Criptomoedas

Bitcoin e ethereum fecham julho em alta. O que esperar agora?

Segundo dados do Zro Bank, o BTC registrou uma alta de 19%, enquanto o ETH com 60% no acumulado de julho

Bitcoin e ethereum fecham julho em alta. O que esperar agora?
O bitcoin é a criptomoeda com o maior valor de mercado. (Foto: Envato Elements)
  • A possibilidade de um ajuste na taxa de juros menos severo para os próximos trouxe um alívio para o mercado de criptomoedas
  • Embora a situação possa trazer um otimismo para o investidor, ainda é cedo para afirmar que o mercado deve seguir em recuperação ao longo do ano
  • A recomendação é ter cautela e realizar aportes financeiros com foco no médio e longo prazo

Ao contrário do que se imaginava, a alta dos juros nos Estados Unidos na última semana do mês de julho não foi o suficiente para intimidar o bitcoin e o ethereum, as duas maiores criptomoedas em valor de mercado. Segundo dados do Zro Bank, o BTC apresentou uma alta de 19% no acumulado do mês anterior. A performance do ethereum foi ainda maior: 60% durante o mesmo período.

Os ganhos trazem alívio para os investidores que viram o BTC ficar abaixo dos US$ 20 mil ao longo de maio e junho. O cenário pode sinalizar uma possível reversão de tendência de queda, mas ainda é cedo para garantir o fim do “Inverno Cripto”, como está sendo chamado este período de baixas.

Segundo o Zro Bank, a reação otimista está atrelada ao tom do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), autoridade monetária dos Estados Unidos, que sinalizou que a inflação segue em um caminho para o seu recuo.

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A informação trouxe otimismo para os mercados de ativos de risco com a possibilidade de um Fed menos severo no seu ciclo de aperto monetário. “A reação do mercado cripto causada pela resolução do banco central norte-americano esta semana mostra que o sentimento geral é de que as criptomoedas estão muito baratas, que a dúvida do mercado não é se o preço vai subir e, sim, quando”, explica Cazou Vilela, CMO do Zro Bank.

Outro fator que pode ter justificado esse movimento de ganhos se deve à estabilização da crise causada pelo colapso da Terra Luna (UST), que contaminou o mercado de criptoativos no último mês de maio. “A massiva pressão vendedora que isso causou parece ter sido domada, resta saber quanto a confiança do mercado ficou abalada para o curto prazo”, explica Jhonatas Carrijo, CO-CEO da BitPreço.

Em relação aos ganhos expressivos do ethereum, os avanços sobre o processo de transição de proof-of-work (prova de trabalho, tradução livre em português) para o proof-of-stake (prova de participação, tradução livre em português) foram um dos responsáveis pelo otimismo do mercado. A transição deve reduzir em mais de 90% o consumo de energia por parte da rede ethereum.

Segundo dados do site Digiconoist, uma transação feita na segunda maior rede de criptomoedas do mundo consome 259,7 kWh (Quilowatt-hora). O gasto é semelhante ao de uma família média dos Estados Unidos durante uma semana.

Veja como a demanda por nova fonte energética pode revolucionar o mercado de criptomoedas.

O ethereum se recuperou melhor que BTC, provavelmente, por conta do otimismo gerado pela divulgação do prazo do “The Merge” (processo de transição de rede). “O mercado está com receio de uma investida forte dos governos, especialmente da União Europeia, contra criptomoedas que usam proof-of-work e em favor das que usam proof-of-stake”, acrescenta Carrijo.

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Para os próximos meses, Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, acredita que o bitcoin pode chegar ao patamar dos US$ 28 mil. No entanto, recomenda aos investidores cautela mesmo em um cenário de alta. “Enquanto as perspectivas de juros e inflação não estiverem melhor encaixadas positivamente, o mercado pode sofrer ainda bastante e não deve ter alta acima dos US$ 28 mil”, ressalta Medeiros.

Já a Bit Preço avalia que o mercado deve permanecer “menos aquecido” até 2024. Por outro lado, a recomendação para o investidor é que realize pequenos aportes com foco no médio e longo prazo.

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