Criptomoedas

Bitcoin dispara e tem perspectivas ambiciosas para 2024. O que esperar?

A mais importante moeda digital evoluiu com constância ao longo de 2023; veja o que esperar neste ano

Bitcoin dispara e tem perspectivas ambiciosas para 2024. O que esperar?
O bitcoin é a criptomoeda com o maior valor de mercado (Foto: Envato Elements)

O longo inverno que esfriou as perspectivas sobre o bitcoin dá sinais de estar chegando ao fim. A mais importante moeda digital evoluiu com constância ao longo de 2023, com valorização de mais de 60% até o final de setembro. Em outubro, passou a surfar um bull market (mercado em tendência de alta) deixando para trás a trajetória de altos e baixos – entre eles, profundos vales – que enfrenta desde 2022.

A valorização das últimas semanas de 2023 se deve muito à correlação que a cripto desenvolveu com os mercados tradicionais: a perspectiva de fim do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos levou à queda dos títulos do tesouro americano e à valorização dos ativos de risco. “À medida que o corte das taxas começar a ocorrer globalmente, os investidores terão naturalmente que olhar para fora da dívida pública para obter retornos e o impacto que isso pode ter nos setores de alto crescimento como tecnologia e criptografia não devem ser subestimados”, afirma a Binance em relatório.

Para além do macro, pautas próprias do setor têm caminhado de forma a aumentar o otimismo dos investidores. Parte do frisson que se estendeu ao longo do último semestre, tem base na forte expectativa pela aprovação da Security and Exchanges Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários americana) de fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) que investem em bitcoin à vista.

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As apostas atuais são de que o OK virá agora em janeiro, mas nos últimos meses toda notícia sobre o assunto tem gerado movimentação positiva no preço do ativo. Para Ilan Solot, estrategista da Marex Digital Assets, o comportamento parece o fenômeno de ‘comprar o boato e vender o fato’. Ou seja, investidores já estão precificando o aval aos ETFs e, quando ocorrer, será momento de realização.

Ainda assim, as portas abertas para os investidores institucionais americanos é um sinalizador para cima pelo tanto de capital que eles podem direcionar para cripto. Na projeção conservadora da gestora Galaxy, cerca de US$ 14 bilhões serão alocados nos ETFs de bitcoin à vista nos 12 meses após o lançamento dos primeiros produtos. Na mesma estimativa, somente levando em conta o fator ETF, o bitcoin pode ver uma valorização de mais de 74% em um ano.

Outro forte ponto de atração para o bitcoin em 2023 que deve manter-se em alta neste ano é o uso da rede blockchain para a criação dos Ordinals. O recurso permite a inscrição de linhas de código personalizadas em cada unidade de bitcoin mineirada – é possível adicionar textos, imagens, vídeos etc – pelo caráter imutável da blockchain, esses registros ficam para sempre. É a mesma lógica dos NFTs incensados em 2021, já que podem servir de provas de autenticidade e dão uma utilidade ao bitcoin, visto essencialmente como reserva de valor.

“Tradicionalmente, dezembro marca um período em que os investidores de bitcoin direcionam sua atenção para o futuro, avaliando as perspectivas para o ano seguinte”, aponta em relatório a exchange Foxbit. As projeções para 2024 levam em conta sobretudo o chamado halving – data para a qual o código do bitcoin está programado para promover um corte pela metade na emissão de moedas. É este mecanismo que garante o caráter deflacionário da moeda digital. As unidades de bitcoin não são criadas por decisão de um ente centralizado, mas sim de forma programada e com um limite, que será alcançado em 2140, aproximadamente.

A carteira recomendada para dezembro na exchange Mynt, braço cripto do BTG Pactual, indicava movimentações para se preparar para um ciclo de alta neste ano. “O cenário atual do mercado de criptoativos é propício para um aumento na exposição, sustentado tanto por tendências macroeconômicas quanto pelo dinamismo específico deste setor”, apontava o texto. Na carteira para o perfil mais conservador, a exposição ao bitcoin passou de 45% para 50% do portfólio.

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