos estaduais, foi aprovado por 321 votos a 101 no simbólico dia 20 de abril. O texto segue para votação do Senado.
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A mudança pode alavancar o mercado multimilionário, já que o objetivo é legislar a relação bancária em âmbito federal. Atualmente, 16 estados e a capital legalizaram o uso recreativo, enquanto 37 têm o uso medicinal aprovado.
Para o deputado democrata pelo Colorado Ed Perlmutter, um dos autores do projeto, o cenário é otimista já que o Senado agora tem maioria democrata, diferentemente de quando foi levado em 2019, com maioria republicana. Com apoio de organizações bancárias, real estate, governadores e outras instituições, um dos argumentos favoráveis é que, com aprovação, a circulação de dinheiro vivo seria menor, o que poderia resultar na diminuição da violência e de esquemas de lavagem de dinheiro.
Pelo texto atual, a lei autoriza instituições bancárias a fornecerem serviços ao negócio de cannabis dos Estados Unidos e o acesso a financiamento para requerentes de capital social, com o objetivo de iniciar um empreendimento de cannabis. Além disso, possibilita o acesso à listagem na bolsa de valores, ou mercados de capitais dos EUA, e ainda garante proteção para negócios auxiliares de cannabis contra a perda de suas contas.
Por ser um mercado promissor, a lista de interessados cresce. O CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, por exemplo, afirmou que a empresa pode oferecer serviços de entrega, caso o mercado seja regulamentado em nível nacional.
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A declaração foi dada para a rede de comunicação americana CNBC. No México, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei com 316 votos a favor e 129 contra, que legaliza o uso recreativo. Se promulgado, o país se uniria a Uruguai e Canadá no continente americando e passaria a ser um grande concorrente para os EUA.
Quais são as opções de investimento nesse mercado?
Para os interessados nesse mercado, é possível investir por meio de ETF, fundos e ações. Divididas em três tipos, as empresas com ações no mercado são classificadas em: produtores e varejistas de cannabis; biotecnologia com foco na cannabis; fornecedores de produtos e serviços auxiliares.
O Canopy Growth Corporation, produtora canadense, tem hoje US$ 10,37 bilhões de valor de mercado. Entre as farmacêuticas, o destaque é a britânica GW Pharmaceuticals (NASDAQ: GWPH), valendo US$ 6,90 bilhões. A manufatureira centenária Scotts Miracle-Gro (NYSE: SMG), com US$ 12,88 bilhões, é destaque quando o assunto é jardinagem em larga escala.
Entre os ETFs, o ETFMG Alternative Harvest ETF (MJ) e o AdvisorShares Pure Cannabis ETF (YOLO) estão entre os grandes destaques. Enquanto o primeiro é passivo e segue o índice Prime Alternative Harvest, o segundo é mais ousado e visa títulos de empresas que obtêm pelo menos 50% de sua receita líquida do negócio de maconha e cânhamo. Não à toa, a sigla é comumente usada como acrônimo da expressão “você só vive uma vez”, do inglês you only live once.
Fundos brasileiros
No Brasil, é possível investir de forma legal desde 2019, com o lançamento dos primeiros fundos de investimento em cannabis. Hoje eles são três: o Trend Cannabis FIM, da XP Investimentos que replica o ETF MJ, o Canabidiol FIA IE e o Canabidiol Light FIC FIM, ambos da Vitreo, sendo o primeiro composto por ações e ETFs para investidores qualificados e o segundo possui parte em renda fixa, refletindo em um risco menor.
Apesar da grande volatilidade, sobretudo por conta da falta de legislação nacional e dependência no mercado internacional, há expectativas para crescimento nos próximos anos. Confira as características principais de cada um dos fundos:
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Canabidiol FIA IE
Público-alvo: investidor qualificado
Classe: ações
Gestão: Vitreo
Mínimo inicial R$ 5.000,00
Taxa de administração: 0,9%
Prazo de aplicação: D+0
Prazo de resgate: D+30
Risco: alto
Canabidiol Light FIC FIM
Público-alvo: investidor em geral
Classe: multimercado
Gestão: Vitreo
Mínimo inicial R$ 1.000,00
Taxa de administração: 0,36%
Cota aplicação: D+0
Cota resgate: D+10
Risco: médio/baixo
Trend Cannabis FIM
Público-alvo: investidor em geral
Classe: multimercado
Gestão: XP Asset Management
Mínimo inicial R$ 500,00
Taxa de administração: 0,5%
Cota aplicação: D+1
Cota resgate D+5
Risco: alto